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Enaex-2019 debate segurança da navegação na Amazônia
O diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ, Adalberto Tokarski, participou do Encontro Nacional de Comércio Exterior – ENAEX 2019, realizado pela Associação Brasileira de Comércio Exterior – AEB, nos dias 21 e 22 últimos, no Rio de Janeiro. Tokarski explanou sobre a navegação na Amazônia e a insegurança para as embarcações que utilizam os rios da Região, por conta da ação de piratas, no painel sobre Propostas para Reduzir o Ônus da Logística Brasileira.
O painel, que foi mediado pelo coordenador da Câmara de Logística Integrada da AEB, Jovelino Pires, contou com as participações do diretor-geral da ANTAQ, Mário Povia, e do diretor da AEB, Aluisio Sobreira.
Tokarski informou que 85% da navegação interior do Brasil ocorre na Amazônia, com grande sucesso. Para o diretor da ANTAQ, o transporte de grãos pelos rios da Região, com a saída dessas mercadorias por Miritituba, no Pará, deverá ganhar novo impulso com a conclusão, até o final deste mês, da BR-163, conforme noticiado pela imprensa.
“A saída Norte está ficando cada vez mais estratégica para escoamento de grãos do país. Temos operando na região seis Estações de Transbordo de Cargas (ETCs). Há alguns anos, 700 mil de toneladas de carga saiam por aquela região. Hoje, são dez milhões de toneladas”, afirmou.
Contudo, Tokarski chamou a atenção para os graves problemas com a segurança da navegação na região, que são o roubo e o furto de cargas, cada vez mais frequentes. “Bandidos sequestram a embarcação e saqueiam as cargas, gerando um prejuízo enorme, levando os donos das embarcações a contratar vigilância armada, o que onera muito o custo do transporte”, observou.
Para ele, a solução seria uma ação coordenada do Governo Estadual, Polícia Federal, Marinha do Brasil e Receita Federal. “Esses ilícitos que vêm ocorrendo dão margem ao crescimento do tráfico de drogas pelos rios, com entrada dessas drogas pela Colômbia e pelo Peru. Da minha parte, reuni-me com o comandante da Marinha e com o chefe da Inteligência do Exército para acharmos uma solução para o problema”, disse.
Tokarski explicou que a ANTAQ é responsável pela regulação e fiscalização do transporte interestadual e internacional de cargas e de passageiros. “Mas posso adiantar que o Governo já está atuando no sentido de coibir a pirataria na região, com a criação do Cismar junto à Marinha, ao qual deverão se integrar outros órgãos, como a Polícia Federal, a ANTAQ e a Receita, entre outros. Com certeza, precisamos de uma ação setorial urgente do Cismar na Amazônia”, concluiu.