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Com 14 títulos nacionais na seleção oficial, prêmios para o longa “Que horas ela volta?” e acordos de coprodução e vendas internacionais, cinema brasileiro se destaca no evento
Brasil tem participação expressiva e volta premiado do 65º Festival de Cinema de Berlim
Foi histórica a participação do Brasil na 65ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim , que aconteceu entre os dias 5 e 15 de fevereiro, na capital alemã: o país teve 14 títulos exibidos na seleção oficial, o longa “Que horas ela volta”, de Anna Muylaert, ganhou dois prêmios, 13 brasileiros participaram do programa de residência Berlinale Talents e cerca de 90 estiveram no European Film Market, e o país voltou de Berlim com acordos fechados e negócios feitos.
O diretor-presidente da ANCINE, Manoel Rangel, que esteve em Berlim acompanhado do Assessor Internacional da Agência, Eduardo Valente, fez uma avaliação bastante positiva da participação brasileira no evento. "O Festival de Cinema de Berlim é hoje um dos três mais importantes festivais de cinema do mundo. O cinema brasileiro tem força e talento para romper a dicotomia entre mercado e arte. E quando os curadores dos festivais internacionais têm curiosidade e olhos pra ver, encontram um Brasil novo que pulsa e emerge”.
“Que horas ela volta?”, que participou do evento com o auxílio do Programa de Apoio à Participação de Filmes Brasileiros em Festivais Internacionais e de Projetos de Obras Audiovisuais Brasileiras em Laboratórios e Workshops Internacionais da ANCINE , ganhou o prêmio do público da mostra Panorama, onde concorreu com outros 34 filmes de 29 países, e também o prêmio da Confederação Internacional dos Cinemas de Arte e Experimentais – CICAE, que reúne mais de 3 mil salas em cerca de 30 países, em decisão unânime do júri.
O longa, com as atrizes Regina Casé e Camila Márdila, recém-premiadas no Festival de Sundance , foi muito bem recebido pela plateia e ganhou críticas positivas na imprensa. Para o diretor-presidente da ANCINE, Manoel Rangel, que assistiu ao filme em Berlim, “o filme é forte, sensível e absolutamente conectado com o Brasil de hoje. Estão em cena a herança escravocrata brasileira no ambiente doméstico e a emancipação, com humor, acidez e ternura no olhar sobre homens e mulheres”.
Produzido pela Gullane Filmes, associada ao Programa Cinema do Brasil , dedicado à promoção da cinematografia brasileira no exterior, “Que horas ela volta?” foi vendido para os Estados Unidos (Oscilloscope), França (Memento) Espanha (Caramel), Bélgica e Luxemburgo (Setembro), Suíça (Filcoopy).
Os filmes “Sangue azul”, de Lírio Ferreira, e “Ausência”, de Chico Teixeira, ambos na mostra Panorama; “Fuja dos meus olhos”, de Felipe Bragança, na Mostra Forum Expanded; o curta “Mar de Fogo”, de Joel Pizzini (curta), exibido no Berlinale Shorts; o longa “Ma Ê Dami Xina - Já me transformei em imagem”, de Zezinho Yube, participante da Mostra NATIVe de cinema indígena; “Brasil S/A”, de Marcelo Pedroso, e “Beira-mar”, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, ambos na programação da Mostra Forum, também foram exibidos no festival com o apoio da ANCINE. “Brasil S/A” e “Beira Mar” foram apresentados ao curador Christoph Terhechte durante a oitava edição do Programa Encontros com o Cinema Brasileiro .
O longa de Reolon e Matzembacher foi outro que voltou da Alemanha com acordos fechados: produzido pela Avante Filmes e negociado pela FiGa/Br, associada ao Programa Cinema do Brasil, o filme foi comprado pelas distribuidoras Pro-Fun (Alemanha, Áustria e Suíça), Epicentre (França), Wolfe (Estados Unidos e Canadá) e Nitrato (Portugal).
Programas da ANCINE apoiaram projetos e a participação de empresas no evento
Os projetos “Até o caminho”, de Davi Pretto, “Corpo elétrico”, de Marcelo Caetano (ambos participantes do Berlinale Talents), e “Corrida dos bichos”, da Bananeira Filmes, participante do Mercado de Coprodução, também foram contemplados pelo programa da ANCINE de apoio a filmes e projetos brasileiros em eventos e workshops internacionais .
Além dos filmes contemplados pelo programa de apoio da ANCINE , também foram exibidos no festival os brasileiros “Jia Zhang-ke, um homem de Fenyang”, de Walter Salles Jr.; “Hepari Idub'rada, Obrigado Irmão”, de Divino Tserewahú; “O mestre e o Divino”, de Tiago Campos Tôrres; “As Hiper Mulheres (Itão Keugü)”, de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro; “Viventes”, de Frederico Benevides; e “Je proclame la destruction”, de Arthur Tuoto.
Já o Programa de Apoio à Participação de Produtores Brasileiros de Audiovisual em Eventos de Mercado e Rodadas de Negócios Internacionais da Agência auxiliou a participação de 15 representantes de empresas produtoras independentes no European Film Market, o evento de mercado da Berlinale. Clique aqui e confira aqui os nomes das empresas que receberam o auxílio e seus representantes .
Protocolo de cooperação audiovisual com o México
Durante o festival, o diretor-presidente da ANCINE, Manoel Rangel, e o diretor-geral do Instituto Mexicano de Cinematografia - IMCINE, Jorge Geraldo Sánchez Sosa, assinaram o Protocolo Interinstitucional de Cooperação Cinematográfica e Audiovisual para o fomento à coprodução e à distribuição de filmes de longa-metragem entre o Instituto Mexicano de Cinematografia dos Estados Unidos Mexicanos e a Agência Nacional do Cinema da República Federativa do Brasil .
A assinatura do documento, que prevê a realização anual de editais simultâneos nos dois países para a seleção de projetos de longas em regime de coprodução e o apoio à distribuição de filmes brasileiros no mercado mexicano e de filmes mexicanos nos cinemas brasileiros, aconteceu durante evento realizado no Instituto Iberoamericano de Berlim. Clique aqui e saiba mais sobre o acordo .
Cinema do Brasil
O Programa Cinema do Brasil, uma parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - Apex-Brasil, que conta com o apoio da ANCINE, esteve presente no European Film Market com um estande para divulgação de filmes brasileiros, realização de eventos de networking e apoio logístico aos seus associados. No evento, o Cinema do Brasil anunciou a abertura das inscrições no 7º Prêmio de Apoio à Distribuição Internacional. Para participar, as empresas que assinaram contratos de distribuição com produtoras brasileiras associadas ao Programa devem enviar seus planos de distribuição internacional ao Programa. Clique aqui e saiba mais sobre o Prêmio de Apoio à Distribuição Internacional .