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Covid-19
Boletim Covid-19: informativo da ANS completa dois anos
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulga nesta quarta-feira (25) a edição de maio do Boletim Covid-19- Saúde Suplementar, com dados sobre o comportamento do setor de planos de saúde durante a pandemia de Covid-19. A edição deste mês marca os dois anos da publicação da ANS, que traz dados atualizados até abril de 2022.
O número de beneficiários apresentou aumento de 0,41% em relação ao mês anterior, mantendo o crescimento iniciado no mês de julho de 2020. A quantidade de leitos alocados para atendimento a casos de Covid-19 nos hospitais da amostra apresenta nova redução em comparação ao mês anterior, passando para 6,3%.
O boletim traz ainda as informações econômico-financeiras, pelas quais são informadas a sinistralidade de caixa no período e inadimplência, além das demandas dos consumidores recepcionadas pela ANS por meio de seus canais de atendimento.
Esta edição traz como novidade uma análise específica sobre os valores de sinistralidade contábil por tipo de contratação do plano. O indicador para planos individuais com vendas ativas apresentou o melhor desempenho, ficando até 9 pontos percentuais menor que o de planos coletivos por adesão.
O objetivo do Boletim Covid-19 é monitorar a evolução de indicadores relevantes do setor de planos de saúde nesse período, subsidiando análise qualificada da agência reguladora e prestando mais informações à sociedade.
Clique aqui para acessar a edição de maio do Boletim Covid-19 – Saúde Suplementar.
Evolução de beneficiários
O número preliminar de beneficiários em planos de assistência médica relativo a abril de 2022 segue a tendência de crescimento observada desde julho de 2020. O total de 49.395.520 beneficiários representa aumento de 0,41% em relação a março de 2022. A taxa de adesão (entradas), considerando todos os tipos de contratações, é superior à taxa de cancelamento (saídas) nos planos médicos hospitalares. O tipo de contratação responsável por esta superioridade é o coletivo empresarial que se mantém, desde julho de 2020, com mais entradas do que saídas de beneficiários.
Considerando o tipo de contratação do plano e a faixa etária do beneficiário, observa-se que a variação foi positiva para os beneficiários acima de 59 anos em todos os tipos de contratação ao longo dos meses de março de 2020 até março de 2022.
Informações assistenciais
A proporção de leitos destinados para atendimento à Covid-19 nos hospitais da amostra apresenta nova redução em abril de 2022, tanto para leitos comuns quanto para leitos de UTI. A taxa mensal geral de ocupação de leitos, que engloba tanto atendimento à Covid-19 como demais procedimentos, ficou em 78% no período, seis pontos percentuais acima do observado em abril de 2021.
A ocupação de leitos comuns e de UTI para casos de Covid-19 apresentou nova queda em abril de 2022, passando de 44% para 38%. Já a ocupação de leitos para atendimento a demais procedimentos manteve estabilidade em relação ao mês anterior, tendo ficado em 81% no mês de abril.
A busca por exames e terapias ficou 18% acima do patamar verificado em abril de 2021. E os atendimentos em pronto-socorro que não geraram internação aumentaram em relação ao patamar inicial, observado antes do início da pandemia.
O custo médio de internação para Covid-19 sem UTI voltou a ficar mais alto do que o custo da internação clínica. Enquanto o custo da diária da internação para Covid-19 com UTI ficou acima do custo das diárias de internação cirúrgica e clínica no período analisado.
Exames
Os dados sobre realização de exames de detecção de Covid-19 destacam que, em fevereiro de 2022, houve queda expressiva de 77,9% no número de exames de RT-PCR. A pesquisa de anticorpos também registrou queda, embora menos expressiva, de 15,2% em relação a janeiro de 2022. Na comparação com o mesmo período de 2021, o RT-PCR teve uma queda de 49,5% e os exames de anticorpos apresentaram uma queda de 23,1%.
Informações econômico-financeiras
No encerramento de 2021, tanto o 3º quanto o 4º trimestre apresentam índice de sinistralidade de caixa (despesas assistenciais/receitas) no mesmo patamar dos dois últimos trimestres de 2019 (período pré-pandemia).
Em 2022, ao analisar os dados mensais, observa-se aumento de 10 pontos percentuais na sinistralidade de abril em relação ao mês anterior. A prévia da taxa de sinistralidade do 2º trimestre (com dados de abril) atingiu 87%, cinco pontos percentuais acima da sinistralidade trimestral de mesmo período de 2019. A ANS permanecerá monitorando a evolução desses dados no setor.
Esta edição traz também valores de sinistralidade contábil segregados por tipo de contratação. Tais dados, mensurados sob o regime de competência e com metodologia própria, não devem ser confundidos com os de sinistralidade de caixa das operadoras.
Observa-se a mesma tendência nas sinistralidades contábeis segregadas por tipo de contratação durante a pandemia, sendo os valores do 4º trimestre de 2021 próximos aos do mesmo período pré-pandemia. Entretanto, o indicador para planos individuais com vendas ativas (melhor desempenho) ficou 6 a 9 pontos percentuais menor que o de planos coletivos por adesão. Já o indicador para planos coletivos empresariais apresentou números próximos a de planos coletivos por adesão. Vale registrar que a sinistralidade de planos individuais é sempre menor do que a de planos coletivos, mesmo segmentando-as entre planos individuais com vendas ativas e com vendas interrompidas. Nos últimos períodos, notou-se melhor desempenho nas carteiras de planos individuais com vendas ativas.
Sobre a inadimplência, os dados de abril de 2022 comparados com o mês anterior indicam estabilidade dentro do comportamento histórico deste indicador. Ao analisar os dados por tipo de contratação, os planos individuais confirmam a estabilidade apresentada, enquanto os planos coletivos mostram leve aumento de um ponto percentual. Todos esses indicadores mantêm-se próximos aos seus patamares históricos.
Demandas dos consumidores
Os dados de abril de 2022 mostram que houve uma redução de 13,8%, em comparação ao mês anterior, no total de reclamações que foram passíveis de intermediação pelo instrumento da Notificação de Intermediação Preliminar (NIP), com maior predominância de temas de natureza assistencial. Quanto às demandas relacionadas à Covid-19, houve queda significativa. Em abril de 2022, a ANS registrou 204 reclamações sobre o tema. Este foi o mês com o menor número de reclamações registradas na ANS sobre Covid-19 desde o início da pandemia, refletindo a diminuição do número de novos casos da doença no País, em comparação aos dois meses iniciais de 2022.
Do total de queixas relacionadas ao coronavírus, 44% foram sobre as dificuldades relativas à realização de exames e tratamento para a doença. A intermediação de conflitos feita pela ANS, entre consumidores e operadoras, tem resolvido mais de 90% dessas reclamações. No portal da reguladora, é possível acessar o monitoramento diário das demandas sobre Covid-19.
Consulte o monitoramento diário das demandas sobre Covid-19.
Sobre os dados
Para a análise dos indicadores assistenciais, a ANS considerou informações coletadas em uma amostra de 47 operadoras que possuem rede própria hospitalar. Para os índices econômico-financeiros, foram analisados dados de 103 operadoras para o estudo de fluxo de caixa e análise de inadimplência. Juntas, as operadoras respondentes para esses grupos de informação compreendem 75% dos beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares. Adicionalmente, na construção do boletim, foram utilizados dados do Documento de Informações Periódicas (DIOPS), do Sistema de Informações de Fiscalização (SIF) e o Sistema de Informação de Beneficiários (SIB).