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Evento virtual propõe debate sobre cuidados para o envelhecimento saudável
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) promoveu na quarta-feira, 19/6, um encontro virtual que teve a saúde e o bem-estar da pessoa idosa como tema central. O evento contou com participação do médico epidemiologista e especialista em políticas de saúde pública relacionadas à longevidade, Alexandre Kalache, que é pioneiro no estudo das questões do envelhecimento e tornou-se um ativista dos diretos das pessoas idosas. Mais de 400 usuários se conectaram à live, que aconteceu ao vivo pelo canal da ANS no YouTube e está disponível para visualização no link Live Linha de Cuidado para Atenção Integral à Pessoa Idosa - Idoso Bem Cuidado (youtube.com). Até o fim do dia já eram mais de 1.200 visualizações.
O Diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS (DIDES), Maurício Nunes, fez a abertura da live. Ele disse que o objetivo era debater estratégias sobre o cuidado com os idosos, fortalecendo pontos fundamentais para a ANS, como o fortalecimento da promoção à saúde, a prevenção de doenças e o estímulo ao cuidado contínuo ao longo da vida. Maurício também destacou que, em quase 20 anos, houve aumento na proporção de beneficiários de planos de saúde nas faixas a partir de 60 anos e diminuição nas faixas que vão até 19 anos, um indicativo de que é preciso olhar para esse grupo de consumidores com maior atenção. “É imprescindível pensarmos na saúde das pessoas, no aumento da expectativa de vida, para que possamos buscar um processo de envelhecimento com a melhor saúde possível”, destacou.
De acordo com o Censo de 2022, a expectativa de vida do brasileiro é, em média, de 75,5 anos, 18 anos a mais que em 1970.
ANS promove ações em prol da promoção da saúde
Maurício Nunes lembrou ainda que a ANS realiza projetos e programas que incentivam as operadoras a combaterem as causas e os principais fatores de risco que acometem a saúde dos idosos. Um deles é o Programa de Promoção à Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças (Promoprev), que conta com mais de 400 programas voltados para adultos e idosos. Outro é o Programa de Certificação em Atenção Primária à Saúde, que tem o idoso como público-alvo para a obtenção da certificação.
Especialista de renome mundial
Primeiro palestrante do encontro virtual, Alexandre Kalache falou sobre o tema “O desafio de um país que envelhece rapidamente”. A mediação da palestra foi feita pela gerente de Estímulo à Inovação e à Qualidade da ANS, Ana Paula Cavalcante, e pela coordenadora de Indução da Qualidade Setorial da ANS, Kátia Audi.
Com mais de 50 anos no estudo do envelhecimento, atuando como diretor de envelhecimento e saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) e como fundador Departamento de Epidemiologia do Envelhecimento da London School, Kalache mostrou o que ele considera a “revolução da longevidade”, marcada pelo aumento da expectativa de vida. “Seremos mais gerontolescentes, nesse período de 55 aos 85”, disse ele, em uma analogia com a adolescência das pessoas. “Idosos aprendem coisas novas, sim, só que de um jeito diferente; não podemos querer realizar as coisas da mesma forma como éramos jovens, assim como não devemos achar errado que pessoas idosas tenham aparência de pessoas idosas”, completou. Ele também abordou a queda das taxas de fertilidade no Brasil e alertou sobre o déficit de 28 mil geriatras no País, reforçando a importância de políticas públicas que forneçam opções de vida mais saudáveis para que as pessoas envelheçam melhor.
Idoso bem cuidado
A diretora-adjunta da Diretoria de Desenvolvimento Setorial (DIDES), Angélica Carvalho, apresentou a palestra “Linhas de cuidado prioritárias na saúde suplementar: como podemos avançar?”. Além de mostrar dados sobre beneficiários acima de 60 anos no contexto da saúde suplementar, Angélica falou sobre a Tomada Pública de Subsídios para desenvolvimento de manual com linhas de cuidado prioritárias para o setor (com a contribuição da sociedade); sobre a jornada do paciente e sobre a Década do Envelhecimento Saudável, declarada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em dezembro de 2020.
“A ANS sempre estuda e propõe ações que visam mudar a lógica de simples prestação de serviços através da introdução de um novo modelo assistencial que seja mais efetivo com os resultados assistenciais e nos custos. Nessas duas últimas décadas, a Agência avançou na busca por um modelo assistencial menos fragmentado e mais preocupado com atenção a multipatologias características dos processos de envelhecimento”, afirmou.
Ao fim das apresentações, o público pode enviar perguntas aos palestrantes, contribuindo para o enriquecimento dos debates.