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Estudo aponta que carga viral subiu de 25 para 26 trilhões de cópias do vírus entre as semanas epidemiológicas 8 e 10 deste ano. Carga registrada na última semana foi cerca de 45% superior à observada em julho de 2020, quando aconteceu o primeiro pico da pandemia na capital mineira.
Carga viral do novo coronavírus no esgoto de Belo Horizonte segue aumentando nas últimas semanas
A carga viral (quantidade de cópias) do novo coronavírus (COVID-19) detectada nas amostras de esgoto oriundo de Belo Horizonte (MG) continuou num patamar elevado nas semanas epidemiológicas 9 e 10 (de 1º a 12 de março) deste ano. Segundo aponta o Boletim de Acompanhamento nº 33 do projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos , divulgado nesta sexta-feira, 19 de março, a quantidade de cópias do vírus variou entre aproximadamente 7 e 26 trilhões de cópias por dia respectivamente nas semanas 9 e 10.
A carga viral observada na 10ª semana epidemiológica foi aproximadamente 45% superior à carga observada em julho de 2020, um dos meses mais críticos da pandemia na capital mineira em termos de demanda no sistema local de saúde, quando foram registradas 18 trilhões de cópias.
De acordo com o Boletim nº 33, a carga viral em Belo Horizonte está num patamar semelhante ao observado nas semanas epidemiológicas 5 e 6 de monitoramento de 2021 (de 1º a 12 de fevereiro), quando foram registradas 28 trilhões de cópias do vírus, conforme o gráfico a seguir. Para que houvesse uma redução desde então, o documento destaca as medidas para reduzir a circulação do vírus. “Diante do agravamento da pandemia em Belo Horizonte e no Estado de Minas Gerais, os governos estadual e municipal intensificaram as medidas de prevenção e controle, tal como o distanciamento social e restrição mais acentuada para atividades não essenciais, visando à redução da disseminação do vírus no município.”
Levando em conta a metodologia adotada a partir do Boletim nº 29 , a estimativa da população infectada passa a ser considerada por faixas mínima, média e máxima. Nesse sentido, o Boletim de Acompanhamento nº 33 estima que a população total infectada em Belo Horizonte seja respectivamente de 160, 215 e 290 mil pessoas com base nas faixas. Como comparação, o Boletim nº 32 estimou a população infectada mínima, média e máxima nos patamares de 150, 200 e 270 mil pessoas. Veja a seguir o gráfico que ilustra a variação do equivalente populacional, conforme a carga viral identificada.
Os resultados das amostras de esgotos coletadas durante todo o projeto estão acessíveis no Painel Dinâmico Monitoramento COVID Esgotos (dashboard) em: https://bit.ly/dashboard_covid_esgotos .
Sobre o projeto-piloto
O projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos tem o objetivo de monitorar a presença do novo coronavírus nas amostras de esgoto coletadas em diferentes pontos do sistema de esgotamento sanitário das cidades de Belo Horizonte e Contagem, inseridos nas bacias hidrográficas dos ribeirões Arrudas e do Onça. Assim é possível gerar dados para a sociedade e ajudar gestores na tomada de decisão.
O trabalho é fruto de Termo de Execução Descentralizada (TED) firmado entre a ANA e o INCT ETE Sustentáveis/ UFMG. Com os estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus nas diferentes regiões analisadas para entender a prevalência e a dinâmica de circulação do vírus.
Os pesquisadores participantes no estudo reforçam que não há evidências da transmissão do vírus através das fezes (transmissão feco-oral) e que o objetivo da pesquisa é mapear os esgotos para indicar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos a partir do esgoto como uma ferramenta de aviso precoce para novos surtos, por exemplo.
Com os dados obtidos, é possível saber como está a ocorrência do novo coronavírus por região, o que pode direcionar a adoção ou não de medidas de relaxamento consciente do distanciamento social. Também pode possibilitar avisos precoces dos riscos de aumento de incidência da COVID-19 de forma regionalizada, embasando a tomada de decisão pelos gestores públicos.
Sobre os parceiros do projeto-piloto
ANA
Criada pela Lei nº 9.984/2000, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) é a agência reguladora dedicada a implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Lei das Águas, e coordenar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). Com a aprovação do novo marco legal do saneamento básico pela Lei nº 14.026/2020, também cabe ao órgão editar normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico.
Esse trabalho é feito por meio de ações de regulação, monitoramento, gestão e planejamento de recursos hídricos. Além disso, a ANA emite e fiscaliza o cumprimento de normas, em especial as outorgas em corpos d’água de domínio da União – interestaduais, transfronteiriços e reservatórios federais. Também é a responsável pela fiscalização da segurança de barragens de usos múltiplos das águas outorgadas pela instituição.
INCT ETEs Sustentáveis/UFMG
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis) estuda questões sobre o esgoto sanitário, notadamente para países em desenvolvimento, de forma a contribuir para a promoção de mudanças estruturais e estruturantes nos serviços de esgotamento sanitário, a partir da capacitação profissional, desenvolvimento de soluções tecnológicas apropriadas às diversas realidades nacionais, construção e transmissão de conhecimento para a sociedade, órgãos governamentais e empresariais.
IGAM
Criado em 1997, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) é vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Integra o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) na esfera federal. Na estadual, faz parte do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA). Entre as responsabilidades do IGAM estão a proteção, gestão e controle dos recursos hídricos; monitoramento da qualidade da água; autorização e acompanhamento de obras que interferem nos cursos d'água; emissão de alertas de tempestades; fiscalização, monitoramento e elaboração de relatórios técnicos.
COPASA
Criada pelo Estado de Minas Gerais, em 1963, com a denominação Companhia Mineira de Água e Esgoto (COMAG), em 1974, com a incorporação do Departamento Municipal de Águas e Esgoto (DEMAE), teve o nome social alterado para Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA).
Com sede em Belo Horizonte, a Companhia é uma sociedade de economia mista, de capital aberto, controlada pelo Governo do Estado de Minas Gerais, que tem como objetivo planejar, projetar, executar, ampliar, remodelar, administrar e explorar serviços públicos de abastecimento de água e de esgoto, podendo atuar no Brasil e no exterior. Atualmente, a COPASA detém a concessão do sistema de abastecimento de água de 641 municípios, sendo que destes, também, detém a concessão do sistema de esgotamento sanitário de 311 municípios mineiros.
SES-MG
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) é responsável pela gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Estado. Além disso, uma das metas da SES-MG é apoiar os municípios no processo de planejamento, fortalecimento e gestão do SUS para o desenvolvimento de políticas de saúde focadas no cidadão e em consonância com as especificidades regionais, com transparência e participação social. Para outras informações sobre saúde, acesse: www.saude.mg.gov.br .