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Encontro em Fortaleza (CE) reúne especialistas brasileiros e estrangeiros para debater dez anos do Monitor de Secas e perspectivas para esse programa
A programação do Encontro 10 Anos do Monitor de Secas foi aberta na manhã desta quarta-feira, 21 de agosto, no Hotel Oasis Atlântico, em Fortaleza (CE). Esse evento realizado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), em parceria com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), reúne especialistas brasileiros e estrangeiros para debater a primeira década de trabalho do Programa Monitor de Secas e as perspectivas para essa iniciativa realizada por uma rede com mais de 60 instituições federais, estaduais e distrital.
Estiveram presentes na solenidade de abertura a diretora-presidente da ANA, Veronica Sánchez da Cruz Rios; o secretário nacional de Segurança Hídrica do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Giuseppe Vieira; o secretário de Acompanhamento e Gestão de Assuntos Estratégicos do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o contra-almirante Francisco André Barros Conde; o secretário interino de Recursos Hídricos do Ceará, Ramón Rodrigues, representando o governador cearense, Elmano de Freitas; o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte, Paulo Varella, representando a governadora potiguar, Fátima Bezerra; o presidente da FUNCEME, Eduardo Martins; o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara; a diretora do Instituto Nacional do Semiárido, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Mônica Cavalcanti; e o gerente de Meio Ambiente, Recursos Naturais e Economia Azul para a América Latina do Banco Mundial, Erwin De Nys; e o superintendente de Operações e Eventos Críticos da ANA, Joaquim Gondim. A diretora da Agência Ana Carolina Argolo e os diretores interinos Marco Neves e Nazareno Araújo também estiveram na cerimônia.
A diretora-presidente da ANA destacou a característica do Monitor de Secas ao combinar uma visão regional e nacional simultaneamente. “A importância de a gente ter um programa consolidado, como o Monitor de Secas, e validado por cada uma das 60 instituições [que compõem a rede], é exatamente permitir incorporar o olhar local validado por uma metodologia nacional”, enfatizou Veronica Rios.
A dirigente também pediu que todos(as) os(as) especialistas que fazem o Monitor acontecer sigam com dedicação nos próximos 20 anos diante dos desafios das mudanças climáticas. “Que a gente possa aprimorar o Programa e ter informações que permitam uma tomada de decisão assertiva e que permita a alocação de investimentos, de crédito, de ações concretas para atender a população da melhor forma para que possamos ter um país capaz de lidar com as mudanças climáticas de forma consistente, aproveitando a abundância de recursos [hídricos] que temos em alguns lugares e a capacidade de criar soluções adequadas para lidar com os efeitos complexos das secas mais intensas e mais prolongadas e das cheias mais concentradas no tempo”, concluiu a diretora-presidente da ANA.
Em seu discurso, o secretário nacional de Segurança Hídrica do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Giuseppe Vieira, falou sobre o uso que o MIDR e outros órgãos governamentais têm feito do Monitor para a tomada de decisão. “O governo federal vem avaliando esses cenários [climáticos], através do Monitor de Secas, para que a gente possa, de forma assertiva, garantir a segurança hídrica para nossa população”, disse Vieira.
O presidente da FUNCEME, Eduardo Martins, falou sobre o aprendizado do Ceará na troca de experiências com outros estados que estão na rede do Monitor e acerca da perspectiva de parceria com países sul-americanos na temática de gerenciamento de secas. “Olhando para essa trajetória só posso dizer que o Monitor de Secas se tornou não apenas um projeto de sucesso, mas uma verdadeira demonstração de resiliência e colaboração. Porém, nosso trabalho não termina aqui. Precisamos continuar aprimorando processos, inovando e aprendendo com os outros estados e com outras experiências para que possamos enfrentar os desafios futuros com ainda mais elegância e eficiência. Não é à toa que nós temos representantes aqui da América do Sul. Nosso sonho é maior. Nosso sonho é com uma ferramenta e um processo integrador do gerenciamento de secas na América do Sul”, destacou Martins.
