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Realizado desde abril de 2020 em Belo Horizonte (MG), projeto está sendo ampliado para Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Pelo monitoramento dos esgotos é possível identificar a incidência e circulação do vírus nas cidades e auxiliar na tomada de decisões sobre a pandemia
Rede Monitoramento COVID Esgotos apresenta ampliação do acompanhamento da carga viral do novo coronavírus para seis capitais
Na tarde desta sexta-feira, 16 de abril, a Rede Monitoramento COVID Esgotos foi lançada. A iniciativa acompanhará a carga viral do novo coronavírus nos esgotos de seis capitais: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Esse trabalho, uma das maiores iniciativas brasileiras de monitoramento da COVID 19, busca fornecer subsídios para a tomada de decisões para o enfrentamento à pandemia atual. No Boletim de Apresentação da Rede foram divulgados os pontos de monitoramento em cada uma das cidades, a população envolvida em cada um deles e a justificativa para a escolha de cada ponto.
O lançamento da rede de instituições que fazem parte da expansão do Monitoramento COVID Esgotos aconteceu durante o webinar Monitoramento do Esgoto como Ferramenta de Vigilância Epidemiológica no Brasil: do Projeto-Piloto para a Rede Monitoramento COVID Esgotos, transmitido pelo canal da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no YouTube.
Na ocasião também foram apresentados os resultados dos 11 meses de monitoramento dos esgotos de Belo Horizonte como ferramenta de vigilância epidemiológica da COVID-19, já que o projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos atuou na capital mineira e em Contagem (MG) desde abril de 2020. As lições aprendidas com o projeto-piloto são a base para os trabalhos da rede recém-criada.
A ANA realizou o webinar em parceria com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT ETEs Sustentáveis), em trabalho de coordenação conjunta, que também conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Os diretores da ANA Marcelo Cruz e Oscar Cordeiro Netto abriram o encontro, que contou com as participações de Carlos Chernicharo, do INCT ETEs Sustentáveis; Thaís Cavendish, do Ministério da Saúde; Juliana Calábria, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); pesquisadores da Rede; e Sérgio Ayrimoraes, superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos da ANA, que conduziu as discussões.
Sobre a Rede Monitoramento COVID Esgotos
A Rede Monitoramento COVID Esgotos tem o objetivo de monitorar a presença do novo coronavírus nas amostras de esgoto coletadas em diferentes pontos do sistema de esgotamento sanitário das cidades de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Assim é possível gerar dados para a sociedade e ajudar gestores na tomada de decisões sobre a pandemia atual. Com base na carga viral medida em trilhões de cópias do novo coronavírus por dia, é possível estimar a população contaminada, que elimina o vírus pelas fezes e urina, sendo que não há evidências da transmissão do vírus através das fezes (transmissão feco-oral).
Com os estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus nas diferentes regiões analisadas para entender a prevalência e a dinâmica de circulação do vírus. Outra linha de atuação é o mapeamento dos esgotos para indicar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como uma ferramenta de aviso precoce para novos surtos, por exemplo.
Com os dados obtidos, é possível saber como está a ocorrência do novo coronavírus por região, o que pode direcionar a adoção ou não de medidas de relaxamento consciente do distanciamento social. Também pode possibilitar avisos precoces dos riscos de aumento de incidência da COVID-19 de forma regionalizada, embasando a tomada de decisão pelos gestores públicos.
A Rede é coordenada pela ANA e INCT ETEs Sustentáveis, e apoio do CNPq e conta com os seguintes parceiros: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Sobre os parceiros do projeto
ANA
Criada pela Lei nº 9.984/2000, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) é a agência reguladora dedicada a implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Lei das Águas, e coordenar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). Com a aprovação do novo marco legal do saneamento básico pela Lei nº 14.026/2020, também cabe ao órgão editar normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico.
Esse trabalho é feito por meio de ações de regulação, monitoramento, gestão e planejamento de recursos hídricos. Além disso, a ANA emite e fiscaliza o cumprimento de normas, em especial as outorgas em corpos d’água de domínio da União – interestaduais, transfronteiriços e reservatórios federais. Também é a responsável pela fiscalização da segurança de barragens de usos múltiplos das águas outorgadas pela instituição.
INCT ETEs Sustentáveis
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis) estuda questões sobre o esgoto sanitário, notadamente para países em desenvolvimento, de forma a contribuir para a promoção de mudanças estruturais e estruturantes nos serviços de esgotamento sanitário, a partir da capacitação profissional, desenvolvimento de soluções tecnológicas apropriadas às diversas realidades nacionais, construção e transmissão de conhecimento para a sociedade, órgãos governamentais e empresariais.