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DNPM recebe da Polícia Federal fósseis repatriados dos EUA
Da esquerda para a direita: Carlos Gastão delegado da Polícia Federal; Felipe Barbi, chefe da Divisão de Proteção de Depósitos Fossilíferos do DNPM; Walter Arcoverde, diretor de Fiscalização do órgão; e o delegado da Polícia Federal Renato Arruda
A Polícia Federal entregou ao DNPM na segunda-feira, 1º de junho, três fósseis de peixes marinhos da Bacia do Araripe repatriados dos Estados Unidos (EUA). As peças foram confiscadas pela polícia norte-americana durante investigação e enviadas pelo FBI à superintendência da PF em Brasília há dois meses.
De acordo com o diretor de Fiscalização do DNPM, Walter Arcoverde, a estruturação de uma área de proteção de depósitos fossilíferos no âmbito da Diretoria de fiscalização do DNPM potencializou as ações da autarquia. Segundo ele, aperfeiçoamos nosso modus operandis, com a publicação da portaria DNPM nº 542/14, que contribuirá para um diagnóstico melhor das áreas em pesquisa e coleta de fósseis pela comunidade paleontológica. “Essa estruturação leva a uma boa relação institucional como essa que estamos vivenciando neste dia”, explicou.
Para o chefe da Divisão de Proteção de Depósitos Fossilíferos do DNPM, Felipe Chaves, os três exemplares estão bastante completos e muito bem preparados, o que lhes confere elevado interesse museológico (para exposição), pois são fósseis de peixes ósseos marinhos encontrados na Bacia do Araripe, mas especificamente nas concreções calcárias associadas ao Membro Romualdo da Formação Santana. “O intervalo de tempo relativo à ocorrência desses organismos é de cerca de 115 a 95 milhões de anos”, afirmou o especialista Felipe Chaves.
Chaves informou que os fósseis compreendem duas espécies: Rhacolepis buccalis Agassiz 1841 (exemplar menor) e Vinctifer comptoni Agassiz 1841 (exemplares maiores). Segundo paleontólogos especialistas são, respectivamente, o primeiro e segundo táxons de peixes mais abundantes no registro fóssil do Membro Romualdo. “Ambas espécies são, devido às características morfológicas, possíveis predadores de pequenos peixes e, no caso de Rhacolepis buccalis, de invertebrados. Outra característica desta espécie, é o fato de também ser associada a ambientes estuarinos (estuários) e lagunares (lagunas litorâneas) e o corpo fusiforme, que deveria lhe conferir significativa velocidade no nado”, esclareceu.