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GERAÇÃO
Seminário da ANEEL debate geração de energia a partir de resíduos sólidos urbanos
Idealizado pelo diretor da ANEEL, Sandoval Feitosa, o encontro híbrido (online e presencial) contou com a presença dos ministros de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, e do Meio Ambiente (MMA), Joaquim Leite, além dos diretores da Agência, Hélvio Neves Guerra e Efrain Cruz. “A forma atual como os resíduos sólidos urbanos são tratados tem sido um desafio para nossas cidades. Esses mesmos resíduos possuem elevada capacidade energética e com atributos importantes. Os que veem como um problema, prefiro ver como oportunidade”, destacou Feitosa, na abertura do evento.
Em sua saudação, por vídeo, o diretor-geral da Agência, André Pepitone, afirmou que “da mesma forma que as energias eólica e solar se expandiram nos últimos anos, espera-se que a gestão e a exploração do potencial energético dos resíduos sólidos caminhem no mesmo sentido. Manter esse espírito de fomento para a expansão das energias renováveis no Brasil é fundamental frente à previsão de mais de R$ 565 bilhões em novas obras do setor que se projeta até 2030”.
O ministro Bento Albuquerque lembrou que serão promovidos neste mês de dezembro quatro leilões de energia e transmissão. “É um marco. Isso mostra nossa resiliência e vontade de superar desafios e apresentar os resultados que a sociedade precisa e merece”. Albuquerque destacou ainda que os resultados do leilão de energia nova para fontes renováveis, em setembro último, mostram “o futuro dessa política pública e a inserção dessa fonte energética firme, despachável e próxima aos centros urbanos.”
O ministro Joaquim Leite ressaltou que as políticas públicas na área visam que “o setor de tratamento de resíduos e de recuperação energética cresça de uma forma que possamos atingir a meta de redução de metano – acordada na COP 26 –, mas principalmente trazendo qualidade de vida e acesso a uma energia que não existia, que, a partir do leilão, começa a estar disponível a quem mora nas grandes cidades”.
Ao longo da programação, dividida em três painéis temáticos, a Agência reuniu especialistas nacionais e internacionais em ricas discussões sobre políticas públicas, aspectos técnicos e experiências internacionais na geração de energia elétrica com resíduos sólidos urbanos.
O painel “Políticas Públicas de Geração com RSU”, moderado pelo diretor Sandoval Feitosa, abordou aspectos regulatórios e políticas públicas ambientais, energéticas e de saneamento, com apresentações de Paulo César Domingues, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, André França, secretário de Qualidade Ambiental do MMA, e Pedro Maranhão, secretário Nacional de Saneamento do MDR.
Segundo Domingues, há elevado benefício socioambiental no aproveitamento dos resíduos sólidos uma vez que os aterros são emissores de gás metano – 25 vezes mais impactante para o aquecimento global do que o dióxido de carbono. “No Brasil, 96% dos resíduos urbanos são colocados em lixões ou em aterros sanitários, enquanto na Europa, 50% de toda a coleta de resíduos é destinada à incineração”. O secretário recomendou maior integração entre políticas energéticas e de saneamento.
O segundo painel, “Atributos da Geração com RSU”, moderado pelo diretor da ANEEL Hélvio Guerra, reuniu um conjunto de especialistas para debater benefícios, potenciais e modelos de gestão aplicáveis à geração com resíduos sólidos. Entre os participantes estavam os presidentes, Yuri Schmitke, da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (ABREN), José Patriota, da Associação Municipalista de Pernambuco (AMUPE), e os membros da Frente Brasil de Recuperação Energética de Resíduos (FBRER): Luiz Gonzaga, da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (APETRE), Tamar Roitman, da Associação Brasileira de Biogás e Paulo Camilo, da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), e do consultor em energia João Bosco.
Já as experiências internacionais na geração de energia com RSU foram o tema do painel final, moderado por Djane Melo, assessora da diretora da ANEEL Elisa Bastos, e contou com palestras sobre requisitos técnicos e comerciais, com Roland Greil, da Hitachi Zosen Inova (Suíça), sustentabilidade, com Marcos Peraceli, da B&W Renewable (USA) e aspectos tecnológicos, com Flávio Matos, da WERT Brasil (França).
Sandoval Feitosa encerrou o evento destacando que “é com debate e integração que surgem as grandes ideias. Por meio deste encontro, que contou com tantas contribuições, pudemos ver que temos muito no que avançar acerca do tema. Esse evento foi apenas o início de mais um processo de sucesso. A ANEEL tem coragem, determinação e capacidade para fazer”.
Transmitido ao vivo, o evento recebeu perguntas e comentários, promovendo a participação da sociedade interessada. O vídeo completo do evento estará disponível no canal da ANEEL no Youtube, e uma publicação com a síntese dos debates será em breve disponibilizada para o público.