O gerente de Meio Ambiente, Recursos Naturais e Economia Azul para a América Latina do Banco Mundial, Erwin De Nys reconheceu o trabalho técnico que fez o Monitor de Secas se expandir e se consolidar como ferramenta de referência internacional nessa temática. “Quero aproveitar este momento para parabenizar todas as instituições – são mais de 60 instituições estaduais – que transformaram suas formas de trabalho para estabelecer uma linguagem comum sobre a seca. Também quero reconhecer e agradecer a cada especialista técnico que se dedicou a fornecer informações precisas e apoiar os processos de tomada de decisão. Seus esforços não apenas protegeram comunidades, mas também estabeleceram um exemplo global”, afirmou De Nys.
Às 10h acontecerá o painel sobre o Centro Estratégico de Excelência em Políticas de Águas e Secas (CEPAS/CE), apresentado pelo diretor-geral da instituição, Francisco de Assis Filho. Em seguida, às 10h45, ocorrerá o painel Programa Integrado de Gerenciamento de Secas com os representantes do Programa Integrado de Gestão da Seca da Organização Meteorológica Mundial (OMM) David Walker e Robert Stefanski. Ainda durante a manhã, às 11h30, Donald Wilhite, da Universidade de Nebraska (Estados Unidos), será palestrante no painel Gerenciando o Risco de Seca em um Clima em Mudança: o Papel da Política Nacional de Seca.
Abrirá a programação da tarde desta quarta, 21, a partir das 14h, a mesa redonda Programas de Preparação às Secas – Do Monitoramento à Tomada de Decisões. O debate terá moderação do presidente da FUNCEME e com as participações dos representantes de Nathan Engle e Erwin De Nys, do Banco Mundial; de Mario López, do Instituto Mexicano de Tecnologia da Água (IMTA) do México; e de Mark Svoboda, da Universidade de Nebraska.
Às 16h30 está programado o painel Perspectivas do Monitoramento Integrado de Secas da América do Sul. Três palestrantes participam da discussão sobre a temática: o diretor regional do Escritório para as Américas do WMO Secretariat, Julián Benítez; a diretora do Centro de Internacional para a Investigação do Fenômeno El Niño (CIIFEN), do Equador, Yolanda González; e o presidente do Instituto Uruguaio de Meteorologia (INUMET), Pablo Cabrera.
A programação de quinta-feira começará às 9h com o painel O Monitor de Secas do Brasil: Onde Estamos, que será apresentado pela especialista em regulação de recursos hídricos e saneamento básico da ANA Priscila Gonçalves. Em seguida, às 9h30, ocorrerá o painel O Monitor de Secas do Brasil: Perspectivas e Desafios com palestra da coordenadora de Articulação para a Gestão de Eventos Críticos da Agência, Alessandra Daibert. A partir das 10h haverá o painel Planos de Contingência de Secas no Ceará, o qual será abordado pelo presidente da FUNCEME, Eduardo Martins.
Na sequência, às 10h30, está previsto o painel O Monitor de Secas como Realidade na Pauta da Imprensa do Brasil, que será apresentado pelo coordenador de Relacionamento com a Imprensa e Comunicação Institucional da ANA, Raylton Alves, e participação de Alessandra Daibert. A partir das 11h15 acontecerá o painel O Panorama da Seca no Amazonas em 2023/24 e o Uso do Monitor de Secas como Auxílio à Gestão com Renato Senna e Maycon de Oliveira representando o Amazonas. Como último painel da manhã, às 11h45, os representantes rondonienses Fábio Saraiva e Cledmar Carneiro falarão sobre A Experiência de Rondônia com a Rede de Observação de Impactos em Apoio à Validação dos Mapas Mensais.
Às 14h está previsto o último painel da programação, o qual abordará a Correlação entre Severidade de Seca do Mapa do Monitor de Secas do Brasil e a Evapotranspiração de Referência no Estado de Sergipe. O tema será apresentado pelo doutorando em Meteorologia Aplicada da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Josielton Santos. Entre 14h30 e 16h30, representantes estaduais terão um espaço para compartilhar suas experiências no Monitor de Secas.
O Monitor de Secas
O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar o planejamento e a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.
O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração. Por meio da ferramenta, é possível comparar a evolução das secas nos 26 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido, sendo que o processo de expansão dessa iniciativa foi concluído com a entrada do Amapá no Mapa do Monitor de dezembro de 2023.
A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.
Assessoria Especial de Comunicação Social (ASCOM)
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
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