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Estrada de Ferro Carajás é interditada por índios
A Estrada de Ferro Carajás (EFC), administrada pela Vale e que corta 23 municípios maranhenses e quatro cidades paraenses, foi interditada novamente, na manhã de ontem, por 200 índios das etnias Krenjê, Tenetehara, Awá-Guajá, Apãniekra, Ramkokramekra, Gavião e Krikati. O bloqueio ocorreu no Km-289, no município de Alto Alegre do Pindaré, em trecho próximo à Aldeia Maçaranduba, mesma área alvo de interrupção no fluxo de trens na quarta-feira (3). Segundo as lideranças dos movimentos indígenas, o objetivo do protesto, cujo foco não é a Vale, é reivindicar o cumprimento de ações nas áreas de saúde e educação, entre outras. Eles também querem a saída dos coordenadores do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), Licínio Brites Carmona e Antônio Isídio da Silva. Até o fechamento desta edição, a EFC permanecia bloqueada.
De acordo com a cacique da Aldeia Maçaranduba, Marcilene Guajajara, a Vale comprometeu-se em fazer a interlocução com o governo a respeito do pleito dos índios, no entanto, o prazo para esse ato terminou na terça-feira (9). "Nós já recorremos ao Ministério Público, à Justiça, a tudo quanto foi gente, e eles só falam em reunião e nada de resolver a nossa situação. Sabermos que a Vale é um empresa muito grande, e que o governo escuta o que ela pede", disse.
Em nota, a Vale informou que aguarda um novo cumprimento do documento de reintegração de posse, obtido na semana passada na Justiça Federal. A Vale citou também que “respeita o direito de manifestação dos povos indígenas e busca estabelecer um relacionamento positivo, construtivo e de confiança mútua com essas comunidades. Contudo,repudia ações de violência que põe em risco a segurança das pessoas e o patrimônio público e privado”.
Vale afirma que não houve prejuízo aos passageiros
A Vale informou que, mesmo com a manifestação e a suspensão das atividades na EFC, não houve prejuízos aos passageiros ontem, já que, às quartas-feiras, não há viagens. No entanto, em caso de manutenção da interdição, a viagem programada para hoje deverá ser cancelada. A empresa informou também que, a cada semana, são realizadas seis viagens. Às segundas e quintas-feiras e aos sábados, o trem percorre o trecho São Luís (MA)-Parauapebas (PA). Às terças, sextas-feiras e aos domingos, o trem faz o itinerário Parauapebas (PA)-São Luís (MA). Por dia, o trem da EFC transporta, em média, 1.300 passageiros.
(O Estado do Maranhão – MA
Edição do dia 11/07/2013)