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Vazão mínima liberada pela hidrelétrica Foz do Chapecó (RS/SC) permanece no patamar de teste de 150m³/s até 4 de junho
Rio Uruguai (RS/SC) - Foto: Zig Koch / Banco de Imagens ANA
Com o objetivo de avaliar os impactos da seca no Sul e buscar soluções para os problemas decorrentes do fenômeno, a Sala de Crise da Região Sul realizou sua 8ª reunião nesta quinta-feira, 28 de maio. Durante o encontro, realizado por videoconferência, foi recomendada a manutenção do teste de redução da defluência mínima da usina hidrelétrica Foz do Chapecó (RS/SC), que fica no rio Uruguai, no patamar de 150m³/s até a próxima quinta-feira, 4 de junho, quando a 9ª reunião realizará nova avaliação sobre o tema. Assista aqui à reunião de hoje.
A redução temporária da vazão liberada pela UHE Foz do Chapecó busca prolongar o armazenamento de água na barragem e nos reservatórios a montante (acima) para manter por mais tempo as condições para os diversos usos da água no rio Uruguai a jusante (abaixo) do reservatório. O teste poderá ser interrompido caso sejam identificados impactos especialmente para as captações de abastecimento público.
Em 8 de maio aconteceu a primeira etapa do teste, quando a vazão liberada pela barragem baixou de 200 para 160m³/s sem que fossem identificados problemas para as captações de água para abastecimento das duas cidades. Captações para agroindústria em Itapiranga (SC) e a travessia fluvial entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina foram mantidas, assim como as captações para abastecimento de Itapiranga e São Borja (RS). Desde 15 de maio a vazão liberada foi reduzida para 150m³/s, também sem a verificação de problemas para os usos. No entanto, as vazões efetivamente observadas são superiores a essas, devido à contribuição das recentes chuvas.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) informou sobre as chuvas que caíram no Sul na última semana, que foram volumosas em alguns pontos, mas concentradas, e a previsão de precipitações para as próximas semanas. Já o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou a situação do armazenamento dos reservatórios do Subsistema Sul de geração hidrelétrica. Segundo o ONS, as bacias dos rios Capivari, Iguaçu, Jacuí e Uruguai – que formam o Subsistema Sul – tiveram seu armazenamento reduzido quase à metade desde o início do ano. Entre 1º de janeiro e 27 de maio, os estoques de água caíram de 29,8% para 16,2%.
De acordo com o ONS, nas duas principais bacias do Subsistema Sul, dos rios Iguaçu e Uruguai, já existem 17 hidrelétricas com a geração paralisada ou com operação intermitente por falta de água. Nesses casos, os reservatórios operam somente para a manutenção de restrições ambientais ou de outros usos da água. Na bacia do Iguaçu, responsável por 47% do armazenamento, estão nessa situação os reservatórios dos aproveitamentos hidrelétricos Santa Clara (PR), Fundão (PR), Jordão (PR), Foz do Areia (PR), Segredo (PR), Salto Santiago (PR), Salto Osório (PR), Salto Caxias (PR) e Baixo Iguaçu (PR).
No caso da bacia do rio Uruguai, que possui 28% do armazenamento do Subsistema, os aproveitamentos de Garibaldi (SC), Campos Novos (SC), Barra Grande (RS/SC), Machadinho (RS/SC), Itá (RS/SC), Foz do Chapecó (RS/SC), Passo Fundo (RS) e Monjolinho (RS) também estão com a geração suspensa ou com operação intermitente em virtude da seca.
A reunião da Sala de Crise da Região Sul de hoje contou com participantes representando órgãos gestores de recursos hídricos e serviços meteorológicos do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina; órgãos federais; prefeituras; usuários de água para saneamento, navegação e indústrias; órgãos ambientais e do setor elétrico; além de instituições que realizam o monitoramento e previsão meteorológicos.
UHE Foz do Chapecó
A usina hidrelétrica Foz do Chapecó fica na calha do rio Uruguai entre os municípios de Águas Chapecó (SC) e Alpestre (RS). Com uma potência instalada de 855MW, capaz de atender a 25% do consumo de energia de Santa Catarina e 18% do Rio Grande do Sul, a hidrelétrica possui um reservatório que banha seis municípios catarinenses e seis gaúchos.
Salas de Crise
A ANA coordena salas de crise em bacias e regiões que atravessam situações de secas ou cheias que colocam em risco os usos múltiplos da água. Atualmente, estão em operação as salas de crise das bacias do Tocantins, do Paranapanema, da Hidrovia Tietê-Paraná e da Região Sul, devido a déficit hídrico. Também estão em atividade a Sala de Acompanhamento do Sistema Hídrico do Rio São Francisco e a Sala de Acompanhamento da Bacia do Paranaíba. Após as reuniões, os vídeos são disponibilizados no canal da Agência Nacional de Águas no YouTube: www.youtube.com/anagovbr.
Assista aqui às gravações das reuniões da Sala de Crise da Região Sul.