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Após redução nos investimentos, projeto do Trem Metropolitano exclui cidades em Minas
Atrasado, defasado e agora reduzido a menos da metade. Planejado em 2011 e anunciado com pompa nos últimos anos para transportar passageiros de 26 cidades mineiras, em 505 km de ferrovias, o Trem Metropolitano promete atender somente 13 municípios. O trajeto terá 192 quilômetros. Os motivos alegados para o descompasso são a inviabilidade econômica e a baixa demanda em algumas localidades.
A mudança foi anunciada na sexta-feira (26), na Cidade Administrativa, durante a assinatura de um acordo de cooperação técnica entre o governo estadual, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), do governo federal, que vai elaborar o projeto do Trem Metropolitano.
A pedido do governo de Minas, a UFMG realizou um estudo de viabilidade econômica, buscando construir um anteprojeto para a implantação do sistema. Questionado sobre a drástica mudança na proposta inicial, o secretário de Gestão Metropolitana, Alexandre Silveira, disse que os 192 km anunciados são perfeitamente possíveis neste momento. O restante demandaria a implantação de um outro modal, específico para os trens de carga.
“Mais de 1.500 quilômetros foram analisados. Os 200 km são possíveis. Os outros, com segurança, mesmo fazendo intervenções e compatibilizando o que existe, não são”, disse Silveira. De acordo com ele, outra proposta é a construção do Ferroanel, que vai retirar os trens de carga do núcleo metropolitano. Com o projeto, ainda sem prazo definido de execução definido, seria possível liberar os trilhos que hoje servem apenas ao setor privado.
O novo projeto do Trem Metropolitano contempla três lotes. A linha A (Betim/Nova Lima) terá a licitação concluída até o fim deste ano, com início de operação em 2017. Com 59,8 km de extensão, a expectativa é a de que ela possa atender a 140 mil passageiros por dia, em cinco cidades. O investimento apenas nesse ramal é de R$ 1,8 bilhão. Ainda existem as linhas B (BH/Nova Lima) e C (BH/Sete Lagoas).
O consultor em trânsito Osias Batista Neto ressalta a utilização do trem como transporte público em países desenvolvidos. Para ele, há demanda de passageiros, além de potencial turístico. “É preciso que o governo não paralise obras por falta de interesse da iniciativa privada e arque com os custos operacionais. A redução do projeto não prejudica ninguém, só deixa de beneficiar”, diz.
(Hoje em Dia – MG
Edição do dia 27/07/2013)