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Documento assinado pelo diretor-presidente da ANCINE em Cannes flexibiliza regras do acordo original
Brasil e França renovam acordo de coprodução em filmes
A 63ª edição do Festival de Cannes, que terminou no último dia 22 de maio, contou mais uma vez com expressiva presença brasileira. As cinco produções nacionais selecionadas para o evento tiveram sua participação garantida na Croisette pela ANCINE, através do Programa de Apoio à Participação de Filmes Brasileiros em Festivais Internacionais. Cannes também foi palco da renovação do Acordo de Coprodução Brasil-França, em ato conduzido pelo diretor-presidente da ANCINE, Manoel Rangel, e a presidente do Centre National du Cinéma et de l’Image Animée (CNC), Véronique Cayla.
Num esforço conjunto das duas instituições, o acordo originalmente firmado em 1969 foi modernizado e ganhou regras mais flexíveis. A principal alteração diz respeito à participação mínima do país que entrar com capital minoritário, que caiu de 30% para 20% do orçamento total do projeto, podendo chegar a 10% em casos excepcionais. Esta mudança deverá beneficiar principalmente os produtores brasileiros.
A partir de agora, a divisão das receitas obtidas com o filme nos territórios onde ele for exibido será livremente estabelecida entre os produtores. “O acordo também vai permitir que profissionais de toda a União Europeia possam ser contabilizados pelo lado francês como equipe da França, e que profissionais do Mercosul possam ser contabilizados como equipe brasileira pelo lado do Brasil. Tudo isso otimiza ainda mais a boa relação que já existia entre os dois países no campo do audiovisual”, afirma Manoel Rangel, lembrando que toda obra realizada ao abrigo do acordo tem assegurada sua exibição nos dois países envolvidos.
Durante o 63º Festival de Cannes, o diretor-presidente da ANCINE e o assessor internacional da Agência, Alberto Flaksman, participaram ainda de reuniões e encontros com autoridades audiovisuais de diversos países. No dia 17, Manoel Rangel foi um dos debatedores no painel “A Situação Atual e o Futuro dos Fundos de Apoio ao Cinema”, organizado pelo Programa Media Internacional, da União Européia. Rangel foi o único representante da América Latina no debate, que contou ainda com a presença dos dirigentes de algumas das principais instituições de fomento do cinema na Europa, como o FFA (Alemanha), o ICAA (Espanha), o CNC (França) e o IFB (Irlanda).
Participação brasileira em Cannes
Promovido pela ANCINE desde 2003, o Programa de Apoio à Participação de Filmes Brasileiros em Festivais Internacionais tem garantido a presença do nosso cinema em mais de 60 eventos em todo o mundo. Nesta edição do Festival de Cannes, as cinco produções nacionais convidadas para o evento solicitaram e receberam recursos do programa.
O longa-metragem “Cinco Vezes Favela – Agora Por Nós Mesmos”, que foi exibido em sessão hors concours, ganhou cópia legendada em inglês e passagem aérea para a produtora Verônica Machado.
“Alegria”, segundo longa-metragem de Felipe Bragança e Marina Meliande, selecionado para a mostra paralela Quinzena dos Realizadores, teve custeada a cópia legendada em francês. A passagem aérea do diretor também foi emitida por meio do Programa da ANCINE.
O curta “Estação”, um dos nove selecionados para a competição oficial pela Palma de Ouro de Melhor Curta-Metragem, ganhou passagem aérea para diretora Márcia Faria e cópia do filme legendada em francês.
Codiretor com Gustavo Mello do curta “A Distração de Ivan”, que foi exibido em competição na Semana da Crítica, Cavi Borges também recebeu passagem. Além disso, o custo de realização das cópias legendadas em francês e inglês e seu envio para a França foram financiados pelo Programa.
O filme “O Beijo da Mulher Aranha”, que participou do festival na mostra paralela Cannes Classics com uma cópia restaurada, recebeu do programa de apoio a passagem aérea para o diretor Hector Babenco.
Assessoria de Comunicação, 26/05