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Monitor de Secas aponta aumento das áreas com seca em seis estados do Nordeste e Sudeste
O mapa de agosto do Monitor de Secas aponta para o avanço das áreas com seca no Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Piauí e Rio Grande do Norte na comparação com o mapa de julho. Em Minas Gerais, todo o território passou a registrar o fenômeno e o norte do estado passou a ter uma faixa com seca grave. No Ceará houve o aumento da faixa com seca moderada. No Espírito Santo e no Piauí foi detectada a ampliação das áreas com seca moderada e seca fraca. No caso piauiense também houve um aumento da faixa com seca grave. O Maranhão teve um crescimento de seca fraca em seu território. Já o Rio Grande do Norte teve uma leve expansão da seca moderada no oeste potiguar.
Na Bahia houve uma redução da área com seca extrema e seca grave na região da divisa com Pernambuco. Porém, aconteceu um aumento da seca grave e da seca moderada no oeste baiano em região que abrange parte da bacia hidrográfica do rio São Francisco. Já no litoral baiano houve um aumento da área sem seca, devido às chuvas na região.
Alagoas, Paraíba e Sergipe registraram uma redução nas áreas com seca moderada e seca fraca em virtude das chuvas dos últimos meses no litoral nordestino. No caso paraibano, as chuvas na Zona da Mata e no Agreste resultaram numa redução da área com seca moderada no centro-leste do estado e um aumento da faixa nesta situação no oeste da Paraíba. Em Pernambuco o Monitor apontou para uma leve redução da área com seca extrema e uma sutil diminuição da faixa com seca grave. No litoral pernambucano houve um crescimento da área sem seca em virtude das chuvas na região.
O Monitor de Secas é uma ferramenta de acompanhamento regular e periódico da situação de seca, que é coordenada nacionalmente pela Agência Nacional de Águas (ANA). O serviço também é desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e conta com apoio operacional da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME). Os resultados do Monitor de Secas são divulgados por meio do mapa mensal, que consolida o diagnóstico da situação de seca a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras.
Utilizados como informação e suporte às políticas públicas de combate à seca, o mapa e demais produtos do Monitor de Secas promovem o monitoramento regular e periódico da situação da seca nos nove estados do Nordeste, além de Minas Gerais e Espírito Santo. Por meio deste desse acompanhamento é possível compartilhar informações e bases de dados, uniformizando o entendimento do fenômeno da seca e acompanhando sua evolução, classificando-a segundo o grau de severidade dos impactos observados.
Em operação desde 2014, o Monitor de Secas iniciou suas atividades pelo Nordeste, região historicamente mais afetada por eventos deste tipo. No final de 2018, com a metodologia já consolidada e entendendo que todas as regiões do País são afetadas em maior ou menor grau por fenômenos dessa natureza, foi iniciada a expansão da ferramenta para a inclusão de outros estados. Em novembro de 2018, Minas Gerais foi incorporado ao processo. A partir de abril deste ano o Espírito Santo passou a participar do projeto.
O Monitor de Secas foi inspirado no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação do mapa final. A metodologia utilizada no processo implica na indicação das áreas em condição de seca relativa, ou seja, as categorias de seca em uma determinada região são estabelecidas em relação ao seu próprio histórico.
Panorama
Em agosto acontece o fim do período chuvoso no leste do Nordeste, que costuma registrar chuvas acumuladas de 50mm a mais de 150mm neste mês. A zona da mata entre a Paraíba e o extremo-sul da Bahia, além de parte do Espírito Santo, registraram precipitações entre 90mm e 200mm ao longo de agosto deste ano.
Também foram registrados acumulados acima de 50 mm em localidades no noroeste do Maranhão, litoral potiguar, agreste entre a Paraíba e a Bahia, além de áreas isoladas do sertão baiano e centro-sul do Espírito Santo. Nas demais áreas onde houve registro de chuvas, incluindo todo o estado de Minas Gerais, os totais acumulados em geral não ultrapassaram 40 mm. Nos estados do Espírito Santo e Minas Gerais agosto é um mês de estiagem no qual o acumulado de chuvas não costuma passar de 50mm.
Instituições participantes
A ANA coordena a articulação nacional do Monitor de Secas trabalhando em parceria com as seguintes instituições estaduais: Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (AESA/PB), Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (COGERH/CE), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (EMATERCE) Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), Instituto Agronômico de Pernambuco (IAP), Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA/BA), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade de Sergipe (SEDURBS/SE), Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Piauí (SEMAR), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Alagoas (SEMARH/AL), Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (NuGeo), Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Espírito Santo (CEPDEC/ES), Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Agência Estadual de Recursos Hídricos do Espírito Santo (AGERH), Companhia Espírito-santense de Saneamento (CESAN), a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (EMDAGRO) e Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil de Sergipe.
O Monitor de Secas também conta com apoio de instituições federais, como o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Universidade Federal do Ceará (UFC), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Instituto Federal de Sergipe (IFS), Embrapa Tabuleiros Costeiros (EMBRAPA/CPATC) e Fundação de Apoio a Serviços Técnicos, Ensino e Fomento a Pesquisas (Fundação ASTEF). Entidades internacionais também apoiam o projeto, como o Banco Mundial; o Centro Nacional de Mitigação de Secas da Universidade de Nebraska, dos Estados Unidos; e a Comissão Nacional da Água do México (CONAGUA).