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Diretor-presidente da ANCINE defende cotas para produção audiovisual brasileira
Manoel Rangel participa de debate sobre Projeto de Lei no Senado
Manoel Rangel participa de debate sobre Projeto de Lei no Senado
O estabelecimento de uma política nacional de cotas para a produção audiovisual brasileira foi defendida nesta terça-feira (26) pelo presidente da ANCINE, Manoel Rangel. Em audiência pública convocada para se debater o Projeto de Lei do Senado 280/07, que estabelece regras para a produção de conteúdo brasileiro para distribuição por meio eletrônico, ele citou o Canadá como bom exemplo a ser seguido.
- Podemos assegurar, como faz o Canadá, que, para cada canal estrangeiro das televisões por assinatura, exista um canal canadense. Além disso, todos os países europeus exigem cotas de produção nacional - disse Rangel durante a audiência, promovida pela Comissão de Educação (CE) e pela Subcomissão Permanente de Cinema, Teatro, Música e Comunicação Social.
A defesa da criação de cotas foi feita em resposta a uma pergunta do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), autor do projeto de lei em discussão. O senador quis saber dos debatedores convidados se consideravam necessária a inclusão no texto de um dispositivo que garantisse a presença de produções nacionais na programação das emissoras de televisão.
Além de Rangel, também demonstraram simpatia pelas cotas o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado (Abrafix), José Fernandes Pauletti, e o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Pimentel Slaviero. Para Slaviero, no entanto, antes disso deveria ser debatida a limitação da produção audiovisual a brasileiros, como estabelece o projeto.
Também presente à audiência, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) defendeu igualmente a busca de mecanismos que ajudem a difusão de filmes brasileiros pelos meios de comunicação eletrônicos. Ele sugeriu ainda que se analise o estímulo concedido pela União Européia à divulgação de documentários.
O diretor-executivo da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), Alexandre Annenberg, defendeu a ampliação da possibilidade de participação de capital estrangeiro nas empresas de televisão a cabo - hoje restrita a 49%. Ele observou que não existe limite para a participação de capitais externos em empresas de telefonia - que pretendem ingressar no negócio de televisão por assinatura - e nas empresas de televisão que utilizam satélites (DTH) ou microondas (MMDS).
- Assim como os ingleses construíram nossas estradas de ferro no fim do século XIX, os capitais estrangeiros podem nos ajudar, agora, a construir as infovias que levarão a banda larga a todo o país - sugeriu.
Também esteve presente à audiência - que foi presidida pelos senadores Gilvam Borges (PMDB-AP) e Flávio Arns (PT-PR) - o presidente da Associação dos Integrantes do Projeto Global Info - Rede Global Info, Jorge de la Rocque, entidade que congrega provedores independentes de Internet espalhados por todo o Brasil.
Fonte: Agência Senado