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Carga do novo coronavírus no esgoto atinge maior patamar desde abril no Distrito Federal
A Rede Monitoramento COVID Esgotos acompanha a carga do novo coronavírus em oito estações de tratamento de esgotos (ETEs), que atendem a cerca de 80% da população do Distrito Federal. Na semana epidemiológica 36 (de 5 a 11 de setembro), a carga viral medida nessas ETEs foi de 963,3 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes. Segundo a Nota de Alerta nº 01/2021 , essa carga é 75% maior do que a verificada na semana 35 (de 29 de agosto a 4 de setembro), que foi de 551,9 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes.
Além disso, a carga viral observada na semana epidemiológica 36 é a maior no DF desde a semana 16 (de 18 a 24 de abril), quando a carga viral chegou a 1,41 trilhão de cópias do novo coronavírus por dia para 10 mil habitantes. Ainda de acordo com a Nota de Alerta da Rede Monitoramento COVID Esgotos, entre as semanas 33 (de 15 a 21 de agosto) e 36 foi observada uma tendência de aumento da carga viral no esgoto em todas as ETEs monitoradas, exceto na ETE São Sebastião. A maior elevação foi verificada na ETE Brasília Norte, localizada na Asa Norte.
Numa comparação entre as semanas epidemiológicas 32 (de 8 a 14 de agosto) e 36, houve um aumento de quatro vezes na carga viral, já que na semana 32 foram medidas 239,5 bilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes. Conforme a Nota de Alerta nº 01/2021, essa elevação da carga viral é convergente com o aumento do número de casos confirmados de COVID-19 no Distrito Federal nesse período, o que pode ser percebido no gráfico a seguir.
Evolução da carga viral no esgoto e do número de casos de COVID-19 no Distrito Federal
Sobre a Rede Monitoramento COVID Esgotos
A Rede Monitoramento COVID Esgotos acompanha as cargas virais e concentrações do novo coronavírus no esgoto de seis capitais e cidades que integram as regiões metropolitanas de: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Esse trabalho, uma das maiores iniciativas brasileiras de monitoramento da COVID-19 no esgoto, busca fornecer subsídios para auxiliar a tomada de decisões para o enfrentamento da pandemia atual. Todos os boletins da Rede podem ser acessados no site da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
A Rede busca ampliar as informações para o enfrentamento da pandemia de COVID-19. Nesse sentido, os resultados gerados sobre a ocorrência do novo coronavírus nos esgotos das seis capitais podem auxiliar na tomada de decisões por parte das autoridades locais de saúde, como no tema da manutenção ou a flexibilização das medidas de controle para a disseminação da COVID-19. Também pode fornecer alertas precoces dos riscos de aumento de incidência do vírus de forma regionalizada.
Com os estudos, a Rede pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus no esgoto das diferentes regiões monitoradas, o que pode ajudar a entender a dinâmica de circulação do novo coronavírus. Outra linha de atuação é o mapeamento do esgoto para identificar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como uma ferramenta de alerta precoce para novos surtos, por exemplo.
A Rede é coordenada pela ANA e INCT ETEs Sustentáveis com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com os seguintes parceiros: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, a Rede conta com a parceria de companhias de saneamento locais e secretarias estaduais de Saúde.