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Seminário debate temática da relação entre água e gênero na América Latina e CPLP
Participantes da mesa de abertura com o tema Casos de Sucesso da Participação das Mulheres no Processo de Tomada de Decisão
Na manhã desta quinta-feira, 18 de novembro, teve início o Seminário Internacional Mulheres e Água: Experiências na América Latina e CPLP, realizado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Com a presença de personalidades femininas na ciência, economia, academia e Poder Público; o evento busca estimular discussões e promover o intercâmbio sobre o tema água e gênero no Brasil, na América Latina e na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A diretora-presidente da ANA, Christianne Dias, abriu a programação do Seminário Internacional e moderou a primeira mesa do Seminário, que acontece por meio da plataforma Zoom com tradução simultânea para inglês e espanhol. Não é necessário fazer inscrição, mas a videoconferência tem o limite de 500 participantes.
Segundo a diretora-presidente da ANA, a presença feminina vem aumentando em discussões sobre recursos hídricos, mas essa participação tem potencial de ser mais efetiva para a tomada de decisão. "Existe uma crescente presença das mulheres em diversas instâncias da governança da água, embora a participação nos processos decisórios ainda seja bastante reduzida", destacou Dias.
Com o tema Casos de Sucesso da Participação das Mulheres no Processo de Tomada de Decisão, a primeira mesa contou com a participação de cinco convidadas: a presidente do Conselho de Administração Magazine Luiza, Luiza Trajano; a coordenadora de Cooperação Sul-Sul Trilateral com Organismos Internacionais da ABC, Cecília Malaguti; a diretora do Escritório Regional de Ciências da UNESCO para a América Latina a o Caribe, Lídia Brito; a gerente do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Anícia Pio; e a CEO da empresa BRK Ambiental, Teresa Cristina Vernaglia.
Para Luiza Trajano, ainda há uma defasagem considerável no número de mulheres em posições decisórias. "Eu sou muito a favor da unidade entre homens e mulheres na gestão. Mas eu digo para os meus amigos homens: se vocês quiserem que suas filhas e netas estejam em conselho de uma empresa, não vendam suas empresas, porque caso contrário elas vão levar 120 anos para conseguirem chegar lá", ressaltou.
Cecília Malaguti também abordou o tema da equidade. "Muitas vezes as mulheres estão nesses espaços [de liderança e gestão], mas sua participação é limitada. As questões que tangem a participação feminina equitativa, nas mais diversas áreas de conhecimento, são complexas, porém não intransponíveis", afirmou.
Lídia Brito apontou a relevância da presença de mulheres em papéis de liderança. "É muito importante ter e apostar em mulheres líderes. Porque elas vão abrir espaço para outras mulheres se tornarem líderes também. Quando estamos em posição de liderança, normalmente inspiramos homens e mulheres. Agenda de equidade não é uma agenda feminina, mas uma agenda para todos. Devemos ser modelos para filhos, amigos, colegas", concluiu.
A segunda mesa redonda, com o tema A Questão de Gênero nos Recursos Hídricos no Brasil, debateu o tema com as presenças da coordenadora substituta do Comitê Pró-Equidade de Gênero (CPEG) da ANA, Consuelo Marra; da diretora presidente da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), Suzana Montenegro; da pesquisadora em residência pós-doutoral Fernanda Matos; e da coordenadora adjunta do Fórum Baiano de Comitês de Bacias Hidrográficas, Ana Odália Sena. A moderação ficou a cargo da coordenadora de Capacitação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e do Setor de Saneamento da ANA, Renata Maranhão.
A programação da tarde tem dois painéis. O primeiro deles é sobre A Questão de Gênero no Tema Água na América Latina. Para falar sobre este tema, foram convidadas a coordenadora do Comitê de Desenvolvimento de Mulheres de Fronteira (CODEMUF), Carolina Vergara, e a consultora independente Sonia Poblete. Para o painel A Questão de Gênero no Tema Água na CPLP, as participantes são a diretora geral dos Recursos Hídricos do Ministério dos Recursos Naturais e Energia da Guiné-Bissau, Fatima Kássimo, e a chefe do Departamento de Cadastro, Licenciamento, Fiscalização e Qualidade de Água e Ambiente do Instituto Nacional de Recursos Hídricos de Angola, Maida Gomes.
Na reta final do Seminário Internacional Mulheres e Água: Experiências na América Latina e CPLP, acontece a mesa redonda Interfaces ODS 5 (Igualdade de Gênero) e ODS 6 (Água Limpa e Saneamento): Desafios, Lacunas e Perspectivas. Cinco mulheres abordam o tema: a professora e pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB) Daniela Nogueira; a especialista em regulação de recursos hídricos e saneamento básico da ANA Marcela Ayub; a especialista em políticas públicas e gestão governamental do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Carolina Tokarski; a gerente de programas da ONU Mulheres, Ana Carolina Querino; e a integrante do Observatório das Águas Fátima Casarin. A assessora especial Internacional da ANA, Gisela Forattini, tem fala prevista no encerramento do evento.