Notícias
Os diretores da Agência Nacional de Mineração (ANM) Tasso Mendonça e Eduardo Leão se reuniram nesta sexta-feira (1/3) em Toronto, Canadá, com especialistas em segurança de barragens de rejeitos de mineração.
Uma vista da reunião: da esquerda para direita Diretores Eduardo Leão e Tasso Mendonça
Os diretores da Agência Nacional de Mineração (ANM) Tasso Mendonça e Eduardo Leão se reuniram nesta sexta-feira (1/3) em Toronto, Canadá, com especialistas em segurança de barragens de rejeitos de mineração. O Canadá é um dos países onde a mineração é mais tradicional no mundo e os diretores procuram conhecer as melhores práticas mundiais no tema para incorporar à regulamentação brasileira. Eles foram recebidos por Greg Noack, da CDA (Canadian Dam Association), e Charles Dumaresq, vice-presidente para Ciência e Gestão Ambiental de The Mining Association of Canada (MAC).
Entre os temas apresentados pelos especialistas, estiveram protocolos e procedimentos criados pelas entidades para serem adotados pelas mineradoras e minimizar riscos de acidentes como os que ocorreram em Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais. A MAC elabora guias de manutenção e proteção de barragens aos seus associados desde 1998 e suas previsões são seguidas em diversos países do mundo.
No Canadá, em 2014, houve um acidente com barragem de rejeitos de grande magnitude, o que levou ao aperfeiçoamento de processos. Os diretores da ANM questionaram os especialistas sobre o que ocorreu em termos de ajustes nos guias da MAC após o ocorrido. Segundo Dumaresq, já havia uma revisão do material em curso e novas previsões foram incorporadas, apesar de a empresa envolvida no evento não ser, à época, seguidora dos guias da MAC.
“Adotamos como princípio implementar uma melhoria contínua dos nossos guias”, explicou Dumaresq.
O Canadá padronizou recentemente o método de construção de barragens com alteamento à montante - modelo de Mariana e Brumadinho -, na mesma linha do que procura fazer a ANM, pela sua Resolução nº 4 proposta recentemente.
“Pelo que vimos aqui, encerrar ou descaracterizar as barragens à montante é a melhor saída mesmo. Ela não é confiável e não tem sistema de controle no mundo que possa ter prévio aviso em caso de acidentes. Os avisos que esse tipo de barragem podem dar às vezes podem ser súbitos, não tendo tempo de reação. O que eles fizeram aqui é determinar o tipo de geometria da barragem alargando consideravelmente a base da barragem para proporcionar maior segurança. Atitude muito parecida com o envelopamentos que estamos propondo para transformar uma barragem de montante para jusante”, disse Leão.
Os diretores estão em Toronto para participar do PDAC, a maior feira de exploração mineral do mundo, que ocorre a partir de domingo. Neste sábado, chega ao Canadá também o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. A missão brasileira no PDAC 2019, organizada pela Agência de Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (ADIMB), patrocina o evento e tem como umas das metas principais atrair investimentos sustentáveis ao Brasil.