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Gargalo na distribuição e obrigatoriedade de exibição nos cinemas foram temas da reunião
ANCINE realiza câmara técnica com exibidores, distribuidores e produtores
Publicado em
07/05/2018 18h27
Atualizado em
04/11/2022 12h21
A Agência Nacional do Cinema - ANCINE realizou na última quinta-feira, 3 de maio, a primeira reunião da Câmara Técnica do Segmento de Mercado de Salas de Exibição. A Câmara foi criada em dezembro de 2017, após encontro de distribuidores e exibidores com a ANCINE para definição anual da cota de tela. O objetivo do grupo, que pretende se reunir mensalmente, é acompanhar e analisar o comportamento do mercado de salas de exibição desde que foi aprovada, em janeiro de 2018, a aferição por sessão de cinema para cumprimento de cota de tela.
A reunião, realizada na sede da ANCINE no Rio de Janeiro, foi aberta pelo diretor-presidente da Agência, Christian de castro, e contou com a presença dos diretores Alex Braga e Debora Ivanov.
“O resultado desses encontros será muito importante para interpretar como o mercado está se equilibrando. Com a aferição da cota de tela por sessão única de cinema e com a digitalização do parque exibidor brasileiro, surge um novo modelo de negócios no mercado, flexibilizando a distribuição das obras audiovisuais. Precisamos pensar políticas públicas que visem escoar a produção nacional com visibilidade. Os encontros com a participação de representantes dos elos da cadeia do audiovisual permitirão debate transparente e busca comum por soluções para aumentar a participação do filme brasileiro no mercado nacional fortalecendo os empreendedores brasileiros”, avalia Christian.
Conduzida pela Superintendente de Análise de Mercado, Luana Rufino, a reunião trazia na pauta dois temas principais a serem debatidos: os gargalos para a penetração dos filmes brasileiros em pequenas cidades e complexos; e a obrigatoriedade de todas as obras financiadas pelo FSA terem a primeira janela de exibição em salas de cinema.
De acordo com dados da Superintendência de Análise de Mercado (SAM), a partir das informações recolhidas pelo Sistema de Controle de Bilheteria (SCB), a participação do público nos filmes brasileiros foi de 10% em 2017. Enquanto os filmes estrangeiros somaram mais de 163 milhões de espectadores, os filmes nacionais fecharam o ano passado com 17,8 milhões de público.
Em relação à capilaridade dos filmes brasileiros, são nas regiões Sudeste e Nordeste e no Estado do Amazonas onde se registra a maior participação de público dos filmes nacionais. “Os dados revelam que nas cidades de até 100 mil habitantes a penetração das obras brasileiras é ainda pequena”, avalia a Superintendente.
Luana Rufino apresentou também os dados relativos à performance por sessão das obras financiadas pelo Fundo Setorial do Audiovisual em 2017. Dos 24 filmes que tiveram recursos do Fundo, quatro fizeram mais de R$ 1 milhão de renda e juntos fizeram 1,1 milhão de público em um ano.
Os representantes de mercado que participaram da Câmara Técnica foram: Bruno Wainer e Sandro Rodrigues (ADIBRA - Associação das Distribuidoras Brasileira); Eric Belhassen (APACI - Associação Paulista de Cineasta); Gilberto Leal (Sindicado dos Exibidores do Rio de Janeiro); Glaucia Camargos (Sindicato da Indústria Audiovisual); Jorge Peregrino (Academia Brasileira de Cinema); Luiz Gonzaga Assis De Luca (FENEC - Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográfica); Luiz Severiano (ABRACINE - Associação Brasileira de Exibidores de Cinema); Ricardo Difini Leite (FENEC - Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográfica); Rodrigo Saturnino (Diretor geral da Sony Pictures/Universal Pictures no Brasil); Silvia Cruz (ANDAI).