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QUALIDADE DA SAÚDE
Pré-natal: ANS estimula atenção centrada na mulher e no bebê
Neste 9 de maio, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) celebra e homenageia as mães reforçando orientações sobre os cuidados que devem ser tomados ao longo da gestação. O acesso à atenção em saúde durante a gravidez contribui para a prevenção e a detecção precoce de riscos no processo gestacional. Nesse sentido, a Agência, por meio do Movimento Parto Adequado, tem estimulado operadoras de planos de saúde e hospitais participantes a desenvolverem estratégias de pré-natal centradas na mãe e no bebê, as quais envolvem não apenas os aspectos biológicos, mas também psicológicos e sociais.
As consultas de acompanhamento durante o pré-natal são fundamentais para desfechos saudáveis para mães e bebês. O calendário de atendimento deve ser iniciado ainda no primeiro trimestre da gestação e deve ser regular e completo, ou seja, garantindo a realização de todas as avaliações necessárias. Além das consultas individualizadas de pré-natal, a adoção de modalidades de pré-natal coletivo - mediado por profissionais de saúde - contribuem para bons resultados. São exemplos as rodas de conversa e grupos focais com grupos de gestantes com idade gestacional aproximada.
“O grupo permite uma preparação mais participativa e colaborativa, bem como a possibilidade de criação de um ambiente de confiança que beneficie o compartilhamento de experiências pessoais, fortalecendo a percepção de segurança, acolhimento e apoio pelas gestantes”, explica a gerente de Estímulo e Inovação à Qualidade Setorial da ANS, Ana Paula Cavalcante.
O preparo da gestante deve ser distribuído ao longo de cada época do pré-natal, abrangendo esclarecimentos quanto à importância de aguardar o trabalho de parto, evolução e manejo do trabalho de parto, métodos não-farmacológicos para o alívio da dor (chuveiro, livre movimentação, posições mais próximas da vertical) e métodos farmacológicos (analgesia), bem como preparo perineal, elaboração conjunta do plano de parto da mulher e do profissional de saúde, sem esquecer dos principais aspectos relacionados ao pós-parto e especialmente à amamentação.
A elevada proporção de cesarianas desnecessárias no setor de saúde suplementar é outro aspecto fundamental que deve ser considerado. Ao longo do pré-natal, a gestante deve receber orientações quanto à via de parto, principais riscos e benefícios associados ao parto vaginal e à cesariana, sobretudo àquelas realizadas sem indicação clínica. “As informações e orientações devem levar em consideração os riscos específicos daquela gestação e as condições clínicas da gestante e do feto”, ressalta Ana Paula.
Pré-natal centrado na mulher e no bebê
No âmbito do Movimento Parto Adequado, estão sendo desenvolvidas e testadas entre as operadoras de planos de saúde e os hospitais participantes estratégias de pré-natal centradas na mulher e no bebê. Esse modelo de cuidado deve envolver as dimensões biológicas, psicológicas e sociais da gestação, alternando as consultas individuais com médico e enfermeiro obstetra, com atendimentos em grupo ao longo de todo o ciclo da gestação, além das orientações em saúde, chamada letramento, que, neste caso, constitui a transmissão de informações para a mulher sobre gravidez e parto em linguagem clara e compreensível. O centramento na mulher e no bebê deve ser premissa para a organização da atenção à saúde em todo o percurso gestacional.
Cuidado adequado proposto pelo pré-natal centrado na mulher e no bebê envolve aspectos biopsicossociais
Impactos Positivos
O modelo de pré-natal centrado na mulher e no bebê empodera as gestantes, fortalece as relações entre a mãe e a equipe de saúde e favorece o acesso aos serviços de saúde; o aprendizado interativo; e a construção em grupo. Além disso, transforma a maneira como as mulheres recebem o cuidado pré-natal e traz benefícios para o sistema de saúde. Vale destacar que esse percurso de acompanhamento mais próximo e estruturado pode contribuir de maneira importante para a prevenção de riscos e complicações ao longo de todo o pré-natal.
Além dos impactos em qualidade de vida e melhores desfechos em saúde, o diretor de Desenvolvimento Setorial substituto da ANS, César Serra, destaca que o pré-natal centrado na mulher e no bebê e a adesão às boas práticas favorece um melhor custo-efetividade e a maior sustentabilidade do setor.