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Autoridades reafirmam a importância da co-produção para a projeção do audiovisual brasileiro no exterior
Seminário de co-produção é aberto durante Festival do Rio
Seminário de co-produção é aberto durante Festival do Rio
Foi dada a partida para o Seminário de co-produção internacional, evento que tem como objetivo a avaliação de casos de co-produção internacional em cinema e televisão para subsidiar a construção de novas ações públicas no setor e contribuir para a habilitação das empresas produtoras brasileiras na realização de parcerias internacionais. Durante a cerimônia de abertura nessa sexta-feira 25 de setembro, as autoridades brasileiras presentes reafirmaram a importância da co-produção como um instrumento imprescindível para a abertura de novos mercados visando a projeção do produto nacional no exterior.
Participaram da mesa de abertura do evento o ministro da Cultura Juca Ferreira, a ministra Eliana Zugaib, representando o Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores, o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, e o secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Silvio Da-Rin.
O ministro Juca Ferreira enfatizou o papel da co-produção audiovisual como um instrumento de integração dos diversos mercados e culturas. “É necessário um esforço maior de integração entre os países da América Latina e a co-produção pode ser um grande instrumento para viabilizarmos uma cinematografia continental”, afirmou, ressaltando o papel que o Brasil, pela sua relevância no contexto latino-americano, pode ter como indutor desse processo de integração. “O papel que temos procurado cumprir é o de criação de territórios institucionais através de sistemas de cooperação e de acordos internacionais para facilitar a realização dessas co-produções”, completou.
De acordo com o ministro da Cultura, há também, além do mercado latino-americano, uma demanda para a cooperação cinematográfica com países africanos e uma possibilidade de diálogo maior com o mercado europeu, sobretudo com Portugal e Espanha, que já sinalizaram com o interesse de reforçar seus mecanismos de cooperação com o Brasil.
A ministra Eliana Zugaib disse esperar que o Seminário resulte em benefícios para o setor audiovisual e para o Estado brasileiro, na medida em que possa reforçar as atuações no campo da Diplomacia Cultural. “Estou convencida de que o cinema brasileiro tem se mostrado bastante sedutor, servindo para reforçar a diversidade cultural do país e se revertendo numa maneira importante de contribuir para que haja um maior entendimento entre os povos”, pontuou.
O diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, declarou que os seminários e encontros internacionais de produtores têm se revelado uma experiência enriquecedora para a percepção das dificuldades enfrentadas por realizadores brasileiros e estrangeiros no desenvolvimento de co-produções. “Temos atuado no sentido de remover os obstáculos que surgem no processo de desenvolvimento dessas co-produções”, disse Manoel Rangel, citando o projeto “Jean-Charles”” produção em parceria entre produtores do Brasil e do Reino Unido, país com o qual o Brasil ainda não possui acordo de co-produção.
O diretor-presidente da Ancine também antecipou a realização de novos encontros de produtores no âmbito do Mercosul, com periodicidade semestral, e ainda confirmou, para os próximos meses, a realização de encontros entre produtores brasileiros e produtores de países como Espanha e Alemanha.
A quantidade de co-produções realizadas nos últimos anos foi enfatizada pelo secretário Silvio Da-Rin, que destacou algumas obras recentes, como “Ensaio sobre a Cegueira”, “ Linha de Passe” e “Última Parada 174”, e também apontou a existência de um número elevado de documentários realizados a partir de parcerias com redes de televisão de outros países. “Isso se deve a uma mudança de mentalidade dos produtores, mas se deve também a um papel relevante do governo brasileiro que promoveu a revisão de acordos existentes e criou programas de promoção da exportação do audiovisual nacional, o que tem resultado na presença sistemática das obras brasileiras em festivais internacionais”, acrescentou.