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Áreas para prospecção de ouro, diamante e agrominerais no Norte e Nordeste irão a leilão
Multinacionais e investidores interessados no setor mineral brasileiro terão oportunidades promissoras para expandir os negócios no país a partir de cidades no Tocantins, Pará, Paraíba, Pernambuco e Bahia. O Serviço Geológico do Brasil (SGB), empresa pública federal vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), realizou uma série de levantamentos entre as décadas de 1980 e 1990 nestes estados, revelando depósitos minerais com milhões de toneladas de ouro, diamante, fosfato, caulim e agrominerais. Estas áreas fazem parte dos cinco ativos minerários que serão leiloados pelo SGB no dia 18 de outubro, às 10 horas, por meio do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Presidência da República.
O leilão acontecerá na sede administrativa do SGB, situada na cidade do Rio de Janeiro, conforme estabelecem os editais publicados no último dia 18 de setembro com um mês de antecedência à realização das sessões públicas que preveem a cessão dos direitos minerários das cinco áreas. O diretor-presidente do SGB, Inácio Melo, reitera que a disponibilização destas áreas para investimentos consolida trabalhos iniciados há mais de 30 anos, por meio dos levantamentos geológicos do SGB, e que agora abrem novos caminhos para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico das regiões cobertas pelos depósitos minerais.
“Os leilões representam uma grande oportunidade para que estas localidades recebam investimentos e vivam, em um futuro breve, uma nova realidade. É preciso esclarecer que os leilões integram a primeira etapa do processo, quando os interessados fazem a oferta para arrematar um dos lotes disponíveis, tendo ainda pela frente outras quatro etapas que devem ser cumpridas legalmente. Ainda assim, mesmo sendo uma etapa inicial, a economia local será movimentada em curto prazo, gerando receita por meio do setor de produtos e serviços considerando a chegada dos profissionais que serão responsáveis pela segunda etapa, que é da pesquisa mineral”, enfatiza o diretor do SGB.
Segundo Melo, conforme a experiência de cidades com ativos minerários já leiloados pelo SGB por meio do PPI, a estadia de pesquisadores a partir da segunda etapa incide em hospedagem, em consumo para refeições e aquisição de itens pessoais no período de realização, além da necessidade da contratação de mão de obra local para determinados serviços. Assim, segundo aponta o diretor do SGB, os ativos já representam benefícios à população devido à receita gerada em hotéis, restaurantes, supermercados, farmácias e lojas de mantimentos, bem como pela abertura de postos temporário de trabalhos.
As informações detalhadas sobre cada um dos cinco leilões, que acontecerão simultaneamente no dia 18 de outubro, estão disponíveis no link https://www.sgb.gov.br/publique/Acesso-a-Informacao/Leiloes-dos-Ativos-Minerarios-do-SGB-6571.html.
Agrominerais Aveiro (PA)
O projeto denominado Agrominerais Aveiro corresponde a união de dois projetos do Serviço Geológico do Brasil: Gipsita Rio Cupari e Calcário Aveiro. São três processos minerários de gipsita com 2.887 hectares, situadas às margens do rio Cupari, afluente do rio Tapajós, no município de Aveiro, no estado do Pará. Os trabalhos de pesquisa realizados pelo SGB revelaram a existência de jazida com recursos minerais de mais de 350 milhões de toneladas e com alto grau de pureza. O depósito de calcário localiza-se às margens do rio Tapajós, distante cerca de 30 km das áreas de gipsita. A área estudada apresenta 998 hectares e apresenta recursos minerais de mais de 500 milhões de toneladas de calcário.
O projeto foi idealizado visando ao abastecimento do mercado de insumos para o setor agrícola e o investidor poderá, em uma única unidade produtiva, lavrar tanto o calcário quanto a gipsita.
O edital e os estudos realizados na área do projeto estão disponíveis no link: https://www.cprm.gov.br/publique/-7142.html.
Ouro de Natividade (TO)
O projeto Ouro de Natividade localiza-se na porção sul do estado do Tocantins, a 220 km de Palmas e 620 km de Brasília e corresponde a uma área de 3.925,73 hectares.
As atividades de pesquisa foram desenvolvidas na área ao longo dos anos de 1990 e compreenderam as seguintes atividades: fotointerpretação de feições regionais; mapeamento geológico nas escalas 1:5.000 e 1:1.000; abertura de poços e trincheiras; amostragem de solo com malhas de 200 m x 40 m e 50 m x 10 m com coleta de 10 kg e 20 kg, respectivamente, para contagem de pintas de ouro e execução de três furos de sonda, totalizando 420 m, que interceptaram o depósito primário de ouro.
Em 2018, procedeu-se à organização e reinterpretação dos dados obtidos na fase de pesquisa, bem como ao cálculo dos volumes do depósito, utilizando a densidade média de 2,70 g/cm3 para os corpos mineralizados. Os resultados obtidos no modelo totalizam um volume analítico de 268.347,97 m3, correspondendo a 724.539 t de minério com teor médio de ouro de 1,02 g/t.
O edital e os estudos realizados na área do projeto estão disponíveis no link: https://www.cprm.gov.br/publique/-7144.html.
Diamante Santo Inácio (BA)
A região em que se insere o Projeto Diamante está localizada na porção centro-noroeste do estada da Bahia, no distrito de Santo Inácio, município de Gentio do Ouro. O projeto é integrado por cinco processos minerários, totalizando 2.400 ha. O programa de pesquisa elaborado pelo SGB foi executado entre os anos de 1985 e 1989 e consistiu na execução de mapeamento geológico, levantamento topográfico, prospecção geofísica, mais de 7 mil metros de sondagem e abertura de 22 poços de pesquisa.
Recente estudo de reavaliação do depósito diamantífero de Santo Inácio calculou a ocorrência de um depósito de aproximadamente 245 milhões de toneladas de minério com teor de 0,75 cpth (quilates por cem toneladas), totalizando 1,8 milhão de quilates.
O edital e os estudos realizados na área do projeto estão disponíveis no link: https://www.cprm.gov.br/publique/-7147.html.
Fosfato de Miriri (PB/PE)
O projeto Fosfato de Miriri envolve um conjunto de áreas na região costeira de dois estados do Brasil, Paraíba e Pernambuco, com cerca de 45 km no sentido norte-sul – ao sul da cidade de João Pessoa/PB. Abrange os municípios de Alhandra e Pedra do Fogo, na Paraíba, e Goiana, em Pernambuco. As pesquisas minerais realizadas pelo SGB-CPRM indicaram um potencial de 102,9 milhões de toneladas de minério fosfatado. São sete processos minerários que totalizam 6.112,18 hectares com 115 milhões de toneladas de minério de fosfato e com teor médio de 4,19% de P2O5.
O edital e os estudos realizados na área do projeto estão disponíveis no link: http://www.cprm.gov.br/publique/-7603.html.
Caulim no Rio Capim (PA)
O edital para cessão de área do minério caulim, no município de Ipixuna do Pará correspondem a duas áreas pesquisadas: Bloco Sul e Bloco Norte com 10.000 hectares de área. No Bloco Norte, foram estimados 574 milhões de toneladas e no Bloco Sul o total de recursos foi de 218 milhões de toneladas de minério que corresponde a um volume total de aproximadamente 800 milhões de toneladas de caulim.
O edital e os estudos realizados na área do projeto estão disponíveis no link: https://www.sgb.gov.br/publique/Acesso-a-Informacao/Leilao-Rio-Capim-(PA)-%7c-Caulim-7604.html.