Reporte de Condição de Pista (Runway Codition Report – RCR)
Global Report Format (GRF)
De acordo com dados da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), acidentes e incidentes relacionados à segurança de pista são a principal categoria de riscos na aviação. Entre os eventos de segurança de pista, a mais comum é a Excursão de Pista (RE) - eventos em que uma aeronave sai pela lateral ou ultrapassa o final da pista durante sua decolagem ou pouso.
A OACI e o Grupo Regional de Aviação de Segurança - Pan America (RASG-PA) destacam as condições meteorológicas como fatores de contaminação da pista, podendo afetá-la com água, neve ou gelo, capazes de interferir na capacidade de frenagem, aceleração e controle de uma aeronave.
No caso de pista contaminada por acúmulo de lâmina d´água, o excesso de velocidade empregada na aterragem da aeronave pode comprometer a aderência dos pneus ao solo, podendo ocasionar à perda do controle direcional da aeronave. Veja mais detalhes sobre esse assunto na página de meteorologia da ANAC.
No intuito de mitigar os riscos de excursões de pista, a OACI, em conjunto com representantes de seus Estados-Membros e da Indústria da Aviação Civil, desenvolveu uma metodologia harmonizada para avaliar e relatar as condições das superfícies da pista.
A partir da adoção de um formato de notificação global harmonizado, a metodologia “Global Reporting Format”- GRF facilitará a avaliação e a notificação das condições de superfície de pista. Com isso, torna-se possível transmitir informações em tempo real para tripulações de voo, comunicando sobre o estado da superfície da pista. A metodologia GRF estava inicialmente programada para ser implementada pelos Estados Membros da Organização até o mês de novembro de 2020. Porém, tendo em vista a declaração da pandemia do novo Coronavírus (COVID-19), a implementação foi adiada para novembro de 2021.
Reporte de Condição de Pista (RCR)
Para transmitir informações sobre o estado da pista de maneira integrada e harmonizada, foi criado o Reporte de Condição de Pista (RCR). Esta metodologia foi projetada de modo a abarcar todas as possibilidades encontradas nas diferentes condições meteorológicas. Ela inclui previsões para estados em que há apenas chuva (como ocorre na maioria dos casos no Brasil), bem como previsões para aeroportos localizados em espaços que experimentam condições de inverno com baixas temperatura, com neve, gelo ou geada.
Quais aeroportos do Brasil precisam realizar o RCR
Aeródromos classificados como Classe IV segundo classificação disposta no RBAC nº 153. Apesar de obrigatório somente para aeródromos Classe IV, recomenda-se como boa prática a implementação da metodologia para os aeródromos da Classe III e para os aeródromos internacionais da Classe I e II, desde que disponham de Torre de Controle (TWR).
Como funciona o reporte
De acordo com o RBAC 153, o operador de aeródromo deve monitorar a condição da superfície da pista de pouso e decolagem e manter rotina de medição de contaminantes. Caso seja identificado algum contaminante (como água, neve, lama, gelo ou geada), é gerado o Código de Condição de Pista (Runway Condition Code - RwyCC) e uma descrição da superfície da pista, formando o RCR (Runway Condition Report). Esse procedimento é realizado para cada terço da pista por um avaliador capacitado.
Em seguida, o RwyCC é passado ao órgão de serviço de tráfego aéreo, que o transmitirá aos pilotos, por meio do ATIS (Sistema Automática de Informação Terminal), para que calculem a performance requerida para operação.
A metodologia GRF prevê também que pilotos realizem o Reporte de Ação de Frenagem (Report Braking Action - RBA). Ao identificarem divergências entre o RwyCC e o RBA, um novo código poderá ser atribuído até que seja realizada uma nova avaliação das condições da superfície da pista. As informações geradas são salvas em uma base de dados, possibilitando analises posteriores.
Para promover a nova metodologia Global Reporting Format – GRF foi elaborado o Manual de Avaliação e Reporte das Condições de Superfície de Pista (clique no link para acessar), sendo mais uma iniciativa da ANAC na promoção da melhoria contínua da Segurança Operacional nos aeroportos.
Veja como funciona o reporte: