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Edição de novembro do Painel El Niño 2023-2024 traz previsão de calor acima da média entre dezembro e fevereiro em grande parte do Brasil
Rio Uruguai na divisa entre o Rio Grande do Norte e Santa Catarina - Foto: Zig Koch / Banco de Imagens ANA
A edição de novembro do boletim Painel El Niño 2023-2024 está disponível no site da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Produzida em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD); a publicação atualiza mensalmente as informações sobre o monitoramento, previsões e impactos do fenômeno climático El Niño no Brasil.
O El Niño é um fenômeno climático caracterizado pelo aquecimento da superfície do Oceano Pacífico e alteração nos padrões de circulação atmosférica em todo o planeta. Desde junho as condições de temperatura da superfície do mar mostram um padrão típico do fenômeno, com uma faixa de águas quentes em grande parte do oceano Pacífico equatorial, com anomalias superiores a 3°C próximo a costa da América do Sul. De acordo com o boletim, o El Niño atual possui intensidade forte.
Entre os efeitos do fenômeno estão o maior volume de chuvas acumulado, que superou 300 milímetros entre o norte do Rio Grande do Sul e em praticamente todo o Estado de Santa Catarina. No sentido oposto, na região Norte houve déficit de precipitações nas porções sul e oeste em função do aquecimento anormal do Atlântico Tropical Norte. Esses aspectos são objeto de monitoramento mensal pelo Painel El Niño 2023-2024.
Conforme o boletim de novembro, a previsão climática para o Brasil para o trimestre de dezembro a fevereiro de 2024 indica maior probabilidade de chuva abaixo do normal entre o centro e leste da região Norte e em praticamente todo o Nordeste. Sobre o Rio Grande do Sul e em parte de Santa Catarina, a previsão indica maior probabilidade de chuva acima da média. Esta previsão reflete as características típicas de El Niño sobre o Brasil. Na faixa central do País, não são descartados episódios de chuva expressiva em algumas localidades durante esse trimestre, principalmente em sua segunda metade. A previsão de temperatura indica maior probabilidade de valores acima do normal na maior parte do Brasil.
Nos primeiros vinte dias de novembro, os maiores volumes acumulados de chuvas aconteceram no norte do Rio Grande do Sul, no centro-oeste de Santa Catarina e no sul do Paraná; chegando a superar 350mm em alguns pontos. Nesse período, as precipitações ficaram acima da média em praticamente toda a região Sul do País, exceto nas porções mais ao norte e ao leste do território paranaense.
Com base na previsão de anomalia de precipitação para o período entre 15 de novembro e 14 de dezembro, o boletim informa que há indicação de condições mais úmidas do que o normal em partes do norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná; centro-sul de Mato Grosso do Sul, São Paulo, sul de Minas Gerais, em parte do norte do Pará e no Amapá. Para as demais regiões do País, a previsão indica o predomínio de condições mais secas do que o normal, com destaque para a Região Amazônica, principalmente em seus setores mais central e sul.
O Monitor de Secas indicou, em outubro, o surgimento de áreas de seca extrema no Amazonas, Acre e Rondônia. O rio Madeira continua com vazões 56% abaixo da média para novembro, continuando em vigor a Declaração de Situação Crítica de Escassez Quantitativa dos Recursos Hídricos no Rio Madeira. Já o rio Negro atingiu seu nível mínimo histórico no Porto de Manaus (AM) em 26 e 27 de outubro, quase 1 metro abaixo do recorde mínimo anterior. As vazões naturais que chegam às usinas hidrelétricas Serra da Mesa (GO), Tucuruí (PA) e Belo Monte (PA) estão respectivamente 83%, 57% e 59% abaixo da média para novembro, situação pior do que a registrada em outubro.
Já na região Sul, a precipitação constante levou o rio Uruguai a permanecer os últimos 30 dias em condição de inundação em várias cidades ribeirinhas. Nas bacias dos rios Caí e Taquari, cotas de inundação foram atingidas novamente no início da segunda quinzena do mês com a ocorrência de novas vazões com recorrência a cada 10 mil anos na usina hidrelétrica Castro Alves, no rio Taquari (RS).
Outra informação que consta do boletim se refere ao volume equivalente dos reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN), cujo armazenamento registrado em 19 de novembro foi de 60,93% - percentual consideravelmente maior que os dos últimos dez anos.
O Painel El Niño 2023-2024 é disponibilizado mensalmente em https://www.gov.br/ana/pt-br/sala-de-situacao/todos-os-boletins-mensais-1/todos-os-boletins-mensais/todos-os-boletins-mensais para disponibilizar informações mais atualizadas acerca do fenômeno e, assim, apoiar os órgãos federais e estaduais na tomada de decisões. O documento é resultado do trabalho realizado em parceria pelos órgãos nacionais responsáveis pelo monitoramento, regulação do uso das águas, gestão de riscos e previsão do clima e tempo.
Plano de Contingência
Tendo em vista os impactos do El Niño sobre os recursos hídricos e usos múltiplos das águas, a ANA elaborou um Plano de Contingência, aprovado pela Diretoria Colegiada em junho de 2023. As medidas que já foram implementadas são a instalação as Salas de Crise das Regiões Norte e Nordeste. Além disso, foi dada continuidade à Sala de Crise da Região Sul. As reuniões envolvem a participação de diversas instituições envolvidas na gestão de recursos hídricos e riscos de desastres e são transmitidas simultaneamente pelo canal da ANA no YouTube.
Assessoria Especial de Comunicação Social (ASCOM)
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
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