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Documento traz informações sobre programação, presença de conteúdo brasileiro e publicidade dos canais por assinatura do país
ANCINE apresenta publicação inédita com dados primários do setor de TV paga
A Agência Nacional do Cinema - ANCINE vai passar a publicar regularmente no OCA – Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual os informes sobre os Resultados Mensais da TV Paga . O anúncio foi feito hoje (10/8), na sede da Agência, no Centro do Rio de Janeiro, pela diretora-presidente em exercício, Debora Ivanov, e pelo diretor Roberto Lima.
“Com esse monitoramento podemos observar o comportamento dos diferentes tipos de obras veiculadas nos canais, em especial as brasileiras. O objetivo será o de publicar mensalmente esses dados para que a sociedade tenha um amplo acesso a essas informações”, disse Debora Ivanov, durante a abertura da apresentação.
Também presente no lançamento, a superintendente de Análise de Mercado da ANCINE, Luana Maíra Rufino, destacou o ineditismo da ação. “Pela primeira vez nós chegamos a um modelo de informe mensal a partir de dados primários no segmento de TV paga. Essa ocasião também é muito especial porque abre espaço à apresentação técnica de estudos e pesquisas dos servidores que efetivamente trabalharam na elaboração dessas análises”, afirmou.
Monitoramento e ranking
Participação de conteúdo brasileiro na grade geral e no horário nobre, distribuição das obras nacionais por faixa horária, média semanal de programação brasileira são alguns dos dados que serão consolidados e divulgados publicamente todos os meses. O informe também trará rankings dos títulos mais exibidos no horário nobre e dos canais com mais tempo de programação brasileira dentro da TV paga.
Na apresentação, os servidores Roberto Walter Ferreira Júnior, coordenador de Monitoramento de Televisão Aberta e Paga, Carlos Henrique Nascimento da Silva, especialista em Regulação da Atividade Cinematográfica e Audiovisual, e Luana de Freitas Costa, técnica em Regulação da Atividade Cinematográfica e Audiovisual, detalharam as metodologias e os informes relativos ao monitoramento e à tabulação dos dados. Eles também mostraram os primeiros resultados processados, utilizando como exemplo os dados de novembro de 2016.
De acordo com os dados levantados, nos canais de espaço qualificado submetidos à cota de 3h30 de conteúdo brasileiro no horário nobre, a maior incidência de programação brasileira é no horário das 18h às 19h30, e 13,4% do percentual de horas de programação no horário nobre são de obras brasileiras, sendo 9,7% obras independentes e 3,7% não independentes.
Além disso, o monitoramento revelou as produções brasileiras de espaço qualificado com mais horas de programação. “HQ”, documentário exibido na HBO, foi a obra independente que mais tempo foi veiculada, enquanto “Vai que cola”, pelo Multishow, foi a não independente com maior exibição. Outro ranking listou as emissoras com mais horas de programação brasileira no horário nobre. Na ordem, Multishow, Canal Viva, GNT, Discovery Home and Health, Fox 1, A&E, Telecine Touch, Lifetime, Comedy Central e Paramount Channel.
Os resultados são produzidos a partir de informações extraídas dos relatórios que as programadoras de TV enviam mensalmente à ANCINE, via Sistema de Recepção de Programação de TV (SRPTV). “O primeiro desafio que tivemos foi a obtenção dos dados. Vencida essa etapa, o desafio passou a ser como tratar esses dados e produzir informação de qualidade com eles”, explicou Roberto Walter.
Valorização do conteúdo nacional
Ao final da apresentação, a diretora-presidente em exercício da ANCINE ressaltou que o monitoramento representa um grande avanço na valorização do conteúdo nacional na TV paga. “Já se tem elementos para saber o número de horas que determinada obra foi veiculada, por exemplo. Ao dividir isso pelo tempo da obra, já se tem argumentos do número de vezes que a produção passou no horário nobre. E isso valoriza a negociação. Já dá para ter um novo discurso em relação à valorização da veiculação dessas obras. É outro patamar. Mas é claro que vamos avançar e para avançar dependemos de mais informações”, concluiu Debora Ivanov.