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Hidrelétrica de Serra da Mesa (GO) volta a liberar vazão mínima de 300m³/s a partir de 1º de junho
Barragem da hidrelétrica de Serra da Mesa (GO) - Foto: Rui Faquini / Banco de Imagens ANA
A partir da próxima segunda-feira, 1º de junho, a usina hidrelétrica de Serra da Mesa (UHE de Serra da Mesa), no rio Tocantins, voltará a liberar uma vazão mínima de 300m³/s, que é sua defluência mínima normal segundo a Resolução ANA nº 529/2004. Esta mudança foi abordada na 6ª Reunião da Sala de Crise da Bacia do Rio Tocantins, realizada por videoconferência, e que pode ser assistida pelo canal da ANA no YouTube. Este foi o último encontro do grupo antes da Temporada de Praias, que vai de 10 de junho até 20 de agosto segundo a Resolução ANA nº 376/2011.
Com o intuito de melhorar a segurança hídrica da bacia hidrográfica do rio Tocantins, por meio do aumento do armazenamento de água nas cabeceiras da bacia, a vazão mínima liberada pela UHE Serra da Mesa foi reduzida para o patamar de 100m³/s entre fevereiro e maio. Essa medida foi implementada sem prejuízos às restrições ambientais vigentes ou outros impactos monitorados pelos operadores das hidrelétricas do rio Tocantins.
Em sua apresentação o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) abordou a previsão da ausência de chuvas nos próximos 14 dias, exceto chuvas isoladas no norte de Tocantins, o que é normal para esta época do ano na bacia hidrográfica. Além disso, o CEMADEN informou que houve 1550mm de chuvas na bacia do Tocantins, o que representa um acumulado 13% acima da média histórica na estação chuvosa, que vai de outubro de 2019 a abril de 2020.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) abordou o aumento das vazões naturais que chegaram à UHE Serra da Mesa entre março e maio, sendo que tais vazões ficaram respectivamente 23%, 14% e 13% acima da média esperada para esses meses, que considera dados entre 1931 e 2018.
As chuvas e vazões mais favoráveis no último período chuvoso, associadas à flexibilização da operação do reservatório, permitiram o aumento do volume de água armazenado UHE Serra da Mesa. Em 26 de maio a hidrelétrica acumulava 37,18% de seu volume útil, sendo que um ano antes a hidrelétrica estava com 22,79% de seu volume útil. A situação da hidrelétrica pode ser acompanhada por meio do Sistema de Acompanhamento de Reservatórios (SAR): www.ana.gov.br/sar.
A temporada de praias no rio Tocantins começa em 10 de junho e vai até 20 de agosto. Neste ano, devido às medidas de isolamento em vigor, não há previsão para o início da abertura das praias, mas os termos da Resolução ANA nº 376/2011 permanecem em vigor. Segundo as regras desse documento, as hidrelétricas de Peixe Angical e Lajeado devem operar com vazões estáveis para atendimento da Temporada de Praias.
A próxima reunião da Sala de Crise da Bacia do Rio Tocantins 23 de junho às 10h. Assista aqui às gravações das reuniões da Sala de Crise da Bacia do Rio Tocantins.
Acompanhe a situação da bacia por meio dos Boletins Diários de Monitoramento da Bacia do Rio Tocantins em: /sala-de-situacao/tocantins/boletins-tocantins-diario.
Hidrelétrica de Serra da Mesa
A hidrelétrica de Serra da Mesa tem capacidade instalada para geração de 1.275MW, segundo dados de Furnas, e atende ao mercado de energia elétrica do Sistema Interligado Sul/Sudeste/Centro-Oeste. Além disso, a hidrelétrica é responsável pela ligação entre este sistema e o Sistema Norte/Nordeste, sendo o elo da Interligação Norte-Sul. Com uma área de 1.784km², o reservatório da hidrelétrica é o maior do Brasil em volume de água com 54,4 bilhões de metros cúbicos (m³). Sua barragem para geração de energia fica no curso principal do rio Tocantins no município de Minaçu (GO), sendo o reservatório com maior capacidade de armazenamento do setor elétrico brasileiro.
Rio Tocantins
Com aproximadamente 2400km de extensão, o rio Tocantins é o segundo maior curso d’água 100% brasileiro, ficando atrás somente dos cerca de 2800km do rio São Francisco. O Tocantins nasce entre os municípios goianos de Ouro Verde de Goiás e Petrolina de Goiás. Ele também atravessa Tocantins, Maranhão e tem sua foz no Pará perto da capital Belém. O rio pode ser chamado de Tocantins-Araguaia por se encontrar com o rio Araguaia entre Tocantins e Pará. Os dois cursos d’água também dão nome à Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia, que é a maior do Brasil em área de drenagem 100% em território nacional. Por serem rios interestaduais, a gestão e regulação das águas do Tocantins e do Araguaia é de responsabilidade da ANA.
Salas de Crise
A ANA coordena salas de crise em bacias e regiões que atravessam situações de secas ou cheias que colocam em risco os usos múltiplos da água. Atualmente, estão em operação as salas de crise das bacias do Tocantins, do Paranapanema, da Hidrovia Tietê-Paraná e da Região Sul, devido a déficit hídrico. Também estão em atividade a Sala de Acompanhamento do Sistema Hídrico do Rio São Francisco e a Sala de Acompanhamento da Bacia do Paranaíba. Após as reuniões, os vídeos são disponibilizados no canal da Agência Nacional de Águas no YouTube: www.youtube.com/anagovbr.