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Pantanal tem perspectiva de chuvas abaixo da média e temperaturas mais altas nas próximas semanas
- Foto: Zig Koch / Banco de Imagens ANA
Nesta quinta-feira, 1º de outubro, aconteceu a 2ª reunião da Sala de Crise do Pantanal. No encontro realizado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), por videoconferência, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apresentou um quadro atual de seca severa no bioma e informou que a região vem enfrentando chuvas abaixo da média nos últimos dez anos. Segundo o INPE, nos próximos 10 dias a previsão é de chuvas pouco significativas e temperaturas acima da média, combinação que vem proporcionando um recorde anual e mensal (para setembro) de queimadas no Pantanal.
Seguindo a mesma linha, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) apresentou uma previsão de que não haverá chuvas significativas no Pantanal nos próximos 14 dias e a tendência é de precipitações abaixo da média no período. Além disso, o CEMADEN mostrou que o atraso do início das chuvas pode gerar a o evento desse tipo mais extremo da série histórica, sendo que a agricultura está sendo fortemente impactada, principalmente na região norte do Alto Paraguai – o rio Paraguai é o maior do bioma.
Os participantes da reunião compartilharam os problemas decorrentes da escassez de chuvas na região nos últimos meses. Outro ponto discutido foi a importância do intercâmbio de dados e informações entre as instituições que atuam na região. Nesse sentido, a presidente da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro), Synara Broch, abordou a importância de se observar as ações previstas no Plano de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica do Rio Paraguai (PRH PARAGUAI) como forma de organizar a ação do Poder Público e da sociedade civil envolvida na questão do Pantanal – ponto de vista corroborado pelo diretor interino da ANA, Rodrigo Flecha. A próxima reunião da Sala de Crise do Pantanal está agendada para 15 de outubro, quinta-feira, às 15h.
A Sala de Crise do Pantanal foi instalada pela ANA para identificar medidas de resposta aos impactos da seca na Região Hidrográfica do Paraguai, em termos de gestão de recursos hídricos. Nos encontros acontecem o nivelamento de informações sobre a seca na região e o prognóstico de chuvas as semanas seguintes aos encontros.
Região Hidrográfica do Paraguai
A Região Hidrográfica do Paraguai ocupa 4,3% do território brasileiro (363.446km²), abrangendo parte de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o que inclui a maioria do Pantanal, maior área úmida contínua do planeta. Os principais cursos d’água são: rio Paraguai, Taquari, São Lourenço, Cuiabá, Itiquira, Miranda, Aquidauana, Negro, Apa e Jauru.
Na RH do Paraguai moram 2,39 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo 87% em áreas urbanas. A maior das 78 cidades da RH do Paraguai é a capital de Mato Grosso: Cuiabá. Outras cidades também possuem contingente populacional significativo, como: Várzea Grande (MT), Rondonópolis (MT), Corumbá (MS), Cáceres (MT), Tangará da Serra (MT) e Aquidauana (MS). Apesar de Campo Grande não estar localizada dentro da RH do Paraguai, a capital sul-mato-grossense exerce influência socioeconômica sobre ela.
Salas de Crise
A ANA coordena salas de crise em bacias e regiões que atravessam situações de secas ou cheias que colocam em risco os usos múltiplos da água. Atualmente, estão em operação as salas de crise das bacias do Tocantins, do Paranapanema, da Hidrovia Tietê-Paraná, da Região Sul e do Pantanal, devido a situações de déficit hídrico. Também estão em atividade a Sala de Acompanhamento do Sistema Hídrico do Rio São Francisco e a Sala de Acompanhamento da Bacia do Paranaíba. Após as reuniões, os vídeos são disponibilizados no canal da Agência no YouTube: www.youtube.com/anagovbr.