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Monitor de Secas chega a Minas Gerais e novas parcerias devem levar o acompanhamento a todo o Brasil
O Estado de Minas Gerais foi incluído no Monitor de Secas, processo de acompanhamento regular e periódico da situação de seca, que traz informações e comparativos sobre a evolução da seca de curto e longo prazo, por meio do Mapa do Monitor. O projeto é coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e desenvolvido em parceria com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos.
De início, o recorte do projeto foi o Nordeste do País, a região historicamente mais prejudicada por eventos de seca recorrentes e intensos. Agora, com a novidade, todo o Semiárido brasileiro está incluído neste acompanhamento. Nessa nova fase do projeto, a ANA buscará parcerias que permitam integrar outros estados ao Monitor de Secas, objetivando a cobertura de todo território nacional nos próximos anos. Esta expansão é importante porque todas as regiões do Brasil são afetadas, em maior ou menor grau, por eventos de seca e a adoção de um modelo de monitoramento de secas uniforme, e proveniente de uma base de dados unificada, pode melhorar a gestão de secas no País.
Em 2019, a expectativa é que Espírito Santo e Rio de Janeiro façam parte do Monitor e que haja articulação para a adesão de outros estados, como Goiás e Tocantins. Inicialmente, planeja-se expandir o Monitor para os estados contíguos, de maneira a obter continuidade territorial, mas o modelo de cada região será negociado localmente, respeitando suas características.
“Pretendemos fazer uma expansão progressiva do Monitor. Quanto mais expandido, mais abrangente, mais relevante é o Monitor. Até o mês passado o Monitor de Secas era o Monitor do Nordeste. Agora, chega a Minas Gerais e vamos expandindo para o Sul do País. Essa expansão deve ser feita com cautela, mantendo o padrão de qualidade que o Monitor de Secas tem e sempre trabalhando junto com as equipes de validação do mapa nos estados, de tal sorte que haja um mecanismo de confiança, cooperação e de compartilhamento das decisões”, avalia Ney Maranhão, diretor da ANA. A previsão inicial é que em cinco anos o Monitor de Secas tenha chegado a todas as unidades da Federação.
Paralelamente, a Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da Organização das Nações Unidas (ONU), está mobilizando instituições dos países da América do Sul para o monitoramento de secas na região. Os primeiros passos foram dados para um projeto-piloto no sul da América do Sul e as articulações envolvem a ANA, juntamente com outras instituições brasileiras, como o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) e a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME). A expansão do Monitor de Secas contribui para que o País se junte a essa iniciativa com maior capacidade para cooperar.
O Monitor de Secas entrou em operação no Brasil em julho de 2014, baseado no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação do mapa final. A metodologia utilizada no processo faz com que o mapa do Monitor indique uma seca relativa, ou seja, as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região, calculadas a partir de dados hidrometeorológicos. Assim, é possível utilizar o Monitor de Secas em qualquer região e a informação pode ser colocada em um único mapa – já que ela se refere ao histórico de cada local – desde que haja o cuidado de avaliar que as categorias de seca podem ter diferentes impactos associados em cada localidade.
Atualmente, o Monitor de Secas vem sendo empregado como ferramenta auxiliar para a execução de políticas públicas de combate a seca. Em alguns estados, a ferramenta é utilizada como apoio na gestão dos reservatórios e para programas de auxílio a produtores prejudicados pela seca. O governo federal emprega os mapas do Monitor de Secas na Operação Carro-Pipa: se a localidade estiver dentro da área reportada pelo Monitor como tendo seca, o processo de reconhecimento de emergência ou calamidade pública que permite acesso à Operação Carro-Pipa é facilitado, reduzindo o tempo de espera para o atendimento da população atingida. Com a expansão do projeto em nível nacional, o Monitor de Secas pode se tornar uma das principais ferramentas de apoio à decisão e formulação de programas governamentais para o combate às secas no Brasil e enfrentamento de seus impactos.
Acesse e conheça o Monitor de Secas