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Hidrelétrica Ilha Solteira (MS/SP) volta a operar no nível normal e permite retorno das atividades da Hidrovia Tietê-Paraná sem restrições
Hidrelétrica Ilha Solteira (MS/SP) no rio Paraná - Foto: Raylton Alves / Banco de Imagens ANA
A usina hidrelétrica (UHE) Ilha Solteira voltou a operar em seu nível mínimo normal de 325,4m, definido em sua outorga de direito de uso de recursos hídricos, em 29 de março, o que estava previsto para acontecer no fim de maio, conforme Protocolo de Compromisso celebrado entre a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e a Rio Paraná Energia S/A, com interveniência do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A antecipação foi possível sem prejudicar o enchimento dos reservatórios de cabeceira da bacia, como da hidrelétrica de Furnas (MG), devido ao engajamento dos atores envolvidos no atendimento ao Protocolo de Compromisso e às chuvas de fevereiro e março na bacia do rio Paraná.
Desde o início de julho de 2021, a hidrelétrica vinha operando excepcionalmente abaixo dessa cota em atendimento às determinações da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), instituída pela Medida Provisória nº 1.055/2021, de forma a fortalecer a governança para o enfrentamento da crise hidroenergética vivenciada no País em 2021.
Com a volta da operação normal no Sistema Ilha Solteira/Três Irmãos, a Hidrovia Tietê-Paraná passa a funcionar normalmente sem a necessidade de ondas liberadas pela hidrelétrica Nova Avanhandava (SP), no rio Tietê, o que vinha ocorrendo desde a retomada do transporte aquaviário na Hidrovia em 15 de março. Além disso, o calado (profundidade para navegação) pleno de 2,7m voltou a estar disponível para navegação na região.
Em novembro de 2021, o nível d’água do reservatório da UHE Ilha Solteira chegou a 319m, impossibilitando a utilização normal das águas na região, como no caso da Hidrovia Tietê-Paraná. Para reestabelecer o nível mínimo operativo outorgado pela ANA para Ilha Solteira, e tendo em vista o fim da vigência da CREG, a Agência firmou o Protocolo de Compromisso nº 01/2021 com a Rio Paraná Energia S.A., que opera a hidrelétrica, com a interveniência do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Com isso, foi definido o seguinte cronograma para recuperação da cota mínima de Ilha Solteira, que atingiria os 325,4m de cota mínima em 31 de maio, associado a um cenário de chuvas e premissas de operação dos reservatórios da bacia do rio Paraná. Simultaneamente foi adotada uma política operativa para recuperar os reservatórios de cabeceira em conformidade com o Plano de Contingência da ANA para a Recuperação de Reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN) e minimizar os volumes liberados pelas hidrelétricas de Jupiá (MS/SP) e Porto Primavera (MS/SP), que também ficam na calha do rio Paraná e estão a jusante (abaixo) de Ilha Solteira.
DATA |
COTA (m) |
31/12/2021 |
319,45 |
31/01/2022 |
320,90 |
28/02/2022 |
322,30 |
31/03/2022 |
323,30 |
30/04/2022 |
324,40 |
31/05/2022 |
325,40 |
O Protocolo de Compromisso n° 01/2021 foi acompanhado continuamente pela ANA, por meio de dados e relatórios enviados pelas operadoras de hidrelétricas da região e pelo ONS, assim como reuniões mensais com essas instituições, representantes do setor hidroviário e órgãos estaduais de gestão de recursos hídricos.
Por meio de salas de acompanhamento e de crise, que podem ser acompanhadas pelo canal da ANA no YouTube a ANA segue acompanhando a evolução dos reservatórios no Brasil, definindo condições de operação em articulação com o ONS. Os documentos referentes à bacia do rio Paraná podem ser encontrados no site da ANA. Em sua atuação a Agência também adota as providências cabíveis, sempre que necessário, para garantir o atendimento às regras vigentes de uso da água e de operação de reservatórios, sempre buscando a preservação dos usos múltiplos da água.
UHE Ilha Solteira
Localizada entre os municípios de Ilha Solteira (SP) e Selvíria (MS) na calha do rio Paraná, a hidrelétrica Ilha Solteira começou a operar em 1978. Com potência instalada 3.444MW, a sexta maior do Brasil, a usina integra o sexto maior complexo hidrelétrico do mundo conjuntamente com Jupiá (MS/SP). Além disso, seu reservatório abrange uma área de 1.195km², um pouco menor que a cidade do Rio de Janeiro.
A Hidrovia Tietê-Paraná
Com mais de 2.400 quilômetros de vias fluviais, a Hidrovia Tietê-Paraná possui eclusas nas barragens de hidrelétricas e canais para viabilizar o transporte aquaviário na região, que inclui uma área de 76 milhões de hectares com porções de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo. A Hidrovia é também um sistema de transporte multimodal, servindo como um corredor de exportação principalmente de grãos.
Assessoria Especial de Comunicação Social (ASCOM)
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
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