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Carga do novo coronavírus em esgotos de Fortaleza aumenta 125%
O Boletim de acompanhamento nº 09/2021 da Rede de Monitoramento COVID Esgotos, com informações até 10 de dezembro, semana epidemiológica 49, identificou o aumento significativo de 125% da carga do novo coronavírus nos esgotos de Fortaleza (CE). O resultado foi obtido a partir do monitoramento da soma das cargas das três Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs), que atendem juntas cerca de 65% da população da capital cearense.
Segundo os dados da Rede Monitoramento COVID Esgotos, na última semana epidemiológica 49 (de 03 a 10 de dezembro), a carga viral atingiu um valor de 47,2 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes, o que corresponde a 125% maior o registro comparado a semana anterior que foi de 21 bilhões de cópias. O aumento dessa carga de Covid no esgoto já estava sendo indicado nos resultados das sete últimas semanas monitoradas.
Vale destacar que, apesar do expressivo aumento da carga do novo coronavírus nos esgotos de Fortaleza que foram monitorados, não foi identificada a elevação no número de casos de Covid-19 na capital cearense, até o momento. Confira na figura 1 e mais informações na
Nota de Alerta para Fortaleza(CE).
Sobre a Rede Monitoramento COVID Esgotos
Rede Monitoramento COVID Esgotos, lançada em webinar realizado em 16 de abril, acompanha as cargas virais e concentrações do novo coronavírus no esgoto de seis capitais e cidades que integram as regiões metropolitanas de: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Esse trabalho, uma das maiores iniciativas brasileiras de monitoramento da COVID-19 no esgoto, busca ampliar as informações para o enfrentamento da pandemia de COVID-19.
Nesse sentido, os resultados gerados sobre a ocorrência do novo coronavírus no esgoto das cidades em questão podem auxiliar as autoridades locais de saúde na tomada de decisões relacionadas à manutenção ou flexibilização das medidas de controle para a disseminação da COVID-19. Também pode fornecer alertas precoces dos riscos de aumento de incidência do vírus de forma regionalizada.
Com os estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus no esgoto das diferentes regiões monitoradas, o que pode ajudar a entender a dinâmica de circulação do vírus. Outra linha de atuação é o mapeamento do esgoto para identificar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como uma ferramenta de alerta precoce para novos surtos, por exemplo.
O último Boletim de Acompanhamento se soma aos boletins já publicados da Rede Monitoramento COVID Esgotos e aos 34 Boletins de Acompanhamento produzidos no contexto do projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos, realizado com base em amostras de esgotos em Belo Horizonte e Contagem (MG). As lições aprendidas com o projeto-piloto são a base para os trabalhos da Rede.
A Rede é coordenada pela ANA e INCT ETEs Sustentáveis com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com os seguintes parceiros: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, a Rede conta com a parceria de companhias de saneamento locais e secretarias estaduais de Saúde.