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Atenção Primária à Saúde: ANS promove encontros virtuais para debater tema
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e seus parceiros no Projeto Cuidado Integral à Saúde – o Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), o Institute for Healthcare Improvement (IHI) e a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) – realizaram, nos dias 27/07 e 29/07, encontros virtuais temáticos sobre a Atenção Primária à Saúde (APS) no setor de saúde suplementar do Brasil. No primeiro dia, o Projeto Cuidado Integral à Saúde – Projetos-piloto em APS foi relançado depois de ter sido suspenso em março em decorrência da pandemia provocada pelo novo Coronavírus.
Na mesa de abertura estiveram presentes o diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Rodrigo Aguiar; o diretor do IHI, Paulo Borem; o Coordenador de Atenção Primária à Saúde do HAOC, Eno Dias, e o Coordenador do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde Suplementar da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Fernando Amorim.
Rodrigo Aguiar abriu o evento agradecendo a presença dos parceiros e aos ouvintes, ressaltando o número de inscritos, que ultrapassou a marca dos 1.500. O diretor destacou o relançamento do projeto, elucidando o realinhamento dos custos e da metodologia aplicada à realidade atual, enfatizando a importância da APS no contexto da pandemia. “É essencial que as boas práticas e experiências em APS sejam conhecidas e difundidas, principalmente neste momento de pandemia, quando o tema sobre a coordenação e o cuidado integral da saúde dos beneficiários que utilizam a saúde suplementar se torna imperiosa para a manutenção adequada das condições de saúde e para que não tenhamos desperdícios de recursos”, explicou.
Posteriormente, Eno Dias falou sobre a experiência do Hospital Alemão Oswaldo Cruz em APS e destacou o desenvolvimento, nos últimos três anos, da formação de mais de dois mil preceptores com ênfase na área de Atenção Primária à Saúde, especialmente do médico de família e comunidade. A mesa de boas-vindas foi finalizada por Fernando Amorim que disponibilizou o suporte e o conhecimento da SBMFC às operadoras que iniciarem os projetos para desenvolvimento de diversas iniciativas ao longo do país, ratificando a importância do modelo para a saúde suplementar. “A Atenção Primária fará parte do arcabouço de soluções para dar melhor qualidade e sustentabilidade ao setor nos próximos anos”, afirmou.
Na primeira apresentação, a Gerente de Estímulo à Inovação e Avaliação da Qualidade Setorial da ANS, Ana Paula Cavalcante, apresentou o projeto “Cuidado Integral à Saúde na Saúde Suplementar”. Após a apresentação de um breve histórico e contextualização da perspectiva atual dos serviços de saúde, destacou a necessidade da mudança do modelo com a necessidade do fortalecimento da APS, tornando-a resolutiva, baseando-se no contexto das consequências de transições demográficas e epidemiológicas, como por exemplo, o aumento da longevidade e a necessidade de cuidados multiprofissionais e paliativos, além do crescimento de doenças cardiovasculares e crônicas, obesidade, transtornos mentais e ressurgência de algumas doenças infectocontagiosas e emergência de outras como a Covid-19, que repercute na forma da organização da rede de cuidados.
Em seguida, a Coordenadora de Indução à Melhoria da Qualidade Setorial Kátia Audi iniciou sua apresentação realizando uma reflexão sobre o olhar para as falhas do sistema de saúde que foram ressaltados pela pandemia e enfatizou o papel da ANS na defesa do interesse público e na contribuição do desenvolvimento de ações de melhoria no país, com o foco assistencial. Kátia Audi detalhou o Projeto, apresentando as fases e os requisitos para participação, critérios para seleção das operadoras, a proposta de organização de atividades e os novos desafios na busca da implementação da Atenção Primária como uma solução para a nossa realidade em saúde, destacando as doenças crônicas, que são responsáveis por 74% do total de mortes (segundo dados de 2016 do Ministério da Saúde) destacando as neoplasias, cardiovasculares, síndromes respiratórias e diabetes.
Paulo Borem, na sequência, fez um breve relato sobre a importância de metodologias estruturadas para a identificação de mudanças para o modelo de melhoria e a criação de indicadores que antecederam as apresentações dos médicos americanos Jeremy Stricsek e Kirstein Meisinger, de Cambridge Health Alliance (CHA), que apresentaram resultados positivos do redesenho do fluxo de pacientes na unidade durante a pandemia. Como melhorias, ambos enfatizaram as modificações realizadas no prontuário eletrônico, a implementação da telessaúde e da Clínica Respiratória; o fluxo de triagem e estratégias de orientação remota e presencial para os casos suspeitos ou confirmados da COVID-19; e a importância da equipe de gerenciamento da comunidade para acompanhamento dos casos. Em decorrência das práticas, a unidade observou uma redução de internações.
Experiências bem-sucedidas
No segundo dia, o encontro virtual foi aberto pelo diretor-adjunto de Desenvolvimento Setorial, Daniel Pereira que enfatizou a relevância do Projeto, que se relaciona diretamente com a missão da diretoria. “Temos muito orgulho deste projeto, pois se relaciona diretamente com o objetivo da DIDES de tornar um setor de saúde suplementar mais sustentável e coordenado. Também destaco a forma como o projeto foi operacionalizado, através da parceria para a indução e estímulo à melhoria, de forma totalmente facultativa, sem determinações ou imposições da ANS” explicou.
Neste dia foram apresentadas experiências bem-sucedidas de operadoras de planos de saúde e prestadores na atenção primária à saúde, que abordaram diversas questões como os caminhos para a sustentabilidade do setor; a integração dos serviços (incluindo a telessaúde) em torno das necessidades dos beneficiários; as dificuldades encontradas pelas operadoras, prestadores, empresas contratantes e beneficiários; e o monitoramento dos resultados.
Como pontos positivos, Daniel Knupp (Unimed-BH) destacou em sua apresentação, a reestruturação do fluxo de atendimento nas unidades para pacientes com sintomas respiratórios, o telemonitoramento com indicadores e a plataforma interativa como ferramenta de consulta online para atendimentos sobre o novo coronavírus.
Na segunda apresentação, Renato Walch da Amparo Saúde, startup pioneira na criação de clínicas voltadas ao cuidado humanizado e preventivo à saúde suplementar, evidenciou a mudança de paradigmas e a construção deste novo modelo sendo realizada juntamente com o paciente, através do acompanhamento de sua jornada, elaborando um novo olhar para a atenção primária, com melhores desfechos clínicos e redução de custos, possibilitando maior otimização dos recursos.
Vilma Dias, diretora de Relações Institucionais da Qualirede trouxe o tema sobre as experiências e a trajetória de um prestador certificado em APS em coerência com a Resolução Normativa nº 440/2018. Na palestra, foram apontados a importância da estratificação de riscos do usuário, para atuação de forma oportuna e a interface com a saúde ocupacional, permitindo a melhoria do cuidado junto às empresas.
Na última palestra, Hans Dohmann, da startup de healthtec Vitta, parabenizou a ANS por dar sustentabilidade a esse tema estratégico e fundamental para a reestruturação da saúde suplementar brasileira e apresentou a experiência em modelo centrado na pessoa humanizando o cuidado primário com a tecnologia e a integração de dados.
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