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Integração, boas práticas, novos modelos e foco na qualidade
Foram três dias de integração, troca de experiências e ricos debates, com diversos pontos de vista sobre o cenário da saúde suplementar brasileira. Mais de 300 pessoas participaram do Encontro ANS Centro-Oeste no período de 15 a 17 de agosto, em Brasília. Além dos oito painéis com debates sobre temas relacionados à regulação do setor de planos de saúde, foram realizados no evento 187 atendimentos para esclarecimento de dúvidas das operadoras por técnicos de diferentes áreas da Agência.
Painel 1 – ESG
O último dia do Encontro ANS Centro-Oeste foi aberto pela secretária-executiva da Agência, Lenise Secchin, no painel sobre responsabilidade socioambiental e governança (ESG). Ela destacou o processo de desenvolvimento da política de ESG na ANS, que teve total apoio do diretor-presidente, Paulo Rebello e, na sequência, dos demais integrantes da diretoria colegiada da Agência: “Nossa política é uma iniciativa inovadora, disruptiva. Está servindo de modelo para o setor público e como indução de boas práticas para o setor de saúde suplementar. Uma das premissas básicas do ESG é a coletividade para que as ações somadas tragam bons resultados para a sociedade”, ressaltou.
Secretária-executiva da Agência, Lenise Secchin, destacou o processo de desenvolvimento da política de ESG na ANS.
O assessor de Assuntos Estratégicos da ANS, Renato Cader, falou sobre o pioneirismo da ANS no tema dentro da Administração Pública Federal.
A especialista em regulação de saúde suplementar da ANS Andrea Brites apresentou o painel dinâmico com dados sobre o projeto ESG.
Painel 2 – Saúde baseada em valor e coordenação do cuidado, mudança populacional e epidemiológica
No segundo painel do dia, a gerente de Estímulo à Inovação e Avaliação da Qualidade Setorial, Ana Paula Cavalcante, falou sobre saúde baseada em valor: “A relação entre os desfechos clínicos e os custos para atingir esses resultados é o que realmente importa para os pacientes" apontou. Segundo Cavalcante, o valor deve ser medido pelo ciclo do atendimento e não por um único procedimento, serviço, consulta ou exame.
A gerente de Estímulo à Inovação e Avaliação da Qualidade Setorial, Ana Paula Cavalcante, fala sobre saúde baseada em valor
A diretora-adjunta de Desenvolvimento Setorial da ANS, Angélica Carvalho, fez a moderação do painel e ressaltou a necessidade urgente de que o setor entenda que a saúde das próprias operadoras depende de uma mudança no modelo assistencial. “Precisamos promover o cuidado para que, daqui a 20 anos, quando a base da pirâmide for menor que o topo, ou seja, quando a parcela idosa se tornar maior comparativamente à parcela mais jovem, tenhamos feito um trabalho ao longo da vida de redução de exposição das pessoas à fatores de risco e consequente diminuição de doenças crônicas”, enfatizou.
A diretora-adjunta de Desenvolvimento Setorial da ANS, Angélica Carvalho, fez a moderação do painel e ressaltou a necessidade urgente de que o setor entenda que a saúde das próprias operadoras depende de uma mudança no modelo assistencial.
O presidente da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABRAMED), Wilson Shcolnik, abordou o valor dos exames laboratoriais e de imagem na linha de cuidado aos pacientes e sua contribuição desde a prevenção, identificação de fatores de risco, apoio na confirmação de diagnósticos, definição e gerenciamento de tratamentos e vigilância epidemiológica, como ocorreu na pandemia de COVID-19. Scholnik falou sobre a variabilidade existente na utilização desses recursos em outros países e da necessidade de se estudar a situação brasileira na saúde suplementar. “O setor de medicina diagnóstica privado é dependente do sistema de saúde suplementar. Precisamos de iniciativas educativas para a sustentabilidade e o uso racional de exames”, concluiu.
O presidente da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABRAMED), Wilson Shcolnik, participa da mesa sobre saúde baseada em valor e coordenação do cuidado, mudança populacional e epidemiológica
O presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (ABRAMGE), Renato Casarotti, destacou dois pontos centrais na consolidação de modelos de acesso à saúde verdadeiramente baseados em valor: medição disciplinada de desfechos clínicos e eficiência econômica; e diálogo transparente e construtivo entre os elos da cadeia, incluindo o paciente. “Sem o primeiro ponto, passamos a navegar no escuro e as chances de errar a rota crescem exponencialmente. Sem o segundo, some a confiança necessária para estabelecer - e progressivamente aprimorar - parcerias sólidas que beneficiem a todos os envolvidos”, afirmou.
