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Hidrelétrica de Jurumirim (SP) terá aumento da defluência mínima para permitir recuperação do reservatório de Chavantes (PR/SP)
Hidrelétrica Chavantes (PR/SP) - Foto: Raylton Alves / Banco de Imagens ANA
A Sala de Crise do Paranapanema se reuniu na sede da Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília, nesta sexta-feira, 10 de janeiro, a para avaliar as condições de armazenamento dos reservatórios da bacia do rio Paranapanema. Durante o segundo encontro de 2020, que também teve participações por videoconferência, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) anunciou o aumento da defluência mínima da hidrelétrica de Jurumirim (SP) passando de 60 para 100m³/s, a partir de hoje, para aumentar as condições de recuperação do volume do reservatório da hidrelétrica de Chavantes (PR/SP).
Atualmente Jurumirim está com um volume útil de 31,86%, enquanto Chavantes acumula 13,85%. Os reservatórios de Capivara (PR/SP), também na calha do rio Paranapanema, e Mauá (PR), no rio Tibagi, estão respectivamente com 42,69% e 36,26% de seus volumes úteis. Devido à baixa acumulação de Chavantes, o reservatório de Jurumirim será utilizado por estar a montante (acima). Em 9 de janeiro de 2019, as hidrelétricas de Jurumirim, Chavantes, Capivara e Mauá acumulavam respectivamente 17,27%, 18,84%, 41,61% e 20,67%.
Além da ANA e do ONS, participaram da reunião de hoje representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), CTG Brasil, Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Paranapanema (CBH-ALPA), Comitê da Bacia Hidrográfica do Pontal do Paranapanema (CBH-PP), Votorantim Energia e Comitê da Bacia do Rio Paranapanema (CBH-PARANAPANEMA).
A próxima reunião da Sala de Crise do Paranapanema está marcada para a próxima sexta-feira, 17 de janeiro. Acesse aqui o vídeo da reunião de hoje.
UHE Jurumirim
A usina hidrelétrica Jurumirim começou a operar em 1962 perto dos municípios de Piraju (SP) e Cerqueira César (SP) para regularização do rio Paranapanema e abastecimento de energia para a região do Médio Paranapanema. Com potência instalada de 100,9MW, este aproveitamento hidrelétrico possui um reservatório com capacidade para acumular 7,2 trilhões de litros d’água e abrange uma área inundada de 449km². A empresa CTG Brasil opera a usina e sua concessão vai até 2029.
UHE Chavantes
Entre os municípios de Chavantes (SP) e Ribeirão Claro (PR) fica a usina hidrelétrica Chavantes tem uma capacidade instalada de 414MW. Localizada no Médio Paranapanema, o reservatório tem uma capacidade de armazenar 3,04 trilhões de litros e fica a jusante (abaixo) da hidrelétrica de Jurumirim.
Bacia do Paranapanema
O rio Paranapanema nasce na Serra Agudos Grandes, em Capão Bonito (SP) e percorre 929 km até desaguar no rio Paraná. O curso d’água é usado para abastecimento, irrigação, navegação, geração de energia elétrica, criação de peixes, lazer, entre outros usos. Mais do que uma divisa entre Paraná e São Paulo, o rio Paranapanema é um eixo de integração entre duas regiões homogêneas em termos de identidade social, cultural e econômica.
A bacia do Paranapanema abrange o sul de São Paulo e o norte do Paraná com uma área de 106.554,534km², 247 municípios (115 em São Paulo e 132 no Paraná) e população de mais de 4,7 milhões de habitantes. Do Produto Interno Bruto (PIB) total dos municípios da bacia (R$ 76,5 bilhões, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2011), aproximadamente 24% (R$ 18,3 bilhões) referem-se às atividades industriais, 13% (R$ 10,1 bilhões) à agropecuária e 63% (R$ 48,1 bilhões) aos serviços.