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Para diretor-presidente da ANCINE, setor audiovisual é capaz de alavancar emprego e renda, além de atrair investimento privado
Christian de Castro fala sobre Economia Criativa e a Era Digital no ABA Summit 2018
Publicado em
23/10/2018 17h15
Atualizado em
31/10/2022 15h48
O diretor-presidente da ANCINE, Christian de Castro, participou na manhã desta terça-feira, 23 de outubro, do painel “Economia Criativa e a Era Digital”, dentro da programação do ABA Summit 2018, fórum de debates organizado pela Associação Brasileira de Anunciantes, em São Paulo.
Castro dividiu a mesa com Jamie Barnard, representante da Global General Counsel – Marketing, Media & Commerce da Unilever, com moderação da Dra. Vanessa Vilar, Legal Director – Latam Cluster Category Counsel da Unilever e presidente do Comitê Jurídico da ABA.
Prestes a completar um ano à frente da Agência, o diretor-presidente iniciou sua fala elencando os pilares de sua gestão, que considera fundamentais para o desenvolvimento do mercado e da cadeia de valor do audiovisual, como a desburocratização, a agilização e a previsibilidade, aliados à valorização da capacidade técnica da ANCINE. “O caminho que vimos trilhando é o da desburocratização, com o objetivo de dar maior transparência aos processos, tornando mais seguro e amplo o ambiente de negócio. Outra marca da nossa gestão é o diálogo. Como é sabido, as portas da ANCINE estão sempre abertas”, disse ele.
Christian de Castro falou ainda da relação positiva da Agência com os órgãos de controle, da intensificação do combate à pirataria, e de uma política voltada para a automatização da operação e incorporação da tecnologia à estratégia, a fim de racionalizar processos, unificar sistemas, e criar assim um banco de dados robusto.
“O foco da Agência deve estar nas áreas de controle e regulação - registro, fiscalização, prestação de contas e análise de mercado. É preciso nos aprofundarmos no conhecimento do mercado, a partir da análise dos dados e indicadores gerados, para ampliarmos as políticas de fomento e desenvolvimento do setor, gerando capacidade empresarial de toda a cadeia do audiovisual brasileiro e atrair desta forma o investidor privado ”, completou.
A ANCINE vem ampliando suas ações também na área de capacitação das empresas produtoras e empreendedores. “Sem empresas competitivas não conseguiremos ser competitivos em nível global. Aprofundar o conhecimento das necessidades dos empreendedores é fundamental para construirmos uma política pública com maior impacto na criação de empregos, valor e renda para a sociedade brasileira”, avaliou o diretor-presidente.
Com o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) investindo cerca de R$ 1 bilhão em todos os elos da cadeia do audiovisual, em todas as regiões do país, Christian de Castro acredita que o audiovisual brasileiro só tende a crescer. “O Fundo investe atualmente em diferentes linhas, que vão da capacitação técnica, artística e de empreendedores, a produção e distribuições de obras para cinema, TV e jogos digitais. Além disso há recursos para as coproduções internacionais e também para infraestrutura do audiovisual, com foco na inovação tecnológica provocada pela revolução digital. A economia criativa e o bom uso do digital são também caminhos para desenvolver um negócio transparente, rentável e amigável para o Brasil. O digital traz a possibilidade de integrar, contar histórias e comunicar melhor com o consumidor”.
Castro adiantou ainda como pretende agir à frente da ANCINE com a transição governamental. “O caminho a seguir é o diálogo institucional com o futuro presidente e sua equipe, apresentando toda a capacidade produtiva do setor audiovisual de gerar emprego e renda, além de atrair investimento privado. O produto audiovisual é estratégico não apenas para a formação cultural do país, mas também para o aumento das exportações e das perspectivas de atração do turismo, elevando a marca Brasil”.
Perguntado sobre o papel de anunciantes nesse novo paradigma digital, Christian de Castro apontou a reconhecida capacidade de criação e story telling das produtoras independentes locais e sua competitividade em relação aos resultados produzidos, e que o desafio para o futuro é desenvolver conteúdos audiovisuais que dialoguem de forma direta com marcas e produtos, com o intuito de o mercado local depender menos de recursos incentivados e passar a financiar-se, cada vez mais, a partir de recursos privados.