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A atriz e produtora é uma das estrelas da campanha “Audiovisual brasileiro. Grande como o Brasil”. Confira a entrevista exclusiva de Deborah Secco para o Portal ANCINE
Entrevista com Deborah Secco
Durante a gravação do comercial da campanha "Audiovisual brasileiro. Grande como o Brasil", que estreou na TV aberta no último dia 7 de dezembro, entrevistamos a atriz e produtora Deborah Secco sobre sua relação com o audiovisual. Ela é uma das estrelas da campanha, ao lado de Matheus Nachtergaele, Cauã Reymond e Patricia Pillar.
Confira abaixo nossa conversa com Deborah:
Você atua desde muito nova. Que diferenças você vê na indústria do audiovisual no Brasil desde que você começou, até agora?
Deborah: Nossa indústria cresce cada vez mais. O cinema nacional vem ganhando força e qualidade. (Surgem) novos cineastas com muitas novas ideias e bons propósitos, que fazem a gente querer, cada vez mais, fazer cinema e se dedicar ao cinema. Hoje, se eu pudesse escolher, viveria a minha vida só de cinema.
Vejo uma futura junção latino-americana, que tem acontecido cada vez mais, e acho muito importante para fazer com que o nosso cinema cresça e ganhe um tamanho mundial. Acho que é só o que falta para que tenhamos um cinema mundialmente forte. A Argentina evoluiu muito, tem grandes filmes; tem diretores uruguaios geniais. Acho que todos nós estamos muito próximos. Não temos países e indústrias de Primeiro Mundo, mas temos muito talento, muita criatividade, muita vontade. Acredito que se houver essa união latino-americana, temos como construir uma nova força para o cinema, não o cinema nacional, mas sim o cinema latino-americano num todo. Podemos alcançar o mundo de uma forma imprevisível.
“Boa sorte” (Carolina Jabor, 2014) é sua segunda experiência como produtora - você também produziu “Bruna Surfistinha” (Marcus Baldini, 2011). Fale um pouco sobre este papel.
D: Produzir é a forma que encontrei de ser a atriz que eu quero ser, de poder me meter em tudo, dar palpite em tudo, sem virar uma atriz chata. E também de ir conduzindo e desenhando a minha carreira, podendo escolher as personagens que faço. Acho que, quando você produz, você começa a desenhar um pouco a sua personalidade nas suas escolhas. Quando você só aceita propostas, nem sempre as propostas que recebe são propostas que têm a ver com o que você quer falar, com o que a sua personalidade, artisticamente, quer expressar. Produzir tem me libertado enquanto personalidade, tenho exposto minha personalidade artística por meio das escolhas que faço como produtora, não como atriz. Como atriz eu só aceito, recebo, me preparo e me entrego. Como produtora, tenho tido chance de mostrar mais quem é a Deborah artista, como é a personalidade artística que eu tenho, que eu gostaria de expressar com a minha arte, que eu gostaria que as pessoas levassem para casa, guardassem, se emocionassem ou pensassem.
E “Boa sorte”? Quais eram suas expectativas para o filme?
D: Acho que já superou todas as minhas expectativas desde que entrou em circuito. Recebi verdadeiras declarações de pessoas que se emocionaram, que gostam muito do filme. Agora há pouco a menina do catering veio falar comigo, chorando, que amou o filme. Essa história ter tocado o público da forma que vem tocando... você vê que as pessoas realmente se emocionam, é uma história na qual as pessoas embarcam. Acho que isso já me faz vitoriosa.
Você tem algum próximo projeto que possa adiantar?
D: Estou começando a pré-produção de um filme onde não pretendo atuar muito. Quero mais é produzir para conseguir aprender melhor essa função de produtora, porque, quando eu atuo, realmente fico um pouco fora de mim. Nada que eu possa adiantar muito ainda, mas o filme é para o segundo semestre do ano que vem. Mas tem dois filmes para serem lançados aí: tem “O troco”, de André Moraes e “Obra-Prima”, do Daniel Filho.
E quanto à Deborah espectadora de cinema? Você tem algum filme nacional favorito, algum que tenha te marcado, te emocionado?
D: Eu gosto tanto de todos! “Terra estrangeira” (Walter Salles, 1996), acho que foi o primeiro filme nacional que me impactou. Falei “eu preciso fazer cinema”. Já tem muitos anos, eu era nova, mas temos feito filmes incríveis. “O lobo atrás da porta” (Fernando Coimbra, 2013), “Tatuagem” (Hilton Lacerda, 2013), “Casa grande” (Fellipe Barbosa, 2013). Todos os filmes nacionais que vejo – em 2014, vi alguns em festivais – me deixam fascinada com os novos cineastas que vêm surgindo. O povo de Recife, por exemplo, vem com uma força para o cinema que é inexplicável. Estou muito apaixonada por esse novo cinema nacional feito por jovens artistas transgressores, não acomodados com a linguagem já imposta pelos cineastas mais velhos. São novas formas de filmar!
Assista, recomende, valorize o que é seu.