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Diretor da ANTAQ participa do 1º fórum para o desenvolvimento da navegação interior em Belém
Tokarski defendeu a construção da ferrovia Ferrogrão
Nesta quarta-feira (1º), em Belém (PA), o diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ, Adalberto Tokarski, participou do 1º Fórum para o Desenvolvimento da Navegação Interior, promovido pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação Interior (Abani). O encontro foi realizado no Ferry Boat “Almirante Fortuna”, do Grupo Reicon, e teve como tema principal a Ferrovia Ferrogrão e sua importância para logística de transportes do Pará. Ao final do evento, foi elaborada a Carta da Integração Logística do Pará em Defesa da Ferrogrão, assinada pelas autoridades presentes e que será entregue ao governador do Estado, Helder Barbalho.
O evento foi aberto pelo presidente da Abani, Dodó Carvalho e pelo vice-presidente da Associação, Jose Rebelo III. Ambos enalteceram o trabalho desempenhado pelo diretor da ANTAQ, que deixará o cargo em fevereiro do próximo ano, na defesa do setor da navegação interior. O encontro também contou com a participação de diversas autoridades paraenses, entre as quais o prefeito de Itaituba, Valmir Climaco, e representantes das federações da indústria, agricultura e comércio do estado do Pará, respectivamente, Eliana Zacca, José Maria Mendonça e Felipe Gomes Chamma.
Ao iniciar sua palestra, o diretor da ANTAQ, que também moderou os debates do evento, discorreu sobre as competências da Agência em relação à navegação interior, entre as quais as autorizações a empresas do transporte de navegação interior de passageiros interestadual, de cargas longitudinal e de travessias.
Na oportunidade, Tokarski também apresentou dados sobre a movimentação de mercadorias pelas instalações portuárias brasileiras e no chamado “Arco Amazônico”. Segundo informou, os portos do arco movimentaram 360 milhões de toneladas de cargas em 2020, representando mais de 30% da movimentação portuária brasileira. Conforme o diretor, fazem parte do Arco Amazônico nove complexos portuários, integradas por 68 instalações portuárias, sendo 29 operando na cabotagem e no longo curso e 23 exclusivamente no longo curso.
Em defesa da Ferrogrão, o diretor da ANTAQ destacou a importância da ferrovia para a logística da região e a consequente redução dos custos de transportes com a sua construção. “Ao proporcionar mais concorrência, a Ferrogrão irá potencializar a utilização da navegação fluvial pelos rios da Amazônia, barateando o frete brasileiro, principalmente de grãos”, afirmou.
Chamada tecnicamente de EF-170, a ferrovia Ferrogrão irá ligar os estados do Mato Grosso e Pará, entre os municípios de Sinop e Itaituba, e servirá para escoar a produção de grãos da região. Atualmente, há estudos para construção do trecho entre Sinop e o Porto de Miritituba, em Itaituba, na margem direita do rio Tapajós.
Tokarski também destacou o possível avanço de outra ferrovia, a Ferronorte. Conforme mencionou, caso a Ferrogrão não venha a ser construída, a Ferronorte poderá atrair parte do volume de carga atualmente escoado pelo Arco Amazônico pelo Corredor do rio Tapajós.
O diretor da ANTAQ falou ainda sobre a recente visita técnica que fez liderando uma comitiva de 40 pessoas ligadas à logística de transportes e do agronegócio ao Corredor do rio Tapajós, saindo de Sinop, no Mato Grosso, pela BR 163, chegando à Miritituba/Itaituba, no Pará, e navegando até Santarém. “A viagem mostrou o grande crescimento da infraestrutura dessa região em relação a dez anos atrás”, observou.
Na sequência, a representante da Empresa Hidrovias do Brasil, Gleize Gealh, apresentou um estudo minucioso sobre o atual cenário e destinos futuros das cargas brasileiras. Greici informou que 37% da exportação do milho e da soja do Mato Grosso foi escoada pelos terminais paraenses. Para ela, a construção da Ferrogrão manterá o Pará como protagonista na exportação de grãos do país.