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Diretor da ANTAQ apresenta resultados do Estatístico Aquaviário em evento da Adecon/Andmap
O diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ, Adalberto Tokarski, participou na última quarta-feira (10) de videoconferência sobre os resultados do Estatístico Aquaviário de 2020, com foco na movimentação e no transporte de cargas no chamado Arco Norte.
O encontro foi promovido pela Agência de Desenvolvimento Sustentável do Corredor Centro-Norte – Adecon e pela Associação Nacional de Direito Aduaneiro e Portuário – ANDMAP, e reuniu especialistas e autoridades do setor portuário, como o presidente do Porto do Itaqui, Ted Lago, e a presidente da Comissão de Direito Marítimo, Portuário e Aduaneiro da OAB-Maranhão, Najla Buhatem.
Em sua apresentação, Tokasrki lembrou que após a Lei nº 12.815, que retirou a exigência de os TUPs movimentarem preponderantemente carga própria, houve um boom de investimentos no setor. “Até 2013, nós tínhamos cerca de cem TUPs e ETCs, hoje, passamos de duzentos. Ou seja, são alguns milhões de reais que vêm sendo investidos, modernizando, melhorando e aumentando a oferta de infraestrutura portuária”, observou.
Segundo o diretor da ANTAQ, considerando o volume de cargas movimentadas, 99% das exportações brasileiras passam pelos portos marítimos e fluviais, representando em valores (US$) 88% do total exportado. Em 2020, o sistema portuário nacional (portos públicos e portos privados) movimentou 1,151 bilhão de toneladas de cargas, +4,2% em comparação ao movimentado em 2019.
Entre as principais mercadorias movimentadas para exportação nos portos brasileiros, destaque para o minério de ferro, com uma participação de 52% do total; soja (12%); petróleo (7%); açúcar e milho, ambas representando 5% de participação do total de cargas movimentadas para exportação cada.
Em relação à movimentação por tipo de instalação portuária, a operação dos terminais privados aumentou 39,9% contra 31,6% dos terminais públicos nos últimos nove anos, o que, segundo Tokarski, se deve, em boa parte, à entrada em operação de novos terminais privados autorizados no sistema portuário nacional.
Comentando sobre o escoamento da soja e do milho, o diretor da ANTAQ destacou que a movimentação das duas mercadorias no Porto do Itaqui vem crescendo ano a ano, e a tendência é crescer cada vez mais. Contudo, o diretor da ANTAQ chama a atenção para o fato de que, depois de muitos anos funcionando sem problemas, o fluxo de caminhões na BR-158, em Mato Grosso, foi interrompido este ano. “Isso não pode voltar a acontecer, sob pena de termos essa logística afetada e perdermos investimentos”, apontou.
Tokarski também fez referência a problemas no escoamento da soja e do milho pela Saída Norte, devido ao mau estado de conservação do asfalto em trecho de rodovia, no Pará, em direção ao Tocantins, para chegar na Ferrovia Norte-Sul. Segundo o diretor da ANTAQ, esses gargalos podem afetar a competitividade do Arco Norte e o escoamento das cargas pelo Porto do Itaqui:
“O tramo sul, da Norte-Sul, acabou de ser inaugurado. Com isso, se o corredor para o norte não estiver todo estruturado, vai perder carga para o sul”, salientou. E concluiu: “Temos uma ferrovia estruturante e o maior investimento já foi feito. Agora é trabalhar no fomento dessa saída pelo corredor norte”.