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Dahl avalia Ancine e aponta desafios.
ENTREVISTA DE GUSTAVO DAHL À REVISTA TELA VIVA
Comunicado à Imprensa
Entrevista de Gustavo Dahl à Revista Tela Viva
Em entrevista concedida à revista Tela Viva, o presidente da Ancine, Gustavo Dahl, fala de alguns dos próximos desafios da agência, que "quase quatro anos após a sua instalação, recebe seus primeiros concursados". Ele se refere às vinte vagas que começam a ser ocupadas nesta quinta, 1º, e às 50 vagas que serão ocupadas em março do próximo ano. Segundo Dahl, a agência ainda está em fase de implantação, formando seu corpo técnico, após enfrentar períodos conturbados para sua existência: o último ano do governo FHC e os primeiros anos do governo Lula.
Entre as demandas de mercado por uma regulação mais forte por parte da agência, Gustavo Dahl destaca o problema da janela para o lançamento de DVDs, "uma demanda feita pelo exibidores grandes e pequenos". Outra demanda, desta vez apenas dos pequenos exibidores, é a do fornecimento de cópias para as pequenas salas. "O atual modelo de exploração do produto cinematográfico concentrado em filmes arrasa quarteirão privilegia o topo da pirâmide do mercado de salas", disse. "Mas aí o País é colocado diante de um dilema: simplesmente por essa questão de organização de mercado deve-se permitir que fechem as 600 salas que têm dificuldade em ter acesso às cópias dos grandes lançamentos?", questionou, apontando a exibição digital como uma solução. "A criação de um anel periférico do mercado equipado digitalmente é uma política que pode afrontar a questão do preço do ingresso que elitiza o consumo", explicou.
Incentivo fiscal
O presidente da Ancine destacou ainda que há uma necessidade de se regular os mecanismos de incentivo fiscal. "Se abrimos um edital de finalização oferecendo R$ 350 mil para oito filmes e inscrevem-se 110, sentimos que a questão do fomento precisa ser regulada", destaca.
Televisão
Apesar de se mostrar contente com o volume de produções geradas a partir do Artigo 39 da MP 2228 (mecanismo que incentiva as programadoras estrangeiras de TV por assinatura a co-produzir com produtores independentes brasileiros), Dahl adiantou que há a tendência na diretoria da agência em rever o mecanismo. Para ele, o artigo 39 é saudável. Por outro lado, o mecanismo não pode servir “apenas para retro-alimentar as grades das televisões e não servir exclusivamente para colocar as produtoras independentes como prestadoras de serviço para as programadoras”. “A idéia inicial era fortalecer as produtoras independentes para televisão”, esclareceu. Por outro lado, garantiu que a Ancine não quer desconsiderar a negociação com as programadoras estrangeiras que acabou resultando no mecanismo, mas a agência “tem o objetivo de permitir a existência de uma produção independente para a televisão, até para fazer com as produtoras brasileiras trabalhem com uma cesta de produtos mais diversificada”.
Ainda, diz que agência já identificou uma necessidade de revisão da MP2228, que precisa ser transformada em lei. “Essa necessidade foi ultrapassada pela discussão do projeto da Ancinav, uma discussão pública e notória”. Para ele, a Ancine “é uma agência incubadora, que fatalmente transbordará para toda a atividade audiovisual”.
A entrevista será publicada na próxima edição de Tela Viva, que circula a partir da segunda semana de dezembro.
Texto de Fernando Lauterjung (www.telaviva.com.br).
Assessoria de Comunicação
ANCINE