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Secretaria do Audiovisual, ANCINE e INCAA preparam lançamento de novo órgão do Mercosul Alvo é a integração cultural e econômica do cinema e audiovisual
COMUNICADO R.E.A.C.A. (Rio de Janeiro, 05/03/2004)
Secretaria do Audiovisual, ANCINE e INCAA preparam lançamento de novo órgão do Mercosul Alvo é a integração cultural e econômica do cinema e audiovisual
Rio de Janeiro, 05/03/2004 - A Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, a ANCINE - Agência Nacional do Cinema e o INCAA - Instituto Nacional do Cinema e Artes Audiovisuais, da Argentina, encerraram esta semana os preparativos para o lançamento de um novo órgão do Mercosul dedicado a integrar as indústrias cinematográficas dos países membros do Mercosul – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai – e dos países associados, Bolívia e Chile. A nova entidade é a Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais, a ser lançada no encontro marcado para a cidade argentina de Mar Del Plata, nos dias 14 e 15 de Março.
Um amplo trabalho de fundamentação para a criação deste novo órgão vem sendo desenvolvido, há um ano, pelas autoridades cinematográficas dos dois países. O trabalho teve etapas desenvolvidas em encontros realizados em Florianópolis, Viña Del Mar, Buenos Aires e Rio de Janeiro sendo oficializado pela Reunião dos Ministros de Cultura do Mercosul e pela Reunião de Chanceleres do Mercosul, realizadas em Dezembro de 2003.
Iniciativa inovadoraAté o presente as normas e os convênios que norteavam o setor centravam suas atenções nos aspectos culturais em geral, deixando de lado as abordagens industriais e econômicas, essenciais à atividade. Esta abordagem só encontra paralelo no “Programa Media de Integração Audiovisual da Comunidade Européia”, administrado de Bruxelas para o mercado Europeu. No caso do Mercosul, a criação deste novo órgão irá influenciar toda a integração ibero-americana, ampliando possibilidades de produção e de mercados para filmes dos países membros e associados ao Mercosul.
Os princípios básicos que orientam a criação da Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais são os da complementariedade e da reciprocidade. Tais princípios, almejam um objetivo maior: o da união de cinematografias e mercados dos países membros e associados, aumentando sua base de produção, distribuição e exibição de obras nacionais.
Segundo Orlando Senna, Secretário do Audiovisual, "o Mercosul Audiovisual adquiriu o status de Reunião Especializada graças a uma ação coordenada do Brasil e da Argentina e à decisiva atuação do ministro Gilberto Gil na Reunião de Ministros da Cultura do Mercosul em novembro do ano passado, em Montevidéu. Nesse novo patamar, os aspectos econômico e cultural do audiovisual, conjugados e interdependentes, serão considerados em sua real dimensão de maior pólo produtivo do século 21 e de bens simbólicos e imateriais que conformam identidades e soberanias nacionais".
Para Alberto Flaksman, Superintendente de Promoção e Comércio Exterior da ANCINE, “além da questão política, a articulação destes mercados é fundamental para criar uma dimensão de mercado que dê fôlego a estas cinematografias nacionais. A soma dos mercados internos dos países membros aumenta a base da indústria, até para que ela possa se expandir para outros mercados mundiais”, reitera Flaksman.
Pelo lado argentino, a Chefe do Departamento para o Mercosul do INCAA, Eva Piwowarski, entende que o cinema não poderia estar alheio à vontade política dos governos: “- O Mercosul já esteve a ponto de fracassar várias vezes por levar em conta apenas aspectos econômicos e comerciais. Integração regional só é possível se os aspectos políticos e culturais forem protagonistas”, diz Eva. E complementa: “ – Há uma relação muito estreita entre a indústria e o governo na Argentina, que passa até pela formação educacional; a Argentina tem uma escola de nível superior, a ENERC – Escola Nacional de Experimentação e Realização Cinematográfica – que é pública e gratuita. Um dos pilares dessa integração é a convergência entre as ações dos agentes da industria cinematográfica e as do governo, através do INCAA, cujo Presidente também é um diretor de cinema.” Para Eva Piwowarski, a maior prova do vigor desta industria foi dada durante a recente crise econômica que assolou o país: “ – A industria cinematográfica manteve-se ativa durante a crise e, pelo contrário, serviu como fator de integração e de manutenção da auto estima nacional. Na crise, permaneceu intacta a convergência indústria-governo-univesidade”.
O Superintendente de Assuntos Estratégicos da ANCINE, Jom Tob Azulay, destaca que a criação do novo órgão do Mercosul “só foi possível graças ao alto nível de organização e eficiência do INCAA, que nos permitiu concretizar esta meta inédita para a integração das políticas cinematográficas destes países. E isto pode mudar a história destas atividades nos países membros”.
Assessoria de Comunicação
ANCINE