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Contas da Água é Tema de Sessão Especial em Estocolmo
Superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos da ANA apresenta estudo inédito na Suécia.
As Contas Econômicas Ambientais da Água no Brasil 2013-2015 (CEAA), estudo realizado pela Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos em parceria com o IBGE, foi apresentado na Semana da Água de Estocolmo, este ano, por sugestão das Nações Unidas.
O diretor Marcelo Cruz, o superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos, Sérgio Ayrimoraes; a assessora da Área de Planejamento Márcia Cerqueira e o coordenador de Conjuntura e Acesso à Informação da SPR, Marcus Fuckner, representarem a ANA no evento este ano, que começou no domingo e termina no sábado dia 31, sob o tema “Água, Ecossistema e Desenvolvimento Humano".
Na segunda-feira, Ayrimoraes apresentou o estudo, que foi lançado no Brasil em março, na semana do 8º Fórum Mundial da Água. A apresentação foi feira na sessão especial O “Potencial da Contabilidade do Capital Natural para Melhorar a Gestão” . O objetivo da Sessão foi mostrar o potencial estratégico da inclusão da contabilidade dos recursos, especialmente a água, nas contas nacionais dos países como ferramenta para melhorar o monitoramento do uso da água.
Trabalho inédito, o CEAA é uma importante ferramenta de disseminação de informações sobre os recursos hídricos nacionais, que integra indicadores físicos e monetários, numa perspectiva de contabilização do capital natural do país.
O objetivo da ANA e do IBGE é disseminar sistematicamente informações sobre o balanço entre a disponibilidade quantitativa e qualitativa e a demanda hídrica dos diversos setores da economia brasileira, incluindo as Famílias.
Alinhadas à metodologia internacional System of Environmental-Economic Accouting for Water (SEEA-Water), desenvolvida pela Divisão de Estatística das Nações Unidas, as CEAA foram estruturadas a partir da integração de dados e informações sobre recursos hídricos consolidados pela ANA nos relatórios de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil publicados entre 2013 e 2015, entre outros estudos, e pelo IBGE, no tocante à expertise da instituição com dados monetários.
A metodologia adotada permite a padronização dos dados para fins de gerenciamento da informação e a comparação periódica dos resultados tanto a nível Brasil, tendo como base os indicadores de anos anteriores, como com outros países.
A publicação leva em conta o histórico dos estoques de água do país no período e o panorama de retirada e consumo de água, com destaque para os setores agrícola, de abastecimento humano e industrial, que concentram as maiores demandas, e a geração de energia. Nesse sentido, as Contas Econômicas Ambientais da Água indicam, por exemplo, que em 2015 a entrada de água no Brasil por meio de precipitação (chuva) foi de cerca de 13 trilhões de m³ (metros cúbicos) e a saída de água para o Oceano Atlântico foi de cerca de 8 trilhões de m³. Nesse mesmo ano, a retirada de água para a economia brasileira totalizou 3,2 trilhões de m³.
As CEEA analisaram, por exemplo, o Setor de Captação, tratamento e distribuição da água sob uma perspectiva temporal. O resultado mostrou uma queda acumulada no volume de água retirada para distribuição em -3,8% no período de apuração. Tal resultado teve influência da crise hídrica vivida pelo Brasil, em especial na região Sudeste e no Semiárido, bem como da diminuição da produção de diversas atividades econômicas ocorridas no período. Seus maiores usuários – Famílias e Demais atividades – apresentaram, para o mesmo período, variação no volume usado de água de -4,3% e -3,4%, respectivamente.
O indicador de intensidade hídrica mostra a vazão consumida de água, em litros, para cada real de valor adicionado bruto gerado pelas atividades econômicas. Em geral, o setor agrícola é responsável pelas maiores vazões consumidas no país, em função das demandas hídricas para as atividades de irrigação. Em 2015, o resultado desse indicador para a atividade Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura foi de 91,58 litros por Real investido (l/R$).
As CEAA passam a ser incorporadas ao Sistema de Contas Nacionais, sob coordenação do IBGE, e contribuirão para a formulação e o monitoramento de políticas de desenvolvimento sustentável com foco em recursos hídricos, especialmente no contexto de escassez hídrica que o País vem enfrentando nos últimos anos. Posteriormente deverão ser contabilizados os capitais energético, florestal e dos ecossistemas nacionais.
Organizado pela Stockholm International Water Institute (SIWI), a Semana Mundial da Água reúne especialistas para discutir soluções e ações relacionadas com recursos hídricos. Este ano a organização esperava 3.300 pessoas e cerca de 380 organizações conveniadas de 135 países.