Keytruda (pembrolizumabe): nova indicação
Nome do produto |
|
Empresa |
Merck Sharp & Dohme Farmacêutica Ltda. |
Categoria |
Produto Biológico - Inclusão de Nova Indicação Terapêutica |
Indicação |
KEYTRUDA®, em combinação com carboplatina e paclitaxel seguido de KEYTRUDA® como monoterapia, é indicado para o tratamento de pacientes com carcinoma endometrial primário avançado ou recorrente. Keytruda já está aprovado para várias indicações (vide bula) |
Publicação no DOU | 01/03/2021 |
Mais informações |
Foi aprovada uma nova indicação terapêutica para o medicamento Keytruda (pembrolizumabe). - KEYTRUDA® (pembrolizumabe) é um anticorpo monoclonal humanizado seletivo desenhado para bloquear a interação entre a PD-1 e os seus ligantes, PD-L1 e PD-L2. - O carcinoma do corpo uterino, também conhecido como câncer endometrial (CE), é o segundo câncer ginecológico mais comum globalmente. Em 2020, foram diagnosticados aproximadamente 417.367 casos novos e houve cerca de 97.370 mortes. No Brasil, estima-se que surgirão 7.840 novos casos anuais de 2023 a 2025. O prognóstico do CE é influenciado pelo estágio da doença no momento do diagnóstico. Aproximadamente 67% dos pacientes são diagnosticados com a doença confinada ao útero. Doenças restritas ao útero e mestastáticas compreendem aproximadamente 21% e 8% dos casos no diagnóstico, respectivamente. Pacientes com doença em estágio inicial/localizada (Estágio I-II FIGO) são tipicamente tratados com histerectomia total abdominal (HTA) e salpingo-ooforectomia bilateral (BSO). Pacientes com CE avançado (Estágio III-IV FIGO) também são tratados com cirurgia (HTA/BSO), além de radioterapia e quimioterapia à base de platina. Para pacientes com doença recorrente após terapia local ou doença metastática, a terapia sistêmica de primeira linha com quimioterapia contendo platina tem sido historicamente o padrão de cuidado (independentemente do status do biomarcador), proporcionando taxas de resposta de 40-62% e sobrevida global variando de 13 a 29 meses. Apesar da detecção precoce ser favorável, 20% dos casos recorrentes têm um prognóstico ruim, com uma sobrevida média de apenas 12 meses com quimioterapia de agente único. A instabilidade de microssatélites (MSI) é resultado da incapacidade das enzimas de reparo de erros de pareamento de DNA de corrigir mutações aleatórias (denominada dMMR), levando à tumorigênese. O CE pode ser caracterizado como deficiente em reparo de erros de pareamento (dMMR) ou proficiente em reparo de erros de pareamento (pMMR), com base na presença ou ausência dessas proteínas de reparo. A prevalência de CE dMMR é de aproximadamente 25-30%, portanto, uma grande porcentagem de CE é pMMR. - O estudo KEYNOTE-868/NRG-GY018, um estudo de Fase 3, multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, que incluiu dois coortes separados com base no status de MMR (dMMR e pMMR), incluiu pacientes com câncer endometrial em Estágio III mensurável, Estágio IVA mensurável, Estágio IVB ou recorrente (com ou sem doença mensurável). Um total de 810 pacientes foram randomizados na proporção de 1:1 para receber pembrolizumabe mais carboplatina e paclitaxel, seguido por pembrolizumabe, ou placebo mais carboplatina e paclitaxel, seguido por placebo. O pembrolizumabe foi administrado intravenosamente (IV) a cada 3 semanas por 6 doses em combinação com carboplatina e paclitaxel, seguido por monoterapia a cada 6 semanas, continuando até a progressão da doença, toxicidade inaceitável ou até 14 ciclos. O desfecho primário do estudo foi a sobrevida livre de progressão (SLP) avaliada pelo investigador (INV) nos coortes pMMR e dMMR, utilizando os Critérios de Avaliação de Resposta em Tumores Sólidos (RECIST v1.1). As populações dMMR e pMMR foram testadas separadamente. O estudo demonstrou melhorias estatisticamente significativas na SLP para as pacientes randomizadas para KEYTRUDA® em combinação com quimioterapia comparado à placebo em combinação com quimioterapia, tanto nas populações dMMR como pMMR. A mediana do tempo de acompanhamento foi de 13,6 meses (faixa: 0,6 a 39,4 meses) e 8,7 meses (faixa: 0,1 a 37,2 meses) nas populações dMMR e pMMR, respectivamente. Na população dMMR, a SLP e a mediana em meses para a SLP foram de 26% (29/110 pacientes) e NA (30,7; NA) e de 54% (60/112 pacientes) e 8,3 (6,5; 12,3) nos grupos tratado com Keytruda com quimioterapia e placebo com quimioterapia, respectivamente. Na população pMMR, a SLP e a mediana em meses para a SLP foram de 32% (95/294 pacientes) e 13,1 (10,6;19,5) e de 47% (138/294 pacientes) e 8,7 (8,4; 11) nos grupos tratado com Keytruda com quimioterapia e placebo com quimioterapia, respectivamente. No geral, a toxicidade do pembrolizumabe mais carboplatina e paclitaxel foi considerada aceitável para a população-alvo com uma condição grave e com risco de vida. - O pedido de inclusão de nova indicação terapêutica de Keytruda foi enquadrado como prioritário nos termos do inciso I do art. 4º, da Resolução RDC nº 204/2017. |