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Apesar da diminuição da área com seca, em Alagoas e no Piauí a severidade piorou. Seca excepcional, que não ocorria desde março de 2019 no Brasil, é registrada no noroeste paulista. Chuvas acima da média contribuíram para a melhora do quadro no Sul. Espírito Santo deixou de registrar seca.
Monitor de Secas registra redução da área com o fenômeno em seis estados e aumento em outros três em março
Em março deste ano, em comparação a fevereiro, as áreas com seca tiveram redução em seis das 20 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor de Secas: Alagoas, Maranhão, Paraná, Piauí, Santa Catarina e Tocantins. O território capixaba, por sua vez, deixou de registrar seca, o que não acontecia desde abril de 2020. No sentido oposto, Rio de Janeiro e Minas Gerais tiveram aumento de sua área com seca, enquanto São Paulo registrou a categoria mais intensa para o fenômeno no país: seca excepcional, que não era registrada pelo Monitor no Brasil desde março de 2019.
Em sete estados, 100% de seus territórios continuaram com seca no último mês em comparação a fevereiro: Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe. A Bahia passou a ter seca em 100% do estado, o que não acontecia desde março de 2019. Outros três estados registraram entre 96 e 98% de área com seca: Paraná, São Paulo e Goiás. O Distrito Federal e o Espírito Santo são as únicas unidades da Federação sem o fenômeno, conforme o gráfico a seguir.
As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTE, SUDESTE, NORDESTE, SUL e NORTE.
Em termos de severidade do fenômeno, os três estados do Sul tiveram o abrandamento da seca entre fevereiro e março: Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Por outro lado, seis unidades da Federação tiveram agravamento da situação de seca, marcado pelo avanço da seca grave (Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte), pela expansão das áreas com seca moderada (Bahia e Piauí) e pela acentuação da seca no noroeste de São Paulo – único estado a registrar seca excepcional no país, categoria mais intensa na escala do Monitor. Já no DF a situação se manteve sem seca. Veja a seguir a seca por grau de severidade em todos as unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor.
Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, a Bahia lidera a área com seca, seguida por Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, como ilustra o gráfico a seguir.
As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTE, SUDESTE, NORDESTE, SUL e NORTE.
Devido às chuvas abaixo da média em março, no Nordeste foi observada uma piora na condição de seca, marcada principalmente pelo aumento das áreas com seca grave e/ou moderada em todos os estados.
No Sudeste as chuvas abaixo da média nos últimos meses ocasionaram o avanço da seca fraca no centro-sul do Rio de Janeiro e a acentuação da seca no noroeste paulista, que passou de extrema para excepcional – a categoria mais severa na escala do Monitor. Em contrapartida, a seca fraca desapareceu no Espírito Santo em decorrência da melhora nos indicadores.
Na região Sul ocorreu uma atenuação da condição de seca nos três estados, marcada especialmente pela diminuição das áreas com seca grave, devido às chuvas acima da média nos últimos meses. Já nas demais áreas cobertas pelo Monitor, a seca moderada recuou em Mato Grosso do Sul, Tocantins e Goiás por conta de chuvas acima da média. Por outro lado, houve aumento da área com seca extrema em Mato Grosso do Sul e Goiás em função das chuvas abaixo da média nos últimos meses. Veja os detalhes de cada unidade da Federação no site do Monitor de Secas.
O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.
Com uma presença cada vez mais nacional, o Monitor agora abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, Tocantins, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. O processo de expansão continuará até alcançar todas as 27 unidades da Federação.
O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. Por meio da ferramenta é possível comparar a evolução das secas nos 19 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido.
O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração.
A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.