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Diversidade marca primeira safra do Fundo Setorial
Diversidade marca primeira safra do Fundo Setorial
Cercada de expectativas, a cerimônia de divulgação do resultado final da Linha de Aquisição de Direitos de Distribuição de Longas-metragens (Linha C) do Fundo Setorial do Audiovisual levou ao escritório da Agência Nacional do Cinema – ANCINE, no Rio de Janeiro, distribuidores, produtores, diretores e atores, sinalizando o claro envolvimento dos diversos agentes do setor com a nova proposta de fomento representada pelo FSA. Num clima de parceria entre agentes públicos e privados, foram anunciados os projetos contemplados com um total de R$10 milhões em recursos reembolsáveis: oito longas, de diversos gêneros, produzidos por oito empresas diferentes e que serão distribuídos por quatro proponentes: Europa Filmes, Downtown, Riofilme e Imagem Filmes.
Veja aqui a lista dos contemplados da Linha C do FSA
O Diretor-Presidente da ANCINE, Manoel Rangel, abriu a cerimônia. Ele lembrou que o Fundo Setorial tem como diretriz, formulada pelo Conselho Superior do Cinema, atuar em todos os elos da cadeia do audiovisual, da produção à exibição e à infra-estrutura, com foco na auto-sustentabilidade. Rangel se declarou satisfeito com a recepção da classe cinematográfica aos primeiros editais e com os resultados preliminares do Fundo, que espelham a diversidade da cinematografia brasileira:
_ Nas Linhas A e C do Fundo Setorial do Audiovisual, ligadas à produção de longas-metragens, foram contemplados diferentes gêneros, produtoras grandes e pequenas e cineastas de várias gerações. É importante lembrar que não se trata de recursos a fundo perdido. O Fundo trabalha com a perspectiva de participação nos direitos de comercialização das obras, ou seja, dividindo riscos e resultados com produtores e distribuidoras. Isso resultará num maior compromisso dos empreendedores privados com os resultados econômicos e estéticos das suas obras. Também quero dizer que esta é apenas a primeira safra de editais do Fundo, que será sistematicamente avaliado e aprimorado, nas próximas convocatórias, mas sempre seguindo a diretriz de premiar o mérito, estabelecida pelo Conselho Superior de Cinema e ratificada pelo Comitê Gestor do FSA, composto por representantes do Governo e da sociedade civil. Por fim, com o Fundo Setorial do Audiovisual, nós rompemos um paradigma de processos de decisão de investimentos que não comunicavam suas razões e motivações.
O Diretor-Presidente da ANCINE destacou a parceria indispensável com a FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos, empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e da Tecnologia, responsável pela operacionalização das linhas de atuação do FSA. Após a fala de Rangel, Luis Fernandes, Presidente da FINEP, afirmou que a missão institucional da entidade é o fomento à inovação, daí a sintonia com a ANCINE em todo o processo de desenvolvimento do Fundo Setorial.
_ Nós entendemos que a criatividade será, cada vez mais, a base da agregação de valor de qualquer projeto. Ao promover o fortalecimento do nosso cinema, o Fundo Setorial do Audiovisual persegue a construção e a consolidação da identidade nacional, o que é uma agenda crucial para o país.
Em seguida, o Diretor da ANCINE Mario Diamante enfatizou o desempenho positivo dos lançamentos de filmes nacionais em 2008 e 2009, realizados pelas distribuidoras contempladas. Diamante divulgou os resultados do primeiro edital da Linha C, que totalizou R$ 10 milhões em investimentos:
_ Os valores estabelecidos para cada proponente foram definidos pelo Comitê de Investimentos do Fundo Setorial do Audiovisual, a partir da análise técnica e da avaliação da defesa oral de cada projeto. Acredito que esse edital atende em cheio às diretrizes estabelecidas para o Fundo, como estimular a competitividade no mercado doméstico e internacional e o fortalecimento das distribuidoras de filmes brasileiros.
Diante da variação dos valores concedidos a cada proponente selecionado, a cineasta Sandra Werneck, presente na platéia, fez uma observação importante: os filmes estão em diferentes etapas de realização, por isso demandam volumes diferentes de recursos. Manoel Rangel reforçou o esclarecimento:
_ O resultado divulgado hoje não deve ser confundido com uma loteria, que distribui prêmios maiores e menores. Não existe uma correlação entre a qualidade de cada projeto contemplado e o valor investido. Alguns filmes estão no início da produção, enquanto outros já estão quase finalizados. De qualquer forma, o Fundo viabilizará, a partir do segundo semestre de 2010 e ao longo de 2011, que entre em cartaz uma safra de filmes brasileiros da qual nos orgulharemos muito.
Representando as quatro distribuidoras proponentes selecionadas para receber investimentos do Fundo Setorial do Audiovisual, estiveram presentes na ANCINE Wilson Feitosa, da Europa Filmes, Bruno Wainer, da Downtown, Sergio Sá Leitão, da Riofilme, e Marcos Scherer, da Imagem Filmes. Também compareceram os diretores de todos os oito projetos selecionados: Selton Mello, Luiz Bolognesi, Sandra Werneck, Roberto Santucci, Rosane Svartman, Carlos Diegues, Alberto Graça e Lula Buarque de Holanda.