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O tema foi discutido em reunião realizada com a FENEEC, ABRACINE e ABRAPLEX.
ANCINE E EXIBIDORES DISCUTEM JANELA DE EXIBIÇÃO
A Agência Nacional do Cinema está concluindo estudos sobre o comportamento geral dos lançamentos dos filmes de longa metragem nas salas de exibição e em vídeo e DVD. Com o estudo a ANCINE pretende criar intrumentos para disciplinar o intervalo mínimo a ser observado entre os lançamentos nos cinemas e nas locadoras de vídeo e DVD.
O tema esteve em pauta na reunião realizada esta semana no escritório da Agência, entre o Diretor-Presidente Gustavo Dahl e o Diretor Manoel Rangel, e os representantes das entidades do setor de exibição, FENEEC, ABRACINE e ABRAPLEX.
A Agência vem recebendo reclamações de produtores e exibidores que apontam para progressivo esvaziamento do mercado de salas em função do pequeno intervalo existente entre o lançamento dos filmes nas salas de cinema e em vídeo e DVD.
Segundo o Ouvidor da ANCINE, José Zimmerman, “é cada vez maior o número de exibidores que procuram a Agência se queixando com relação ao fechamento de salas e ao tempo curto que o filme fica em exibição antes de estar nas prateleiras das locadoras”.
Os exibidores alertam para o enfraquecimento do mercado de cinema no Brasil. A Associação das Empresas Cinematográficas Operadoras de Cinemas Multiplex - ABRAPLEX considera a situação preocupante. Para o presidente da entidade, Valmir Fernandes, a redução do tempo da janela de exibição impede uma carreira mais longa do filme nos cinemas. “Em certos casos o DVD chega ao mercado antes do lançamento em cinema. O contínuo desrespeito a uma janela minimamente aceitável faz com que parte do público decida esperar pelo DVD ao invés de ir ao cinema. Hoje quem sofre são os pequenos exibidores do interior, mas, mantida a tendência de redução da janela, as salas de cinema de todo o país têm muito a perder”, concluiu Fernandes.
Segundo o presidente da Associação das Empresas Exibidoras Cinematográficas – ABRACINE, Luiz Severiano Ribeiro Neto, as vinte maiores bilheterias do ano, chegam a significar mais do que 60% da arrecadação total da exibição, o que estabelece uma forte dependência dos grandes sucessos para que as salas sobrevivam. “Sem a garantia das carências entre "as janelas de exibição", decreta-se a não-expansão do circuito exibidor nacional, muito pelo contrário, decreta-se o fechamento de centenas de salas num universo já tão diminuto”, alerta Severiano Ribeiro.
O lançamento rápido do filme em vídeo e DVD interessa ao dono do produto e não ao dono do cinema. O Diretor-Presidente Gustavo Dahl frisou que a exploração do produto não pode ser em detrimento da manutenção da rede de exibição cinematográfica. “A exibição nas salas de cinema é indispensável para o cinema do ponto de vista econômico e interessa ao Brasil do ponto de vista sócio-cultural”, salientou Dahl.
O Superintendente de Registro, Controle e Fiscalização da ANCINE, Aurelino Machado informou que a Agência está trabalhando na preparação da regulamentação do assunto. “Estamos levantando dados sobre os atuais prazos praticados pelo mercado, inclusive em relação a cada empresa distribuidora de cinema e de vídeo.”, informou o Superintendente, que acredita que o número de cópias dos títulos e a sazonalidade dos lançamentos são fatores a serem também considerados na regulação das janelas entre as vários mercados.
Segundo o Diretor da ANCINE, Manoel Rangel, é dever da Agência tomar medidas para preservar as condições de autosustentabilidade do mercado. “O equilíbrio do mercado pressupõe o bom funcionamento de cada um dos segmentos”, enfatizou Rangel.