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Foram apresentadas soluções disponíveis no mercado que tornam salas de cinema mais acessíveis a portadores de deficiências auditiva e visual
Representantes de distribuidores, exibidores, do governo e da ANCINE, se reúnem em Câmara Técnica de Acessibilidade no Rio de Janeiro
Publicado em
13/07/2018 17h53
Atualizado em
04/11/2022 14h31
Representantes dos distribuidores, exibidores, do governo, da Ancine e fornecedores de tecnologia que formam a Câmara Técnica de Acessibilidade, se reuniram na sede da agência, no Centro do Rio, no dia 5 de julho, para discutir as soluções disponíveis no mercado que tornam as salas de cinema mais acessíveis a portadores de deficiências auditiva e visual. Foram detalhadas as tecnologias Cine Assista, da americana Dolby, e a Pro Access, da brasileira Riole.
Do encontro participaram o secretário-executivo da Ancine, Ricardo Martins, o coordenador geral de acessibilidade do Ministério dos Direitos Humanos, Rodrigo Machado, e representantes do mercado, como Cesar Pereira da Silva (Paramount), Gilberto Leal (Top Cine), Luiz Severiano Ribeiro (Grupo Severiano Ribeiro), Paulo Celso Lui (Topázio Cinemas), e Rodrigo Saturnino Braga (Sony).
Luciano Taffetani e Sindolfo Miranda apresentaram a tecnologia Cine Assista, da Dolby, destacando a compatibilidade do equipamento com as especificações da Digital Cinema Initiatives (DCI), entidade internacional responsável pela gestão do padrão tecnológico de cinema digital homônimo formada por estúdios como Sony Pictures, Universal Studios e Warner Bros., entre outros. A solução abriga em um único dispositivo recursos para atender diversos tipos de deficiência, podendo as funcionalidades serem trocadas a partir de uma tela sensível ao toque no próprio aparelho, semelhante a um aparelho smartphone. Os recursos disponíveis apresentados foram: legenda em diversos idiomas; legenda descritiva; audiodescrição; áudio amplificado (canal de diálogos); e LIBRAS por meio de avatar.
Riole, empresa de Curitiba, está há 35 anos no mercado de áudio e tem ampla experiência no desenvolvimento tecnológico de equipamentos profissionais para traduções simultâneas, audiodescrição, som para conferências, radiovisitação para museus, entre outros. A empresa foi representada por Cristiane Moro Evans, que mostrou a solução tecnológica Pro Access. Diferentemente da solução da Cine Assista, as informações são transmitidas aos aparelhos receptores por meio de ondas de infravermelho, solução que impede a interferência entre salas diferentes. Cristiane enfatizou que os aparelhos foram desenvolvidos de acordo com as recomendações da ISDCF (Inter Society Digital Cinema Forum) e totalmente compatíveis com as especificações da DCI. Ao final das apresentações ficou pré acordado que seriam feitos testes em exibições comerciais com as tecnologias apresentadas, para que se possa captar a percepção das pessoas com deficiência.
No último Censo Demográfico realizado pelo IBGE, 45.6 milhões de pessoas declararam ter pelo menos um tipo de deficiência, seja do tipo visual, auditiva, motora ou mental/intelectual.
Apesar de representarem 23,9% da população brasileira em 2010, estas pessoas não vivem em uma sociedade adaptada. Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) de 2014, a maioria das prefeituras não promove políticas de acessibilidade, tais como lazer para pessoas com deficiência (78%), turismo acessível (96,4%) e geração de trabalho e renda ou inclusão no mercado de trabalho (72,6%).