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Segundo dia de CooperaPortos traz palestras sobre transição energética na frota marítima
Rio de Janeiro, 04/10/2022 - Até 2026, o óleo diesel marítimo e o óleo combustível com baixo teor de enxofre deverão abastecer quase a totalidade da frota marítima. Também haverá o desenvolvimento de projetos para uso de hidrogênio e amônia, além do aumento de testes utilizando-se metanol e biocombustíveis. Essas foram algumas projeções apresentadas pela Comissão Coordenadora dos Assuntos da Organização Marítima Internacional (CCA-IMO/Marinha do Brasil) nesta terça-feira (04), no XXIX Encontro Cooperaportos - que acontece sob coordenação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e se encerra na quarta-feira (05), no Porto do Açu (RJ).
A previsão é de que, até 2030, combustíveis do tipo drop-in (bio-hidrocarbonetos, como o diesel verde) ou que requeiram retrofit mais simples (uma espécie de conversão para uso de combustíveis sustentáveis) sejam predominantes no setor. O Metanol e os biocombustíveis poderão ter um papel importante nesta transição. Supõe-se, ainda, que uma parcela pequena da frota marítima seja movida a amônia e hidrogênio. Em um planejamento estratégico, espera-se que, até 2050, uma parte considerável dos navios utilize combustíveis de baixo ou neutro carbono, conforme traçado exposto no painel “Combustíveis Verdes e Mudanças Climáticas”.
Também foram expostas, no mesmo cronograma, as medidas de mitigação e adaptação climática na percepção dos gestores e a sua inserção no planejamento e estruturação de projetos. Um ponto relevante se deu após a apresentação de uma pesquisa realizada pela gerência de Meio Ambiente da Infra S.A, que apresentou os resultados de uma pesquisa realizada com as autoridades portuárias sobre a gestão das mudanças climáticas: quando perguntado às autoridades portuárias sobre o uso de combustível alternativo - como gás natural, metanol, amônia, por exemplo, aqueles que se predispuseram a participar - em sua maioria (54,8%), disseram que tinham muito conhecimento sobre o tema, enquanto que 19% afirmaram não ter nenhum conhecimento.
Dentre as medidas e ações debatidas no encontro que podem ser adotadas para adaptação e mitigação dos impactos das mudanças climáticas estão: geração de eletricidade com zero emissão de CO2; priorização de ferrovias; e baterias instaladas em pequenas embarcações.
Eólicas Offshore
De acordo com a Marinha do Brasil, o Planejamento Espacial Marinho (PEM) é um instrumento público para a governança e soberania da Amazônia Azul - área marítima brasileira que, por conta das riquezas naturais e minerais abundantes, é chamada assim numa comparação à importância da floresta amazônica para o país. Com o PEM, há um maior planejamento para o emprego mais racional do espaço marinho e as interações entre seus usos.
Nesse contexto, o sistema de energia eólica offshore (fonte de energia limpa e renovável que se obtém a partir do aproveitamento da força do vento que sopra em alto-mar) é fundamental. Porém, para o seu estabelecimento, são necessários o PEM e o desenvolvimento da infraestrutura portuária.
Participação Dinamarquesa
Representantes da Autoridade Marítima Dinamarquesa e da Autoridade Dinamarquesa de Aviação Civil e Ferroviária participaram do Cooperaportos na manhã desta terça-feira. As autoridades estrangeiras abordaram a importância da descarbonização no transporte marítimo.
Assessoria de Comunicação Social da ANTAQ