Notícias
Encontro na FIRJAN foi promovido pelo Instituto Geena Davis
ANCINE participa de debate sobre equilíbrio de gênero no audiovisual
A diretora da ANCINE, Rosana Alcântara, participou ontem, 7 de março, do encontro “O equilíbrio de gênero na mídia brasileira”, promovido pelo Instituto Geena Davis, na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro – Firjan, no Rio de Janeiro. O tema central do evento foi a representação de gênero no cinema e na televisão e como são avaliados os papéis de homens e mulheres na dramaturgia nacional.
Participaram do debate: Melissa Rosenberg, roteirista do filme "Crepúsculo" e da série “Marvel’s Jessica Jones”; Deborah Calla, membro do Conselho Consultivo da Geena Davis Institute for Gender in Media; João Feres, o professor e pesquisador da UERJ; Caroline Heldman, Professora de política da Occidental College em Los Angeles e Amalia E. Fischer Pfaeffle, doutora em Comunicação e Cultura da UFRJ.
Em sua fala, Rosana Alcântara salientou a subrepresentação feminina no audiovisual e citou dados do recente levantamento feito pela Superintendência de Análise de Mercado da ANCINE a respeito da participação das mulheres neste mercado. “Na função de produção, identificamos o diferencial do Brasil: 41% das obras tiveram produção executiva exclusivamente feminina. No cinema, o protagonismo feminino na produção executiva se define de forma clara: neste segmento, as mulheres alcançaram a maioria dos postos de produção nos longa-metragens. Ao todo, 62% dessas obras contaram com ao menos uma mulher entre os responsáveis pela produção executiva. O mesmo percentual se verificou na análise da participação das mulheres na produção de documentários. Quanto às obras para TV, incluindo TV Paga e TV Aberta, destaca-se no mesmo sentido a atuação feminina na produção executiva, com participação idêntica a dos homens.”
Nas funções de roteirista e de direção, a participação feminina ainda é pequena. “Apenas 23% das obras tiveram roteiro escrito apenas por mulheres, e 12% por equipes mistas. Além disso, 19% das obras contaram com direção exclusivamente feminina. Se somarmos com as equipes mistas, teremos 26% de obras com ao menos uma mulher diretora”, completou Rosana.
Ainda sobre o levantamento, a diretora da ANCINE pontuou que estudos preliminares mostram forte relação de causalidade entre a presença de mulheres nas funções de produção e de direção de uma obra audiovisual: “Quando a função de produção é executada por uma mulher, aumenta em 33% a chance de a função de direção também ser executada por uma mulher.”
Rosana ressaltou ainda que a ANCINE vem buscando políticas e estratégias para maior inclusão de mulheres na produção audiovisual nacional, como a participação de pelo menos 50% de mulheres nas comissões de seleção das chamadas públicas do Programa Brasil de Todas as Telas.
O evento foi encerrado com a entrega do Prêmio Cabíria, que premia roteiros que tenham personagens femininas como protagonistas. A diretora da ANCINE, Debora Ivanov, entregou os prêmios aos vencedores: Thais Fujinaga, por “O Filho Plantado”; Guilherme Macedo, por “Estrela sem céu” e Cecilia Engels, por “Terceira Página”.