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ESTUDO
Brasil recuperou 551 km de vias interiores economicamente navegadas em 2020
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) divulga, nesta sexta-feira (10), a nova edição do estudo sobre as vias interiores “economicamente navegadas” (VEN 2020). O levantamento, feito a cada dois anos, aponta que a extensão das vias fluviais economicamente navegadas no Brasil atingiu 19.167 quilômetros em 2020, um acréscimo de 551 quilômetros em relação aos dados apurados em 2018.
Acesse aqui o estudo completo .
Para o diretor da ANTAQ e relator da matéria, Adalberto Tokarski, embora ainda tímido, o resultado mostra o reconhecimento das vantagens do modal hidroviário pelos donos de cargas, investidores e prestadores de serviço do setor. “O transporte aquaviário é mais eficiente em percursos longos e grandes quantidades de cargas, especialmente commodities, além de ser ambientalmente mais amigável. Investimentos nesse modal para o transporte de carga melhora a logística brasileira e torna a matriz mais equilibrada”.
O primeiro estudo, relativo aos anos de 2010 e 2011, constatou a existência de 20.955 km de vias interiores “economicamente navegadas” no país. Os demais apresentaram os dados de 2013, 2016 e 2018, com os seguintes resultados: 20.037, 19.463 e 18.616 km, respectivamente. Agora, são 551 quilômetros a mais do que o apurado no estudo realizado pela Agência, em 2018, representando crescimento de 2,96%.
Segundo Tokarski, os portos do “Arco Amazônico”, por exemplo, movimentaram 360 milhões de toneladas de cargas em 2020, representando mais de 30% da movimentação portuária brasileira. Isso mostra a importância e o potencial da região que dispõe, atualmente, de 9 complexos portuários, integradas por 68 instalações portuárias, sendo 29 operando na cabotagem e no longo curso, e 23 exclusivamente no longo curso.
De acordo com o superintendente de Desempenho, Desenvolvimento e Sustentabilidade da ANTAQ, José Renato Fialho, as mudanças observadas, entre 2018 e 2020, se devem à dinâmica do mercado. “As pequenas diferenças constatadas são mais conjunturais do que estruturais, indicando que uma política pública mais voltada para o desenvolvimento das vias navegáveis poderia alterar esse cenário de estagnação e acelerar a recuperação de investimentos no setor”.
São consideradas vias aquaviárias interiores economicamente navegadas aquelas em que há ocorrência de transporte por Empresa Brasileira de Navegação (EBN) ou empresa estadual prestando serviço nas navegações longitudinal de cargas, longitudinal de passageiros ou longitudinal misto (passageiros e carga).
Levantamento por bacia
Considerando a distribuição das vias por bacia hidrográfica, o levantamento da ANTAQ apurou que a Região Hidrográfica Amazônica, que representa aproximadamente 81% do total das vias economicamente navegadas do país, foi a que mais cresceu: aumento de 3,38% em comparação com o levantamento anterior, o que corresponde a mais 508 km na sua extensão.
Outras regiões hidrográficas que apresentaram aumentos de extensão foram: Paraná, que cresceu 38 km, registrando aumento de 3% em relação ao apurado no levantamento de 2018, e a do Tocantins-Araguaia, que somou mais 9 km, aumento de 0,67% na comparação com o levantamento anterior.
Já as bacias do Paraguai e Atlântico Sul tiveram suas extensões reduzidas em comparação com a sondagem anterior de, respectivamente, 3 km (-0,51%) e 1 km (-0,25%). A região do São Francisco não apresentou navegação econômica nos dois últimos levantamentos. Em 2016, cerca de 576 km eram navegados economicamente naquela hidrovia.
Com a nova aferição, as bacias hidrográficas passam a ter a seguintes extensões economicamente navegadas: Paraguai, 588 km; Paraná, 1.305 km; Amazônica, 15.522; Atlântico Sul, 405 km; e Tocantins-Araguaia, 1.347 km.
Metodologia
Para realizar o levantamento, a ANTAQ utilizou informações dos bancos de dados federais que contemplam o transporte aquaviário – o Sistema de Desempenho Portuário (SDP) –, da Agência, e o Sistema Mercante, de gestão do Ministério da Economia.
As simulações para aferição da extensão das vias navegadas são realizadas com o auxílio do Sistema de Informações Georreferenciadas da ANTAQ. A ferramenta de caminhos mínimos do SIGTAQ identifica e calcula, em quilômetros, o percurso hidroviário entre um par de origem/destino (O/D). Supondo-se que este seja o caminho percorrido pela embarcação e subtraindo-se eventuais sobreposições de trechos para os vários pares O/D, encontra-se a extensão total das vias navegadas.