Renato Casarotti, da ABRAMGE, falou sobre dois pontos centrais na consolidação de modelos de acesso à saúde verdadeiramente baseados em valor.
Painel 3 – Qualidade da assistência, novos modelos de Atenção Primária à Saúde e Acreditação
No terceiro painel do dia, a coordenadora de Indução à Melhoria da Qualidade Setorial, Kátia Audi, relacionou os vários programas da ANS de indução à qualidade e falou sobre os problemas que a ausência de uma coordenação do cuidado traz para a tríade operadora-beneficiário-prestador. " Um modelo voltado para o atendimento no hospital, focado em procedimentos e tendo como principal porta de entrada a urgência e emergência fragmenta o cuidado, dificulta uma assistência em saúde resolutiva e de qualidade, além de causar desperdício de receita", ressaltou Aud i.
A coordenadora de Indução à Melhoria da Qualidade Setorial, Kátia Audi, relacionou os vários programas da ANS de indução à qualidade.
Exemplificando o que foi dito no painel, Francisco Tavares, da Unimed Uberlândia, disse que o modelo de Atenção Primária à Saúde usado na operadora foi importante fator para melhor uso da receita, tendo inclusive gerado aumento do lucro ano a ano. “A carteira acompanhada pela APS tem cerca de 9 pontos percentuais de sinistralidade a menos que a carteira que não está na APS. Se fizéssemos a expansão da APS para toda carteira, poderíamos ter algo entre 3 e 4 milhões a mais de resultado”, projetou Tavares.
Da Unimed Uberlândia, Francisco Tavares trouxe as boas práticas da operadora.
Painel 4 – Mapa Assistencial e seu reflexos econômico-financeiros
No último painel do Encontro ANS Centro-Oeste, a gerente de Monitoramento Assistencial, Flavia Tanaka, apresentou o painel dinâmico
Mapa Assistencial
, disponível no portal da Agência: “Informação é a base de uma boa gestão do cuidado em saúde. Para que, de fato, as operadoras atuem com um modelo de atenção com coordenação do cuidado, focado em resultados em saúde, que é essencial para a sustentabilidade e redução de desperdícios na assistência.
A gerente de Monitoramento Assistencial, Flavia Tanaka, apresentou o painel dinâmico Mapa Assistencial, disponível no portal da Agência.
O diretor-adjunto de Normas e Habilitação das Operadoras, Cesar Serra, fez considerações sobre as informações trazidas pelo Mapa Assistencial relacionando-as ao momento atual do setor: "Ninguém discorda de que o momento atual não é o mais favorável. Entretanto os dados enviados à ANS não mostram um aumento exorbitante de custos, seja na ótica financeira, seja na ótica de utilização de serviços de saúde. Para termos as melhores medidas de enfrentamento dos atuais desafios, precisamos conhecer suas reais causas", afirmou.
O diretor-adjunto de Normas e Habilitação das Operadoras, Cesar Serra, fez considerações sobre as informações trazidas pelo Mapa Assistencial relacionando-as ao momento atual do setor.
O pesquisador da Fiocruz Jorge Barreto enfatizou aspectos relacionados com a institucionalização do uso de evidências para a tomada de decisão na formulação e implementação de intervenções nos serviços e sistemas de saúde, em especial para a melhoria da qualidade e dos resultados para os usuários.
Jorge Barreto, da Fiocruz, fala no último painel do Encontro ANS.
No encerramento, o diretor-presidente Paulo Rebello celebrou o sucesso do evento. “O Encontro ANS se firma como principal evento do setor que reúne perspectivas para o futuro a medida que aprendemos com o que passou. Possibilitar a troca e o desenvolvimento sustentável do setor está no escopo de ações da ANS e nós vamos continuar atuando nesse desenvolvimento”, concluiu.
Diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello, encerra o evento.
Diretoria da ANS no encerramento do Encontro ANS Centro-Oeste - Brasília.
Equipe da ANS no último dia de evento.
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