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Novo modelo aumenta incentivo para exibidores programarem filmes brasileiros
Câmara Técnica de Cinema define aferição da Cota de Tela 2019
Publicado em
25/10/2018 18h28
Atualizado em
31/10/2022 15h48
Nesta segunda-feira, 22 de outubro, foi realizado o sexto Encontro da Câmara Técnica do Segmento de Mercado de Salas de Exibição, em que foi aprovado o novo modelo para aferição da Cota de Tela de 2019. Após votação dos representantes de mercado presentes, a aferição da Cota de Tela por sessão foi unanimidade na reunião. O modelo melhor avaliado com número expressivo de votos foi o modelo II, com 15 votos. O modelo III obteve apenas 1 (um voto), enquanto o modelo I (sem sessões no decreto) não obteve nenhum voto.
Na abertura do evento, o diretor presidente da ANCINE, Christian de Castro, ressaltou que a instalação dessa Câmara Técnica permitiu que os representantes de mercado, junto com a agência, chegassem a um amadurecimento das propostas de Cota de Tela a serem votadas com uma antecedência inédita. “Isso permite que o trâmite interno e o encaminhamento do modelo aprovado ao MINC ocorram com muito mais celeridade e segurança”, afirmou.
A diretora Mariana Ribas destacou que a Cota de Tela é um sucesso como instrumento indutor para a distribuição e exibição do cinema brasileiro, mas que também é preciso pensar no público e em outras maneiras de aumentá-lo e de formar plateia, para melhorar ainda mais os resultados dos nossos filmes. Além disso, é importante pensar em políticas públicas que atendam aos modelos de negócio dos pequenos, médios e grandes produtores, distribuidores e exibidores e, claro, estimular novos entrantes no mercado.
O diretor da ANCINE, Alex Braga, assinalou que, no próximo encontro, será apresentado de forma mais detalhada o modelo II, aprovado na reunião, o qual, então, seguirá para a Oitiva, conforme expresso na Lei. Ele ressaltou a importância da criação deste espaço, construído a partir de análises técnicas compartilhadas e descritas de forma objetiva. Frisou que a Cota de Tela é um instrumento de mercado praticado em diversos países e que está de acordo com a natureza do audiovisual. E exaltou a importância da Cota de Tela ter se simplificado, como resultado das experiências bem-sucedidas da mudança já ocorrida neste ano.
De acordo com dados apresentados pela superintendente de Análise do Mercado, Luana Rufino, a multiprogramação incentiva a diversidade de oferta de filmes em salas de cinema. Reconhecer cada sessão de filme brasileiro como contribuinte para o cumprimento da Cota de Tela, incentiva o aumento da diversidade de filmes brasileiros no parque exibidor. Uma mudança de aferição – por sessão e não mais por dia –, não afeta, no entanto, a estratégia de grandes lançamentos de filmes brasileiros e estrangeiros com maior potencial de retorno econômico. “A aferição da cota de tela por sessões permite a convivência entre as duas estratégias de lançamento e manutenção dos filmes, potencializando a receita dos filmes que hoje contribuem pouco para o Market Share. Além disso, permite-se uma maior permanência dos lançamentos nacionais em cartaz. O modelo aprovado trouxe importantes avanços na regulação”, explicou.
O modelo consolida a proposta de aferição da Cota de Tela por sessão para se adequar à prática já estabelecida do mercado de se programar os filmes também por sessão. A cota por sessão aumenta o incentivo para os exibidores programarem filmes brasileiros, expandindo a oferta e a diversidade de obras para o público. A aferição por grupo exibidor trará maior equilíbrio distributivo e alívio regulatório ao pequeno e médio exibidor. O incremento de 20% após às 17h incentivará que o filme brasileiro seja programado nos melhores horários. E a divulgação das médias das salas reduzirá a assimetria de informação no setor, dando mais transparência na negociação para a manutenção de obras brasileiras em exibição. Abaixo as propostas dos três modelos de aferição da Cota de Tela, para ser aplicado já no próximo ano. Após votação dos presentes, por quase unanimidade, o modelo II, para a Cota de Tela de 2019, foi o melhor avaliado.
MODELO I
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Sem necessidade de mudança regulatória
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Mesmo Decreto do ano de 2018
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IN de Cota de Tela com aferição por sessão – IN de 2018
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Regra da Dobra permanece a mesma, sem divulgação das médias
MODELO II
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Cota de Tela por sessão
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Cota de Tela por Grupo Exibidor com Mínimo de Sessões por Complexo sem transferência
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Divulgação das Médias das salas sem Regra da Dobra
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Incentivo de mais de 20% para sessões depois das 17hs
MODELO III
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Cota de Tela por sessão
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Cota por Grupo Exibidor com Mínimo de Sessões por Complexo sem transferência
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Regra da Dobra: Público por sessão
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Divulgação das Médias das Salas
Sobre a Câmera Técnica de Cinema
A Câmara foi criada em dezembro de 2017, após o encontro de distribuidores e exibidores com a ANCINE para a definição anual da cota da tela. O objetivo do grupo, que se reúne mensalmente, é acompanhar e analisar o comportamento do mercado de salas exibição, assim como discutir sobre a evolução do cinema brasileiro.
Estiveram presentes a esse encontro: Antonio Carlos Caio Silva – ABRAPLEX/Associação das Empresas Cinematográficas Operadoras de Cinema Multiplex; Bruno Wainer – ADIBRA/Associação das Distribuidoras Brasileira; Daniel Caetano – ABRACINE/Associação Brasileira de Exibidores de Cinema; Eric Belhassen – APACI/Associação Paulista de Cineasta; Glaucia Camargos – SICAV/Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual; Gilberto Leal – Sindicado dos Exibidores do Rio de Janeiro; João Daniel Tikhomiroff – SIAESP/Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo; Leonardo Edde – SICAV/Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual; Luiz Carlos Barreto – SICAV/Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual; Luiz Severiano Ribeiro – ABRACINE/Associação Brasileira de Exibidores de Cinema; Marcelo Bertini – ABRAPLEX/Associação das Empresas Cinematográficas Operadoras de Cinema Multiplex; Marcio Fraccaroli – presidente da Paris Filmes; Paulo Lui – AEXIB/ Associação dos Exibidores Brasileiros de Cinema de Pequeno e Médio Porte; Ricardo Difini Leite – FENEEC/Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográfica; Rodrigo Saturnino - Diretor geral da Sony Pictures/Universal Pictures no Brasil; Sandro Rodrigues – ADIBRA/Associação das Distribuidoras Brasileira; Silvia Cruz – ANDAI/Associação Nacional Distribuidores Audiovisual Independente.