ANTT recebe diretoria da Vale para prestação de contas

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) recebeu, na última terça-feira (15/8), a diretoria da Vale S.A. para realizar o alinhamento estratégico das ferrovias de sua responsabilidade e que estão com obras em andamento. Entre os assuntos pertinentes de maior de destaque estavam as entregas e cronograma da Ferrovia de Integração Centro Oeste (FICO), evolução da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), as entregas da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e o Plano de Investimentos da empresa com uma projeção até o final de 2024.

A Vale apresentou breve relatório dos investimentos obrigatórios entregues em 2022 para as concessões da EFC e da EFVM, bem como o avanço do investimentos previstos até o final de 2023.

A Diretoria da ANTT debateu sobre o cronograma para as obrigações relacionadas à FICO. Por ser um projeto robusto e de investimento cruzado, uma contrapartida da Vale S.A. pela prorrogação antecipada do contrato de concessão da EFVM, foi questionado à empresa como estavam, por exemplo, as tratativas com o IBAMA sobre o Plano de Trabalho do Componente Indígena (PTCI) e outras ações que envolvem a preservação ambiental, desapropriações e ações que devem ser tomadas na região.

Para Rafael Vitale, diretor-geral da ANTT, todos os esforços serão realizados por parte da Agência para que o cronograma seja atendido e as obras entregues à população brasileira. “A Agência está aberta para discutir e fazer a interlocução com outras instituições que se façam necessárias, mas vai cobrar que as obrigações contratuais sejam cumpridas.”

A ANTT também questionou sobre a evolução de outro projeto importante como a entrega do Ramal Anchieta, da Estrada de Ferro Vitória Minas, que prevê a construção de 80 km de ferrovia e possibilitará no futuro a ligação férrea ao Porto de UBU (Espírito Santo).

Segundo o diretor de Assuntos Regulatórios da Vale, Marcelo Sampaio, a Vale está empenhada em trabalhar da melhor maneira possível para fazer com que os projetos deem certo. “No caso do Ramal Anchieta, avançamos muito no desenvolvimento do projeto, que vem sendo acompanhado por um grupo de trabalho coordenado pelo Governo do Estado e composto por representantes de órgãos públicos, da Federação das Indústrias (Findes), do ES em Ação e da Vale, e com o apoio constante da ANTT. A partir do momento em que tivermos todas as licenças e a liberação das áreas para as obras, o prazo de implantação da ferrovia será de aproximadamente 60 meses”.

Entenda os objetivos e benefícios da FICO - A Ferrovia de Integração Centro-Oeste tem por objetivos: I) estabelecer alternativas mais econômicas para os fluxos de carga de longa distância; II) favorecer a multimodalidade; III) interligar a malha ferroviária brasileira; IV) propor nova alternativa logística para o escoamento da produção agrícola e de mineração para os sistemas portuários do Norte e Nordeste; e V) incentivar investimentos, que irão incrementar a produção e induzir processos produtivos modernos.

Trará, ainda, os seguintes benefícios: I) proporcionará alternativa no direcionamento de cargas para os portos do Norte e Nordeste, principalmente aquelas produzidas em Goiás, Mato Grosso e Rondônia, e assim, reduzir o percurso e o custo do transporte marítimo de grãos e minérios exportados para os portos do Oceano Atlântico, Europa, Oriente Médio e Ásia; II) aumentará a produção agroindustrial da região, motivada por melhores condições de acesso aos mercados nacional e internacional; e III) possibilitará e estimulará a exploração de reservas minerais ainda pouco exploradas.